Grávida
vítima de zika deve ter direito ao aborto? Esse questionamento está na
enquete lançada por uma das maiores revistas brasileiras, a Época.
Diante dessa pergunta, qual seria a resposta de um cidadão consciente,
de um cristão comprometido com a vida e a família? Os números da enquete
revelam que 84% (1656 votos) é contra essa aprovação.
Sobre essa questão polêmica, a doutora
em microbiologia e coordenadora do curso de biologia da UnB, Lenise
Garcia é direta na resposta: "Não". Segundo ela, "este é um dos grandes
equívocos nos argumentos para a liberação do aborto".
Ou seja, para a especialista, abortar
"não" resolve a problemática do Zika vírus. Para doutora Lenise, a
grávida vítima de zika "não" deve ter direito ao aborto, pois está em
questão, principalmente, a vida de um bebê indefeso.
"O argumento da "liberdade de escolha" também é equivocado. À maior
interessada, que é a criança, não é dada a liberdade de escolher entre
sua vida e sua morte. A vida é o primeiro de todos os direitos, e nenhum
outro pode existir sem ele. Não pode caber a outrem a decisão sobre a
vida de cada um de nós. Além disso, à escolha da mãe também faltam
elementos para que possa ser considerada verdadeiramente livre", explica
a pesquisadora.
Ela vai além no debate em defesa da não
liberação do aborto: "No caso da microcefalia, há o agravante de que o
diagnóstico é tardio, a partir do sexto mês da gestação. Ou seja,
estamos falando de uma criança já capaz de sobreviver fora do útero, em
muitos casos".
Pastoral Familiar
Diante da enquete e dos debates sobre o
possível direito da mulher em abortar o bebê com microcefalia, a
Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), organismo vinculado a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), orienta para votar
contra essa proposta.
Por Assessoria de Imprensa CNPF
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