Realizada no dia 31.10.16 ás 19h30m, uma formação sobre os Objetivos da Pastoral Familiar, na Paróquia da Santissima Trindade no bairro José Walter da região Nossa Senhora da Conceição. Graças a Deus por mais uma paróquia objetivando a Implantação da Pastoral Familiar, todos participaram de uma maneira bem ativa, onde os facilitadores da formação Fábio e Márcia, coordenadores arquidiocesano, da Pastoral Familiar de Fortaleza, incentivaram todos os presentes dando ênfase para que os objetivos fossem bem acompanhados. Presentes também os assessores da região, Cláudio Reges e Raquel.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
domingo, 30 de outubro de 2016
"Não se pode ser católicos e sectários"
Cidade
do Vaticano (RV) - O Papa Francisco concedeu uma entrevista sobre sua
viagem apostólica à Suécia, que se realizará de 31 deste mês a 1° de
novembro, ao sacerdote jesuíta Pe. Ulf Jonsson, diretor da revista
jesuíta sueca “Signum”, junto com o diretor da revista jesuíta italiana
“La Civiltà Cattolica”, Pe. Antonio Spadaro.
"Não se pode ser católico e sectários" disse o Pontífice na
entrevista concedida na véspera da visita à Suécia para a comemoração
ecumênica dos 500 anos da Reforma Luterana.
“Na entrevista o Papa falou, entre vários assuntos, sobre sua amizade
com os luteranos desde quando era garoto e depois nos tempos de seu
ministério episcopal. Além de explicar as modalidades da visita e seu
significado, Francisco falou sobre o desafio espiritual para as Igrejas
“envelhecidas” e sobre a importância da inquietude na sociedade marcada
pelo bem-estar. A propósito do diálogo ecumênico sublinhou a importância
de “caminhar juntos” para não permanecer fechados em perspectivas
rígidas, porque nelas não há possibilidade de reforma.
Introdução do Pe. Jonsson
“Durante um encontro dos diretores das revistas culturais europeias
da Companhia de Jesus, na metade de junho, manifestei ao Pe. Antonio
Spadaro, diretor de La Civiltà Cattolica, um desejo que eu tinha no
coração há muito tempo: entrevistar o Papa Francisco na véspera de sua
viagem apostólica à Suécia, 31 de outubro de 2016, para participar da
comemoração ecumênica dos 500 anos da Reforma Luterana. Pensei que uma
entrevista fosse a melhor maneira de preparar o país para a mensagem que
o Pontífice teria endereçado às pessoas durante sua visita. Como
diretor da revista cultural dos jesuítas suecos Signum, pensei que este
objetivo entrasse plenamente em nossa missão.
O ecumenismo, assim como o diálogo entre as religiões e também com os
não fiéis, está muito no coração do Papa. Ele fez entender isso de
muitas maneiras. Ele é um homem de reconciliação. Francisco está
profundamente convencido de que os homens devem superar barreiras e
cercas de qualquer tipo. Acredita no que define “cultura do encontro”.
Isso para que todos possam colaborar para o bem comum da humanidade.
Queria que esta visão de Francisco pudesse tocar a mente e o coração de
muitos antes de sua chegada à Suécia: a entrevista teria sido o meio
melhor para alcançar tal objetivo. Disse isso ao Pe. Spadaro com o qual
prossegui a reflexão até agosto, quando juntos chegamos à conclusão de
que era realmente oportuno apresentar ao Pontífice este pedido a fim de
que pudesse decidir se realizá-la ou não. O Papa tomou tempo pra
refletir sua oportunidade. No final, a resposta foi positiva e nos deu
um encontro na Santa Marta na tarde do sábado, 24 de setembro passado.
Foi um dia realmente agradável por causa da temperatura e
luminosidade do céu. Atravessando o trânsito de Roma de carro com Pe.
Spadaro, estava ansioso, mas feliz. Chegamos a Santa Marta 15 minutos
antes do previsto. Pensei que devíamos esperar e ao invés fomos logo
convidados a subir ao andar onde o Papa tem o seus aposentos. Quando o
elevador se abriu, vi um guarda-suíço que nos saudou com cortesia. Ouvi a
voz do Papa falar cordialmente com outras pessoas em espanhol, mas não o
vi. A um certo ponto ele apareceu com duas pessoas, conversando
amigavelmente. Nos saudou com um sorriso indicando-nos de entrar em seus
aposentos: ele voltaria logo.
