|
||||||||||
|
||||||||||
|
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Sínodo reunido novamente.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)
No domingo, 4 de outubro, o Papa
Francisco celebrará a abertura da 14ª Assembleia ordinária do Sínodo dos
Bispos. Convido o leitor a me acompanhar, neste artigo, para clarear
algumas ideias sobre o Sínodo e para acompanhar com mais proveito os
trabalhos dessa importante reunião eclesial.
Afinal, o que é o Sínodo dos Bispos? É
um grande organismo da Igreja Católica, instituído há 50 anos pelo Papa
Paulo VI, no final do Concílio Vaticano II. O Sínodo devia continuar, de
alguma forma, a bela experiência de comunhão e participação de todos os
bispos, com o Papa, na responsabilidade pela vida e a missão da Igreja
toda. Paulo VI dispôs que o Sínodo retomasse, de tempos em tempos, os
grandes temas do Concílio e atualizasse suas reflexões; assim, o próprio
Papa daria novas orientações sobre esses temas, contando com a
participação do episcopado do mundo inteiro.
Um Concílio não poderia ser facilmente
reunido a cada poucos anos, pois precisaria reunir os bispos do mundo
inteiro; mas um Sínodo, com menos participantes, pode ser reunido com
certa frequência, para refletir sobre as grandes questões que interessam
a vida e a missão da Igreja. O Sínodo tem assembleias ordinárias a cada
3 anos; de vez em quando, acontece alguma assembleia extraordinária,
como no ano passado (2014).
O Sínodo é um organismo consultivo, a
não ser que o Papa lhe conceda competência decisória em alguma matéria
específica. As assembleias do Sínodo recolhem uma ampla reflexão e
oferecem indicações ao Papa sobre os temas em pauta. O Sucessor de
Pedro, depois, emite um documento, chamado “Exortação Apostólica
Pós-Sinodal”; nele, o Papa se baseia nas reflexões do Sínodo; mas pode
ir além delas, com sua reflexão pessoal, dando diretrizes e normas para a
vida da Igreja em referência à questão tratada.
Participam das assembleias do Sínodo,
geralmente, mais de 300 pessoas, sobretudo bispos, representando as
Conferências Episcopais de todo o mundo e escolhidos por seus pares para
representá-los. Mas um certo número de bispos participantes também são
escolhidos pelo próprio Papa, conforme previsto no Regulamento do
Sínodo. Além dos bispos, há outras pessoas convidadas, de acordo com o
tema; há sempre vários teólogos, peritos no tema, e também convidados de
Igrejas cristãs não-católicas.
A assembleia do Sínodo é convocada e
presidida pelo Papa; ele, no entanto, não coordena pessoalmente os
trabalhos, mas confia esta tarefa a presidentes delegados, que serão 4
nesta 14ª. Assembleia; entre eles, também estará o Cardeal de Aparecida,
Dom Raymundo Damasceno Assis. Papel importante desempenham na
assembleia o Relator do Sínodo e o Secretário Especial. O Papa está
presente em quase todas as reuniões, que acontecem durante 3 semanas,
pela manhã e à tarde. Mas ele ouve muito e fala pouco; geralmente, só
fala brevemente na abertura e na conclusão. O Papa convoca o Sínodo,
justamente, para ouvir a Igreja, através dos participantes da assembleia
sinodal. Depois, ele fala através da Exortação Apostólica pós-sinodal.
Durante as três semanas de assembleia,
os participantes apresentam suas reflexões, em breves falas, que também
entregam por escrito; todos fazem o exercício da escuta, que pode ser
cansativa mas é muito enriquecedora. Em seguida, há o momento de
trabalhos em grupo, de acordo com as 5 línguas usadas na assembleia
(italiano, inglês, francês, alemão e espanhol); os grupos têm a tarefa
de recolher as reflexões mais destacadas e convergentes; e também de
oferecer indicações para possíveis encaminhamentos práticos, a partir
dos consensos que vão sendo formados. A missão do Sínodo, de fato, é a
busca da comunhão e de caminhos comuns para a vida e a missão da Igreja.
