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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Chamados ao amor.

Chamados ao amor / Arqrio
Na sua palestra, “Homem e mulher, imagem de Deus: o corpo, linguagem do amor”, monsenhor José Granados García explicou que o corpo fala de Deus e revela a Sua bondade, além de deixar transparecer a vocação ao amor que há no homem e na mulher.
O conteúdo da palestra teve como base uma das reflexões do livro “Chamados ao amor”, publicado pela Editora Canção Nova, de sua autoria, que trouxe à tona os conhecimentos que o Papa João Paulo II concedeu à humanidade através de uma série de textos que viriam a se chamar “Teologia do Corpo”.
De acordo com o palestrante, o Papa João Paulo II foi protagonista contra a tendência que via a dimensão sexual do corpo humano como uma ameaça ao crescimento espiritual. Ele defendeu uma visão integrada do corpo e da alma, mostrando que há, na sexualidade humana, um significado divino que fornece respostas cruciais à vida.
Dom de Deus
Ao desenvolver o tema da corporeidade na “Teologia do corpo”, o bispo auxiliar do Rio Dom Paulo Cezar Costa explicou que o Papa João Paulo II quis dialogar com o mundo todo o aspecto do ser humano a partir de si mesmo.
“O corpo é o lugar onde nós nos encontramos conosco mesmo e nos encontramos com Deus. O corpo é o lugar da nossa manifestação, lugar do encontro com Deus e com o outro”, disse.
“Uma percepção do corpo – explicou Dom Paulo -, que não é fechada em si mesmo, mas de algo que recebemos como dom. O corpo é o lugar do encontro com aqu’Ele que concede o dom de encontro com Deus. Lugar onde estabelecemos relações com os outros, onde nos encontramos conosco mesmo”.
“O corpo é o primeiro testemunho que uma vida vem de um outro. O corpo permite doar a vida, fazer da vida um dom. Quer dizer, ser um dom para os outros. O corpo é o lugar do diálogo, vem de outro, de Deus recebo tudo. Nesse aspecto, também sou chamado a ser dom. O corpo é o local da recepção de tudo o que recebi, e por isso dom de Deus”, afirmou.
Dom Paulo explicou ainda que o fundamento da teologia do corpo, segundo o pensamento do Papa João Paulo II, vem a partir da segunda narração do livro de Gênesis. No relato, o corpo que Deus criou encontra resposta quando ele encontra outro corpo: a mulher. Adão só sabe quem é quando encontra a mulher.
“Percebemos que Deus criou o homem para o diálogo. Deus criou o homem, criou a mulher. O homem recebe o corpo de um outro. A diferença sexual não enfraquece, mas fortifica. Mostra que o homem é um ser de relação: o homem se encontra na mulher e a mulher se encontra no homem. O homem se conhece quando ele encontra alguém que pode responder ao seu diálogo”.
Família como caminho de santificação
Em sua segunda palestra, monsenhor José Granados García abordou sobre a “Antropologia Trinitária da nupcialidade”. Ele explicou que o caminho de Adão e Eva na busca de sua identidade deu uma volta imprevista. Eles pensavam estar buscando Deus, a origem primordial, a fonte de onde se origina a vida. Mas, descobriram que era Deus quem os buscava para revelar-se como primeiro doador de todo o bem, o Criador e Pai.
Paternidade, filiação e amor
O tema, explicou o bispo auxiliar do Rio Dom Antonio Augusto Dias Duarte, faz uma reflexão do amor entre o homem e a mulher, dentro do casamento, e sua relação com o amor que existe entre as pessoas da Santíssima Trindade.
“O amor que envolve a pessoa, não é apenas uma parte dela; é um amor que está continuamente criando valores, atitudes e ajudando as pessoas a serem cada vez mais próximas entre si e mais próximas com Deus. É um amor pessoal e criador. A fonte de todo amor tem seu fundamento nas mesmas relações de amor da Santíssima Trindade, que traz para a vida da família o que chamamos de Igreja doméstica”, disse Dom Antonio.
De acordo com Dom Antonio Augusto, a Igreja que Cristo fundou para continuar sua obra salvadora é uma ação da Santíssima Trindade, que sai de si mesma para enriquecer o mundo e as pessoas. Nesse sentido, quando a família reflete o amor e a ação de Deus, ela enriquece a sociedade.
“São João Paulo II nos ensina que Deus é família, porque Ele dá a paternidade à filiação e ao amor. Essas três coisas unem as pessoas como uma só. Um amor que cria, fecunda e enriquece o mundo. Como reflexo da Santíssima Trindade, a família não é simplesmente um contrato, um estado de vida, mas é um caminho que parte de Deus e que leva a Deus. É um caminho de santificação”, afirmou Dom Antonio.
Identidade e missão
Responsável pela dimensão familiar na Arquidiocese do Rio, Dom Antonio destacou que Deus age na sua obra criadora, na humanidade, por meio das famílias que entendem a sua identidade e missão. Como exemplo, recordou a Sagrada Família de Nazaré, e as famílias dos santos.
“Nenhum santo teve uma participação ativa na sociedade simplesmente porque era santo, mas partia de uma família onde os valores humanos e cristãos eram realmente ensinados. Por trás de um grande santo sempre existe uma grande família. E mesmo aqueles santos que tiveram uma oposição por parte da família para a sua vocação, com o passar dos anos a família reconheceu que foi graças a ela e a sua resistência, que aquela pessoa, aquele homem, aquela mulher, se tornaram grandes santos”, afirmou.

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