Fiquei surpreso com esta simples e calorosa familiaridade o
acolhimento. Foi-nos dito na portaria que o Papa teve um dia intenso, e
eu pensei que estivesse cansado no final do dia. Ao invés disso, fiquei
surpreso em vê-lo tão cheio de energia e relaxado.
O Papa entrou na sala e nos convidou a sentar onde preferíamos.
Sentei-me numa poltrona e Pe. Spadaro diante de mim. O Papa se sentou no
sofá no meio das duas poltronas. Apresentei-me no meu italiano pobre,
mas suficiente para entender e dialogar com simplicidade. Depois de
algumas brincadeiras do Papa acendemos os gravadores e iniciamos a
conversa.
Pe. Spadaro traduziu do inglês algumas perguntas que eu queria fazer
ao Papa e que eu tinha preparado, mas depois da conversa entre nós três
fluiu naturalmente, numa atmosfera amigável e sem distâncias
artificiais. Sobretudo porque foi claro e direto, sem rodeios e sem que a
atmosfera típica dos encontros com os grandes líderes ou pessoas a
respeito. Não tenho nenhuma dúvida de que o Papa Francisco ama
conversar, comunicar com os outros. Às vezes toma tempo para refletir
antes de responder, e suas respostas sempre transmitem uma sensação de
envolvimento sério, mas não pesada ou triste. Na verdade, durante a
nossa visita, ele deu várias vezes sinais de seu humorismo.
Entrevista
Santo Padre, em 31 de outubro o senhor visitará Lund e Malmö para
participar da Comemoração Ecumênica dos 500 anos da Reforma, organizada
pela Federação Luterana Mundial e pelo Pontifício Conselho para a
Promoção da Unidade dos Cristãos. Quais são as suas esperanças e suas
expectativas para este evento histórico?
“Digo somente uma palavra: aproximar-se. A minha esperança e
expectativa são as de me aproximar mais de meus irmãos e irmãs. A
proximidade faz bem a todos. A distância ao invés nos faz adoecer.
Quando nos distanciamos, nos fechamos dentro de nós mesmos e nos
tornamos nômades, incapazes de nos encontrar. Nos deixamos levar pelo
medo. É preciso aprender a se transcender para encontrar os outros. Se
não o fazemos nós cristãos nos adoecemos de divisão. A minha expectativa
é a de conseguir fazer um passo de proximidade, de estar próximo aos
meus irmãos e irmãs que vivem na Suécia.”
Somente uma vez ante do senhor, um Papa visitou a Suécia, Joao Paulo
II, em 1989. Aquele era um tempo de entusiasmo ecumênico e desejo
profundo de unidade entre católicos e luteranos. Desde então, o
movimento ecumênico parece ter perdido o vigor e novos obstáculos
surgiram. Como deveria ser geridos estes obstáculos? Quais são, a seu
ver, os meios melhores para promover a unidade dos cristãos?
Claramente cabe aos teólogos continuar a dialogar e estudar os
problemas: sobre isso não tenho dúvidas. O diálogo teológico deve
prosseguir, porque é um caminho a ser percorrido. Penso nos resultados
que nesta estrada foram alcançados com o grande documento ecumênico
sobre a justificação: foi um grande passo positivo. Certo, depois deste
passo imagino que não será fácil ir adiante por causa das várias
capacidades de compreender algumas questões teológicas. Perguntei ao
Patriarca Bartolomeu se era verdade aquilo que se fala do Patriarca
Atenágoras, ou seja, que teria dito a Paulo VI: “Nós vamos em frente e
coloquemos os teólogos numa ilha para discutirem entre eles”. Me disse
que é uma piada verdadeira. Mas sim, o diálogo teológico deve continuar,
mesmo se não será fácil.