O tema da 14ª assembleia ordinária do
Sínodo dos Bispos é, novamente, a família: “vocação e missão da família
na Igreja e no mundo contemporâneo”. A Igreja considera que a família
merece um lugar destacado nas preocupações dela mesma, mas também dos
governos e responsáveis pela vida dos povos. Resta agora acompanhar a
assembleia do Sínodo e, depois, acolher as orientações que o Papa
Francisco dará a toda a Igreja e à humanidade sobre este tema.
Um sínodo - um pontificado.
Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)
Neste domingo, 04 de outubro, dia de São
Francisco, começa em Roma o aguardado sínodo sobre a família. Ele se
prolongará até o dia 25 deste mês. Será seguido de perto, não só pela
Igreja Católica, mas por muita gente que intuiu que este sínodo não se
limitará a aprofundar um assunto, mas servirá de referência para a
definição do pontificado do Papa Francisco.
De fato, vai ficando cada vez mais clara
a estratégia do Papa. Com a realização de dois sínodos, um em seguida
ao outro, as atenções são direcionadas para um assunto que em si mesmo é
importante, mas que sobretudo serve de termômetro para medir a
verdadeira postura da Igreja diante dos problemas que a humanidade vive
hoje.
Neste sentido, a família é a realidade
mais consistente que simboliza a humanidade inteira. Isto permite a
afirmação mais categórica e mais abrangente do mistério salvífico que
somos chamados a professar.
Se a realidade da família representa bem
a complexa existência humana, podemos fazer a grande afirmação que
resume nossa convicção cristã, e nos coloca numa perspectiva ampla e
inesgotável: Deus se compadeceu da família humana, e resolveu redimi-la,
enviando-nos o seu Filho Único, que desencadeou sua ação salvadora
começando por assumir uma família, e se inserindo através dela no
contexto concreto da humanidade.
Assim, se buscássemos uma realidade
representativa de toda a humanidade, não precisaríamos titubear: olhemos
para a família, e nela iremos encontrar os desafios que a trajetória
humana nos apresenta.
Esta prioridade que o Papa Francisco vai
dando à família, não é aleatória. Vai emergindo hoje, em toda a
sociedade, uma salutar preocupação pela situação da família. Talvez por
ver quanto se tornou adverso hoje o ambiente para uma vivência familiar
das pessoas, e quantos atropelos a família precisa enfrentar no contexto
social e cultural de hoje.
Em todo o caso, concordamos facilmente que é dever do Papa sair em defesa da família, como ele vem fazendo de maneira exímia.
O que nem todos concordam é com a
postura que o Papa Francisco propõe para uma ação concreta em defesa das
famílias. Pois a insistência do Papa em abordar a questão familiar, tem
por finalidade encontrar ações concretas que possam servir de apoio à
família em meio aos problemas que hoje ela enfrenta. Sua preocupação,
portanto, é de ordem pastoral. Consiste em encontrar meios concretos de
apoiar as famílias, para fortalecer uma verdadeira “pastoral familiar”.
Neste breve tempo de pontificado, com
seus gestos e suas palavras, o Papa Francisco conseguiu assinalar com
muita clareza uma insistência que já se constituiu na marca definitiva
do seu pontificado. Ele propõe a misericórdia como fonte inspiradora de
toda a atitude da Igreja diante da família, e como inspiração do
relacionamento cotidiano com as pessoas.
Neste sentido, é muito significativa a
decisão do Papa em convocar um “jubileu extraordinário da misericórdia”,
a se iniciar justo no dia em que a Igreja conclui a celebração dos 50
anos do encerramento do Concílio, no dia 08 de dezembro. Como a dizer
que, agora, o caminho concreto para colocar em prática a renovação
eclesial proposta pelo Concílio, será a atitude de misericórdia, pela
qual se torna possível superar os impasses existenciais do convívio
humano.
O Pontificado do Papa Francisco ficará na história com a marca registrada da misericórdiaO dia do nascituro.
Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Por determinação da 43ª Assembleia Geral
dos Bispos do Brasil, em 2005, celebra-se, em todo o Brasil, de 1 a 8
de outubro, a Semana Nacional da Vida e no dia 8 de outubro o Dia do
Nascituro, ou seja, o Dia pelo direito de nascer. “A Semana Nacional da
Vida e o Dia do Nascituro são ocasiões para que toda a Igreja continue
afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu
fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças”
(Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB). Uma data
esquecida, mas que vale a pena recordar. Nascituro, o que está para
nascer, é o que todos fomos um dia, no útero de nossa mãe, onde teve
início nossa existência, graças a Deus.
Foi escolhido o dia 8 de outubro, por
ser próximo ao dia em que se celebra a Padroeira do Brasil (12 de
outubro), cujo título, ao evocar a concepção, lembra o fruto
correspondente: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de Deus que se
fez homem, Jesus Cristo, nascituro em seu seio, que faz João Batista
exultar de alegria no ventre de Isabel (Lc 1,39-45).
A propósito, diante da atual banalização
da vida e de opiniões favoráveis ao aborto, defendido por inúmeras
pessoas influentes, é importante lembrar que a Igreja compreende as
situações difíceis que levam mães a abortar, mas, por uma questão de
princípios, defende com firmeza a vida do nascituro, como bem nos ensina
S. João Paulo II na Carta Encíclica "Evangelium Vitae" (Sobre Valor e a
Inviolabilidade da Vida Humana): “É verdade que, muitas vezes, a opção
de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão
de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente
egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns
bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os
outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições
de existência tais que levam a pensar que seria melhor para ele não
nascer. Mas essas e outras razões semelhantes, por mais graves e
dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de
um ser humano inocente” (n. 58). E, usando da prerrogativa da
infalibilidade, o Papa define: “Com a autoridade que Cristo conferiu a
Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os Bispos – que de várias e
repetidas formas condenaram o aborto e que... apesar de dispersos pelo
mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina - declaro que o
aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre
uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano
inocente. Tal doutrina está fundada sobre a lei natural e sobre a
Palavra de Deus escrita, é transmitida pela tradição da Igreja e
ensinada pelo Magistério ordinário e universal” (n. 62).
Agradeçamos ao Criador pelo dom da vida
que nos deu, e renovemos o nosso compromisso de lutar pela vida daqueles
que, como nós fomos também, ainda não têm voz, mas que são chamados a
um dia agradecerem a Deus por tão grande dom. Lutemos pela vida, contra o
aborto.
EMF: "O amor exprime-se em pequenas coisas, na atenção aos detalhes de cada dia".
Milhares
de peregrinos reuniram-se, no domingo, 27, na avenida Benjamin Franklin
Parkway para acompanhar o último discurso do papa Francisco. Após cinco
dias de visita aos Estados Unidos, o pontífice encerrou a jornada
pastoral no VIII Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia.
O papa foi recebido por crianças, jovens
e adultos que o aguardavam no local da celebração. Francisco percorreu
as ruas do Parkway, a bordo do papamóvel, saudando os peregrinos. A
missa marcou o encerramento de um dos maiores encontros promovidos pelo
Vaticano, a cada três anos. Em 2018, a cidade de Dublin, na Irlanda,
sediará o IX Encontro Mundial das Famílias.
Na homilia, Francisco dirigiu-se,
especialmente, às famílias que sofrem. Recordou que gestão simples faz a
diferença na vida em família, como o abraço após um dia de trabalho.
"São gestos mínimos, que uma pessoa
aprende em casa; gestos de família que se perdem no anonimato da vida
diária, mas que fazem cada dia diferente do outro. São gestos de mãe,
avó, pai, avô, filho. São gestos de ternura, de afeto, de compaixão.
Gestos como o prato quente de quem espera para jantar, como o café da
manhã de quem sabe acompanhar o levantar na alvorada. São gestos
familiares. É a bênção antes de dormir e o abraço ao regressar de uma
jornada de trabalho", disse o papa.
