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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Casa comum: nossa responsabilidade e A Alegria Cristã e o Carnaval.

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Resultado de imagem para dom canisio klausNa quarta-feira de cinzas as igrejas cristãs articuladas de forma ecumênica lançam a Campanha da Fraternidade de 2016. O enfoque é o saneamento básico, com o intuito de garantir a integridade e o futuro de nossa Casa Comum que é o Planeta Terra. É claro que o saneamento básico por si só não irá garantir o futuro da vida, mas “é condição para se obter resultados satisfatórios na luta para a erradicação da pobreza e da fome, para a redução da mortalidade infantil e pela sustentabilidade ambiental” (Texto-Base da CF, n. 21). O saneamento básico deve vir acompanhado de várias outras ações, tais como evitar o consumismo e o desperdício de alimentos e preservar a biodiversidade.
A frase motivadora da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 é tirada do Livro de Amós (5,25): “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. “Nem sempre estamos atentos para atitudes simples, por exemplo, o descarte correto do lixo, ligar nossas casas às redes de esgoto, cuidar da água, entre outras. A falta desses cuidados fere a Criação, de forma que, no lugar de flores, jardins e frutos diversos vemos esgoto a céu aberto, rios poluídos e monoculturas. A diversidade e a beleza da Criação desaparecem, e a terra que era alegre fica triste” (28).
Assim como nossas casas particulares ficam mais bonitas quando todos os seus moradores tomam alguns cuidados básicos, tais como não entrar com os pés sujos na casa, largar o lixo no seu devido lugar, não arrastar os móveis pelo chão e deixar tudo no seu devido lugar, também a grande Casa Comum de todos nós, que é a Terra, fica mais bonita quando todos se sentem responsáveis por ela. De acordo com o Texto-Base da Campanha da Fraternidade, “temos a responsabilidade, enquanto cidadãos e cidadãs, de cuidarmos do espaço onde moramos, de não jogar lixo na rua, de zelar pelos bens e espaços coletivos” (n. 168). 
Para viabilizar a Campanha da Fraternidade, propomos que as lideranças das igrejas promovam reuniões em conjunto, definindo ações em nível de município e região. Estas ações devem ser articuladas com o poder público e com outras entidades envolvidas com as questões ambientais. É também importante que as igrejas aproveitem este tempo para firmarem laços de fraternidade entre si, uma vez que “unidos seremos mais eficientes, mais ouvidos, dando um testemunho mais forte e cuidando melhor do mundo e da família global que Deus nos ofereceu” (n. 193). Como pessoas de fé, “entreguemos a Deus o serviço que queremos prestar, para que Deus sempre nos inspire a caminhar a seu lado na preservação do bonito e saudável ambiente que nos ofereceu na criação” (n. 196). Façamos isso através dos grupos de família e das diversas celebrações que são próprias deste tempo.
Que Deus abençoe nossa caminhada ecumênica rumo à Páscoa e a um mundo mais alegre e bonito!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Resultado de imagem para dom roberto francisco ferrería pazDe volta para as carnestolendas torna-se oportuno olhar para este acontecimento cultural do carnaval com discernimento e simpatia cristã. Percebemos neste evento marcante da civilização brasileira pelo menos duas tendências inspiradoras: a que se origina do próprio calendário cristão e da explicação a uma das etimologias da palavra, carne vale isto é a carne vale no período que precede ao tempo quaresmal da penitência quando se proibia a ingestão de carne.
E a segunda que vem das festas saturnálias romanas onde havia uma procissão de um carro naval em honra de Saturno, o carrus navalis , que era acompanhado com danças e músicas profanas com pessoas sem roupa. Estas duas visões se misturam e se mesclam como podemos apreciar. A alegria cristã vem do sorriso Pascal, da vida plena, do aleluia da Resurreição, transformando totalmente a existência humana e fazendo do cristão um homem festivo e lúdico.
No entanto mesmo a festa mais singela e simples pode-se confundir e deturpar quando perdemos a consciência e o equilíbrio, dando vazão a impulsos desordenados e desvariados. Harvey Cox na sua obra sobre a Festa dos Loucos da Idade Média afirmava que uma vez no ano as pessoas tem o direito de perder a cabeça, isto é libertar-se da racionalidade e do controle social. Novamente devemos considerar que a alegria é um dom do Espírito Santo que nos orienta e conduz, também nestas ocasiões onde é preciso ser espontâneo, criativo e contente sem perder a identidade e desrespeitar aos nossos irmãos/ãs.
Muitas pessoas, por excessos podem ofender o matrimônio, a castidade, provocar acidentes ou brigas das quais se arrependerão o resto das suas vidas. Cabe a nós cristãos sermos os anjos bons dos irmãos, ajudando-os a voltar com segurança a casa, advertir o consumo excessivo de bebida, a ultrapassagem da linha da decência e da conveniência, que leva a comportamentos torpes e agressivos. Que o Senhor da Vida e da Verdadeira Alegria nos ajude como ao Rei Davi e São João Batista, a pular e a dançar louvando a Misericórdia do Pai. Deus seja louvado!
 

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