Pessoalmente, acredito que se deve mover o entusiasmo para a oração
comum e as obras de misericórdia, ou seja, o trabalho feito em conjunto
no sentido de ajudar os doentes, os pobres, os encarcerados. Fazer algo
juntos é uma forma elevada e eficaz de diálogo. Penso também na
educação. É importante trabalhar juntos e não maneira sectária. Devemos
ter claro um critério em qualquer caso: fazer proselitismo no campo
eclesial é pecado. Bento XVI nos disse que a Igreja não cresce por
proselitismo, mas por atração. O proselitismo é um comportamento
pecaminoso. Seria como transformar a Igreja numa organização. Falar,
rezar e trabalhar juntos: este é o caminho que devemos fazer. Veja, na
unidade aquele que não erra nunca é o inimigo, o demônio. Quando os
cristãos são perseguidos e mortos, são por serem cristãos e não porque
são luteranos, calvinistas, anglicanos, católicos ou ortodoxos. Existe
um ecumenismo de sangue.
Recordo-me de um episódio que vivi com o pároco da paróquia de Sankt
Joseph em Wandsbek, Hamburgo. Ele levava adiante a causa dos mártires
guilhotinados por Hitler, porque ensinavam o catecismo. Foram
guilhotinados um atrás do outro. Depois dos dois primeiros, que eram
católicos, foi morto um pastor luterano condenado pelo mesmo motivo. O
sangue dos três se misturou. O pároco me disse que para ele era
impossível continuar a causa de beatificação dos dois católicos sem
inserir o luterano; o sangue deles foi misturado! Mas lembro-me também
da homilia do Papa Paulo VI em Uganda, em 1964, que mencionava juntos,
unidos, os mártires católicos e anglicanos.
Tive este pensamento quando eu também visitei Uganda. Isto acontece
também em nossos dias: os ortodoxos, os mártires coptas mortos na Líbia.
É o ecumenismo de sangue. Portanto, rezar juntos, trabalhar juntos e
compreender o ecumenismo de sangue.
Uma das causas maiores de inquietude de nosso tempo é a difusão do
terrorismo revestido de termos religiosos. O encontro de Assis acentuou
também a importância do diálogo inter-religioso. Como o senhor viveu
isso?
Havia todas as religiões que têm contato com Santo Egídio. Encontrei
aqueles que Santo Egídio contatou: eu não escolhi quem encontrar. Mas
eram muitos, e o encontro foi muito respeitoso e sem sincretismo. Todos
juntos falamos de paz e pedimos a paz. Dissemos juntos palavras fortes
para a paz que as religiões realmente querem. Não se pode fazer guerra
em nome da religião, de Deus: é uma blasfêmia, é satânico. Hoje, recebi
cerca de 400 pessoas que estavam em Nice e saudei as vítimas, os
feridos, pessoas que perderam esposas ou maridos ou filhos. Aquele louco
que cometeu a tragédia a fez pensando de fazer em nome de Deus. Pobre
homem! Era um desequilibrado! Com caridade podemos dizer que era um desequilibrado que procurou usar uma justificação em nome e Deus. Por
isso, o encontro em Assis é muito importante.“
Mas o senhor recentemente falou também de outra forma de terrorismo, o das fofocas. Em que sentido e como ele pode ser vencido?
Sim, existe o terrorismo interno e subterrâneo que é um vício difícil
de extirpar. Descrevo o vício das murmurações e das fofocas como uma
forma de terrorismo: é uma forma de violência profunda que todos temos à
disposição na alma e que requer uma conversão profunda. O problema
desse terrorismo é que todos podemos colocá-lo em prática. Toda pessoa é
capaz de se tornar terrorista usando simplesmente a língua. Não falo de
brigas que se fazem abertamente, como as guerras. Falo de um terrorismo
furtivo, escondido, que se faz jogando as palavras como "bombas" e que
faz muito mal. A raiz desse terrorismo está no pecado original, e é uma
forma de crime. É uma forma de ganhar espaço para si destruindo o outro.
É necessário, portanto, uma profunda conversão do coração para vencer
esta tentação, e é preciso se examinar muito neste ponto de vista. A
espada mata muitas pessoas, porém mata muito mais a língua, diz o
apóstolo Tiago no terceiro capítulo de sua carta. A língua é um pequeno
membro, mas pode desenvolver um fogo do mal e incendiar toda a nossa
vida. A língua pode se encher de veneno mortal. Este terrorismo é
difícil de domar.