Hoje, 28, o papa Francisco já está no
Vaticano, após concluir a décima viagem apostólica internacional. Na
basílica de Santa Maria Maior, esteve diante da imagem de Nossa Senhora
para agradecer (Salus Populi Romani) a visita a Cuba e aos Estados
Unidos.
Confira, na íntegra, a homilia feita durante o VIII Encontro Mundial das Famílias:
Homilia Santa Missa no B.Franklin Parkway
Filadélfia
27 de setembro de 2015
Hoje,
a Palavra de Deus surpreende-nos com uma linguagem alegórica forte, que
nos faz pensar; imagens vigorosas, que questionam as nossas reflexões.
Uma linguagem alegórica que nos interpela, mas que anima o nosso
entusiasmo.
Na primeira Leitura, Josué diz a Moisés
que dois membros do povo estão a profetizar, anunciando a palavra de
Deus sem qualquer mandato. No Evangelho, João diz a Jesus que os
discípulos impediram uma pessoa de expulsar os espíritos malignos em
nome d'Ele. E aqui aparece a surpresa: Moisés e Jesus censuram estes
colaboradores por serem de mente tão fechada. Oxalá fossem todos
profetas da Palavra de Deus! Oxalá cada um fosse capaz de fazer milagres
em nome do Senhor!
Por sua vez, Jesus encontra hostilidade
nas pessoas que não aceitaram aquilo que fazia e dizia. Para elas, a
abertura de Jesus à fé honesta e sincera de muitas pessoas, que não
faziam parte do povo eleito de Deus, parecia intolerável. Entretanto os
discípulos estavam a agir em boa-fé; mas a tentação de serem
escandalizados pela liberdade de Deus, que faz chover tanto sobre os
justos como sobre os injustos (cf. Mt 5, 45), ultrapassando a
burocracia, o oficial e os círculos restritos, ameaça a autenticidade da
fé e, por isso, deve ser vigorosamente rejeitada.
Quando nos damos conta disto, podemos
entender por que motivo as palavras de Jesus sobre o escândalo são tão
duras. Para Jesus, o escândalo intolerável consiste em tudo aquilo que
destrói e corrompe a nossa confiança no modo de agir do Espírito.
Deus, nosso Pai, não Se deixa vencer em
generosidade, e semeia. Semeia a sua presença no nosso mundo, porque «é
nisto que está o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele
mesmo que nos amou» primeiro (1 Jo 4, 10). Aquele amor dá-nos uma
certeza profunda: somos procurados por Ele, Ele está à nossa espera. É
esta confiança que leva o discípulo a estimular, acompanhar e fazer
crescer todas as boas iniciativas que existem ao seu redor. Deus quer
que todos os seus filhos tomem parte na festa do Evangelho. Não ponhais
obstáculo ao que é bom – diz Jesus –, antes pelo contrário, ajudai-o a
crescer. Pôr em dúvida a obra do Espírito, dar a impressão de que a
mesma não tem nada a ver com aqueles que não são «do nosso grupo», que
não são «como nós», é uma tentação perigosa. Não só bloqueia a conversão
à fé, mas constitui uma perversão da fé.
A fé abre a «janela» à presença operante
do Espírito e demonstra-nos que a santidade, tal como a felicidade,
está sempre ligada aos pequenos gestos. «Seja quem for que vos der a
beber um copo de água por serdes de Cristo, (...) não perderá a sua
recompensa», diz Jesus (Mc 9, 41). São gestos mínimos, que uma pessoa
aprende em casa; gestos de família que se perdem no anonimato da vida
diária, mas que fazem cada dia diferente do outro. São gestos de mãe, de
avó, de pai, de avô, de filho. São gestos de ternura, de afeto, de
compaixão. Gestos como o prato quente de quem espera para jantar, como o
café da manhã de quem sabe acompanhar o levantar na alvorada. São
gestos familiares. É a bênção antes de dormir, e o abraço ao regressar
duma jornada de trabalho. O amor exprime-se em pequenas coisas, na
atenção aos detalhes de cada dia que fazem com que a vida tenha sempre
sabor de casa. A fé cresce, quando é vivida e plasmada pelo amor. Por
isso, as nossas famílias, as nossas casas são autênticas igrejas
domésticas: são o lugar ideal onde a fé se torna vida e a vida se torna
fé.
