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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Visitar os enfermos.

 Cardeal Orani João TempestaResultado de imagem para dom orani tempestaArcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Dentro do nosso calendário do ano da misericórdia segundo a nossa Carta Pastoral “Com Misericórdia olhou para ele e o escolheu”, o mês de janeiro está sendo o mês dedicado a visitar os cativos. Em fevereiro, devido ao dia de Nossa Senhora de Lourdes e o Dia Mundial dos Enfermos, a nossa obra de misericórdia será visitar os doentes. 
Jesus quis que nós, os seus discípulos, o imitássemos numa compaixão eficaz por aqueles que sofrem na doença e em toda a dor. “A Igreja cerca de amor todos os afligidos pela fraqueza humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu fundador pobre e sofredor. Faz o possível por mitigar-lhes a pobreza e neles procura servir a Cristo” (Concílio Vaticano II, Constituição Lumen Gentium). 
Nos doentes, vemos o próprio Cristo que nos diz: o que fizeste por um destes, a mim o fez. “Quem ama verdadeiramente o próximo deve fazer-lhe bem ao corpo tanto como à alma – escreve Santo Agostinho –, e isso não consiste apenas em acompanhar os outros ao médico, mas também em cuidar de que não lhes falte alimentação, bebida, roupa, moradia, e em proteger-lhes o corpo contra tudo o que possa prejudicá-lo. São misericordiosas os que usam de delicadeza e humanidade quando proporcionam aos outros o necessário para resistirem aos males e às dores”.
Podemos ter com os doentes as várias atenções e os cuidados de visitá-los com a frequência oportuna, de procurar que a doença não os intranquilize, de facilitar-lhes o descanso e o cumprimento de todas as prescrições do médico, mas também em cuidar de que não lhes falte alimentação, bebida, roupa, moradia, e em proteger-lhes o corpo contra tudo o que possa prejudicá-los. São misericordiosos os que usam de delicadeza e humanidade quando proporcionam aos outros o necessário para resistirem aos males e às dores.
Não nos esqueçamos de que os doentes são o “tesouro da Igreja” e que têm um poder muito grande diante de Deus, pois o Senhor os olha com particular predileção. 
Devemos preocupar-nos pela saúde física dos que estão doentes e também pela sua alma. Procuremos ajudá-los com os meios humanos ao nosso alcance e, sobretudo, procuremos fazê-los ver que se unirem essa dor aos padecimentos de Cristo, ela se converterá num bem de valor incalculável: será ajuda eficaz para toda a Igreja, purificação das faltas passadas e uma oportunidade que Deus lhes dá para progredirem muito na santidade pessoal, porque não raras vezes Cristo abençoa com a Cruz.
O sacramento da Unção dos Enfermos é um dos cuidados que a Igreja reserva para os seus filhos doentes. Este sacramento foi instituído para ajudar os homens a alcançar o Céu, mas não pode ser administrado aos sãos, nem mesmo aos que não padecem de uma doença grave, ainda que se achem em perigo de vida, porque foi instituído a modo de remédio espiritual, e os remédios não se dão aos que estão bem de saúde, mas aos doentes.
A Igreja também não deseja que se espere até os momentos finais para recebê-lo, mas quando se começa a estar em perigo de morte por doença ou velhice. Pode-se, porém, reiterá-lo, se o doente se recupera depois da Unção ou se, durante a mesma doença, se acentua o perigo ou a gravidade; pode-se administrá-lo também a quem vai submeter-se a uma intervenção cirúrgica, desde que a causa da operação seja uma doença grave.
O maior bem deste Sacramento é livrar o cristão do abatimento e da fraqueza que contraiu pelos seus pecados. O Beato Papa Paulo VI resumia assim os efeitos deste sacramento: outorga “a graça do Espírito Santo, cuja unção tira os pecados, se ainda resta algum por apagar, como também os vestígios do pecado; alivia e fortalece também a alma do doente, despertando nela uma grande confiança na misericórdia divina; permite-lhe, sustentando dessa forma, suportar facilmente as provas e penalidades da doença, bem como resistir com maior facilidade às tentações do demônio que está à espreita (cf. Gn 3,15), e por vezes recuperar a saúde corporal, se for conveniente para a saúde da alma”. (Paulo VI, Constituição Apostólica Sacram Unctionem infirmorum).
Esta ocasião é uma oportunidade de melhorarmos o trabalho da Pastoral da Saúde com as equipes sendo ainda mais e melhor organizadas. Espero que muitos se coloquem à disposição para esse serviço. A visita aos doentes tanto nas residências como nos hospitais é imprescindível, pois é a Igreja que vai rezar junto aos seus membros, levando-lhes a Eucaristia da unidade com todo o corpo. É valiosa a Oração dos Enfermos pela Igreja e sua missão.  As celebrações da Jornada Mundial dos Enfermos será uma boa ocasião para nosso comprometimento ainda maior.
Portanto, devemos ter o cuidado com aqueles que em nossas comunidades, famílias ou no nosso trabalho se encontram em situação de doença. Rezemos por estes e saibamos dar a assistência de vida.

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