A religião pode ser uma bênção, mas também uma maldição. Os meios de
comunicação muitas vezes trazem notícias de conflitos entre grupos
religiosos no mundo. Algumas afirmam que o mundo seria mais pacífico se
não houvesse religião. O que responde a esta crítica?
As idolatrias que estão na base de uma religião, não a religião!
Existem idolatrias ligadas à religião: a idolatria do dinheiro, das
inimizades, do espaço superior ao tempo, da concupiscência da
territorialidade do espaço. Existe uma idolatria da conquista do espaço,
do domínio, que ataca as religiões como um vírus maligno. A idolatria é
uma religião falsa, é uma religiosidade errada. Eu a chamo “uma
transcendência imanente”, ou seja, uma contradição. Ao invés, as
religiões verdadeiras são o desenvolvimento da capacidade que tem um
homem de se transcender rumo ao absoluto. O fenômeno religioso é
transcendente e tem a ver com a verdade, a beleza, a bondade e a
unidade. Se não há esta abertura, não há transcendência, não há religião
verdadeira, existe idolatria. A abertura à transcendência não pode
absolutamente ser causa de terrorismo, porque esta abertura está sempre
unida à busca da verdade, da beleza, da bondade e da unidade.
O senhor muitas vezes falou em termos muito claros sobre situação
terrível dos cristãos em algumas áreas do Oriente Médio. Existe ainda
esperança por um desenvolvimento mais pacífico e humano para os cristãos
naquela área?
Acredito que o Senhor não deixará o seu povo a si mesmo, não o
abandonará. Quando lemos sobres as provações duras do povo de Israel na
Bíblia fazemos memória as provações dos mártires, constatamos como o
Senhor sempre veio em auxílio ao seu povo. Recordamos no Antigo
Testamento a morte dos sete filhos com a sua mãe no Livro dos Macabeus
ou o martírio de Eleazar. Certamente, o martírio é uma das formas da
vida cristã. Recordamos São Policarpo e a carta à Igreja de Esmirna que
nos fala sobre as circunstâncias de sua prisão e sua morte. Sim, neste
momento o Oriente Médio é a terra dos mártires. Podemos sem dúvida falar
de uma Síria mártir e martirizada. Quero citar uma recordação pessoa
que ficou no coração: em Lesbos encontrei um pai com duas crianças. Ele
me disse que era muito apaixonado por sua esposa. Ele era muçulmano e
ela cristã. Quando chegaram os terroristas, quiseram que ela tirasse a
cruz, mas ela não quis e eles a degolaram diante de seu marido e seus
filhos. Ele me continuou dizendo: “Eu a amo tanto, a amo tanto”. Sim,
ela é uma mártir, mas o cristão sabe que existe esperança. O sangue dos
mártires é a semente dos cristãos: sabemos desde sempre.
O senhor é o primeiro Papa não europeu há mais de 1.200 anos, e
muitas vezes salientou a vida da Igreja em regiões consideradas
“periféricas” do mundo. Onde, segundo o senhor, a Igreja católica terá
as suas comunidades mais vivas nos próximos 20 anos? E de que modo as
Igrejas na Europa poderão contribuir para o catolicismo do futuro?
Esta é uma pergunta ligada ao espaço, à geografia. Eu tenho alergia
de falar de espaços, mas digo sempre que das periferias se veem melhor
as coisas do que do centro. A vivacidade das comunidades eclesiais não
depende do espaço, da geografia, mas do espírito. É verdade que as
Igrejas jovens têm um espírito mais fresco, e do outro lado, existem as
Igrejas envelhecidas, Igrejas um pouco adormecidas, que parecem ser
interessadas somente em conservar o seu espaço. Nestes casos, não digo
que falta o espírito: existe sim, mas está fechado numa estrutura, numa
maneira rígida, temorosa de perder o espaço. Nas Igrejas de alguns
países se vê próprio que falta o frescor. Neste sentido, o frescor das
periferias dá mais espaço ao espírito. É preciso evitar os efeitos de um
mal envelhecimento das Igrejas. Faz bem reler o capítulo terceiro do
Profeta Joel, ali onde diz que os idosos terão sonhos e que os jovens
terão visões. Nos sonhos dos idosos existe a possibilidade de que os
nossos jovens tenham novas visões, tenham novamente um futuro. Ao invés,
as Igrejas às vezes são fechadas em programas, em programações. Eu
admito: sei que são necessários, mas eu faço muita fadiga a colocar
muita esperança nos organogramas. O espírito está pronto a impulsionar, a
ir adiante. E o espírito se encontra na capacidade de sonhar e na
capacidade de profetizar. Isto para mim é um desafio para toda a Igreja.