Jesus convida-nos a não obstaculizar estes pequenos gestos
miraculosos; antes, quer que os provoquemos, que os façamos crescer, que
acompanhemos a vida como ela se nos apresenta, ajudando a suscitar
todos os pequenos gestos de amor, sinais da sua presença viva e operante
no nosso mundo.
Este comportamento a que somos
convidados leva-nos a perguntar: Como estamos a trabalhar para viver
esta lógica nas nossas famílias e nas nossas sociedades? Que tipo de
mundo queremos deixar aos nossos filhos (cf.Laudato si', 160)? Não
podemos responder, sozinhos, a estas perguntas. É o Espírito que nos
chama e desafia a responder a elas com a grande família humana. A nossa
casa comum não pode mais tolerar divisões estéreis. O desafio urgente de
proteger a nossa casa inclui o esforço de unir toda a família humana na
busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as
coisas podem mudar (cf. ibid., 13). Que os nossos filhos encontrem em
nós pontos de referência para a comunhão! Que os nossos filhos encontrem
em nós pessoas capazes de se associarem com outras para fazer florir
todo o bem que o Pai semeou.
Sem meias palavras mas com afeto, Jesus
diz-nos: «Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos
filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho
pedem?» (Lc 11, 13). Quanta sabedoria há nestas palavras! De fato nós,
seres humanos, quanto a bondade e pureza de coração não temos muito de
que nos vangloriarmos; mas Jesus sabe que, relativamente aos filhos,
somos capazes de uma generosidade sem limites. Por isso nos encoraja: se
tivermos fé, o Pai dar-nos-á o seu Espírito.
Nós cristãos, discípulos do Senhor,
pedimos às famílias do mundo que nos ajudem. Somos tantos a participar
nesta celebração e isto, em si mesmo, já é algo de profético, uma
espécie de milagre no mundo de hoje. Quem dera que fôssemos todos
profetas! Quem dera que cada um de nós se abrisse aos milagres do amor a
bem de todas as famílias do mundo, para assim podermos superar o
escândalo de um amor mesquinho e desconfiado, fechado em si mesmo, sem
paciência com os outros!
Como seria bom se por todo o lado, mesmo
para além das nossas fronteiras, pudéssemos encorajar e apreciar esta
profecia e este milagre! Renovemos a nossa fé na palavra do Senhor, que
convida as nossas famílias para esta abertura; que convida todos a
participarem na profecia da aliança entre um homem e uma mulher, que
gera vida e revela Deus.
Toda a pessoa que desejar formar, neste
mundo, uma família que ensine os filhos a alegrar-se com cada ação que
se proponha vencer o mal – uma família que mostre que o Espírito está
vivo e operante –, encontrará a nossa gratidão e a nossa estima,
independentemente do povo, região ou religião a que pertença.
Que Deus nos conceda a todos, como
discípulos do Senhor, a graça de ser dignos desta pureza de coração que
não se escandaliza do Evangelho.
Conversando sobre o papa Francisco.
Dom José Antônio Peruzzo
Arcebispo de Curitiba (PR)
Por estes dias o papa Francisco já se
encaminha para o fim de sua visita a Cuba e Estados Unidos. Neste
domingo ele estará presente ao Encontro Mundial das Famílias, na cidade
da Filadélfia. A cada viagem deste homem multiplicam-se os artigos,
seguem as análises de toda ordem, elencam-se as concordâncias e
discordâncias. Os entusiastas festejam, os críticos tudo observam, as
mentes conservadoras murmuram por não ter ele condenado esta ou aquela
ideologia. Há quem lhe tenha assacado o título de marxista. Alguns mais
furiosos, encolerizados, dizem que estamos ante um papa não católico. Há
pareceres de todas as cores, pendores e favores.
Dentre as muitas linhas lidas,
agradou-me o que escreveu David Brooks. Gostei de sua percepção
refinada. Seu escrito leva o seguinte título: “Bergoglio, o príncipe do
povo”. Mais do que pronunciamentos doutrinais e exortativos, o
jornalista percebeu o melhor que Francisco tinha a oferecer: sua pessoa e
“sua maneira de ser”. Enfatizou que o mais comum entre os setores de
imprensa é cobrir toda a indicação sobre o aborto, o casamento gay, o
aquecimento global e o divórcio, e tantos outros temas candentes na
atualidade.
Entretanto, pensa o articulista, parece
importante aprender a perceber a grandeza do homem Bergoglio. Destaca
que este papa anda inquieto com “sistemas intelectuais abstratos que
falam de cruas generalidades, instrumentalizam os pobres e ignoram a
rica natureza peculiar de cada alma e de cada situação”. Não agradam a
Francisco as afetadas teorizações sobre os grandes temas, pois é forte o
risco de aprisionarem-se em narrativas gastas.
Não respondemos suficientemente aos
desafios das situações e da história apenas estudando-os. O escritor
percebe que, com seu modo de ser, o papa recomenda aos católicos que não
se ama Jesus estudando-o; que não se ama o próximo com esquemas
hermenêuticos. Todas as verdades são verazes na medida em que suscitam
vivências e experiências que nos aproximam de Jesus Cristo. O papa toma o
exemplo de Maria de Nazaré: “Se vocês quiserem conhecê-la, perguntem
aos teólogos. Se quiserem saber como amá-la, perguntem ao povo”.
Assim como o elitismo material ameaça a
espiritualidade, a mesma ameaça pode vir do elitismo intelectual. Daí
que os modos ternos de falar de Deus parecem ser referenciais mais
compreensíveis para a linguagem da evangelização do que a abordagem
conceitual. Não é a completude teórica que transmite o amor. O amor se
transmite por si mesmo. Precisamos aprender e aceitar que Francisco
prefere muito mais os gestos do que as sistematizações.
Nos últimos meses houve quem tenha se
inquietado com algumas formas pouco tradicionais para um papa, no seu
modo de expressar-se. Sua linguagem rica de exemplos e comparações
parece afrouxar a profunda coerência teológica do cristianismo... Outros
insatisfeitos afirmam que da parte de Francisco as críticas aos
esquemas pecaminosos da decadente cultura ocidental são muito brandas.
Mas o perspicaz jornalista lembrou que agrada muito ao titular de Roma
partir da beleza humana para falar de Deus. Eis o que cravou do papa:
“Vejo a santidade na paciência do povo de Deus: a mulher que cria os
filhos, o homem que trabalha para levar o pão para casa, os doentes, os
sacerdotes idosos com todas as suas feridas, mas que conservam um
sorriso no rosto”. Que bela teologia!
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
7o. e 8o. Encontros de implantação - Paróquia N. S. das Graças - Pindoretama - Região Praia.
Realizados dia 27.09.2015, 7o. e 8o. Encontros de implantação - Paróquia N. S. das Graças - Pindoretama - Região Praia. Na ocasião foram refletidos os temas: "Iniciando os trabalhos" e "A formação do agente da Pastoral Familiar" respectivamente. Com a presença sempre marcante do Padre Aírton, que motivou os envolvidos, neste processo de formação e implantação, desta importante pastoral. Representando a Comissão Arquidiocesana o Casal Fontenelle e Margareth.
domingo, 27 de setembro de 2015
I Congresso das Famílias da Paróquia São Pedro - Barreiras - Região Serra.
Realizado dia 26.09.2015, o I Congresso das Famílias da Paróquia São Pedro - Barreiras - Região Serra. Na ocasião cerca de 189 pessoas se reuniram para um dia de pregações, louvor, adoração e Santa Missa, Padre João Bosco motivou os presentes para o compromisso com a evangelização das famílias da comunidade, com especial cuidado as crianças e jovens. Ficamos felizes e esperançosos em participar deste importante momento da vida eclesial local, esperamos ansiosos pelo início da implantação da Pastoral Familiar. Representando a Comissão Arquidiocesana o Casal Fábio e Márcia
Assinar:
Postagens (Atom)