E a união entre idosos e jovens é para mim o desafio do momento para a
Igreja, o desafio para a sua capacidade de frescor. Por isso, em
Cracóvia durante a Jornada Mundial da Juventude, recomendei aos jovens
de conversar com os avós. A Igreja jovem rejuvenesce mais quando os
jovens conversam com os idosos e quando os idosos sabem sonhar coisas
grandes, porque isso faz com que os jovens profetizem. Se os jovens não
profetizam falta respiro para a Igreja.
A sua visita à Suécia tocará um dos países mais secularizados no
mundo. Boa parte de sua população não acredita em Deus, e a religião tem
um papel um pouco modesto na vida pública e na sociedade. Segundo o
Senhor, o que perde uma pessoa que não acredita em Deus?
“Não se trata de perder alguma coisa. Trata-se de não desenvolver
adequadamente uma capacidade de transcendência. O caminho da
transcendência dá lugar a Deus, e nisto são importantes também os
pequenos passos, até mesmo o do ateu a ser agnóstico. O problema para
mim é quando se fecha e se considera a própria vida perfeita em si
mesma, portanto, fechada em si mesma, sem necessidade de uma
transcendência radical. Mas para abrir aos outros a transcendência não é
necessário fazer muitos discursos e palavras. Quem vive a
transcendência é visível: é um testemunho vivo. No almoço que tive em
Cracóvia com alguns jovens, um deles me perguntou: “O que deve dizer a
um mio amigo que não acredita em Deus? Como faço para convertê-lo? Eu
lhe respondi: “A última coisa que deve fazer é dizer alguma coisa. Aja!
Vivi! Depois, vendo a sua vida, o seu testemunho, talvez o outro irá
perguntar porque você vive assim. Estou convencido de que quem não crer
ou não procura Deus talvez não sentiu a inquietude de um testemunho.
Isso está muito ligado ao bem-estar. A inquietude se encontra
dificilmente no bem-estar. Por isso, acredito que contra o ateísmo, ou
seja, contra o fechamento à transcendência, valem realmente, somente a
oração e o testemunho.”
Os católicos na Suécia são uma pequena minoria, e na maior parte
composta por imigrantes de várias nações do mundo. O senhor se
encontrará com alguns deles celebrando a Missa em Malmö em 1° de
Novembro. Como vê o papel dos católicos numa cultura como a sueca?
“Vejo uma convivência saudável, onde cada um pode viver sua fé e
expressar o seu testemunho, vivendo num espírito aberto e ecumênico. Não
se pode ser católicos e sectários. Devemos nos esforçar para estar com
os outros. "Católico" e "sectário" são duas palavras que se contradizem.
É por isso que no início eu não previa celebrar uma missa para os
católicos nesta viagem: Eu queria insistir num testemunho ecumênico.
Depois eu refleti bem sobre o meu papel de pastor de um rebanho católico
que chegará também dos países vizinhos, como a Noruega e a Dinamarca.
Então, respondendo ao pedido fervoroso da comunidade católica, decidi
celebrar uma missa, aumentando a viagem de um dia. Na verdade eu queria
que a missa não fosse celebrada no mesmo dia e não no mesmo lugar do
encontro ecumênico para evitar confundir os planos. O encontro ecumênico
deve ser preservado em seu profundo significado, segundo um espírito de
unidade, que é o meu. Isto criou problemas de organização, eu sei,
porque eu vou estarei na Suécia também no Dia de Todos os Santos, que
aqui em Roma é importante. Mas, a fim de evitar mal-entendidos, eu quis
que fosse assim.”
O senhor é um jesuíta. Desde 1879, os jesuítas desempenharam suas
atividades na Suécia nas paróquias, com exercícios espirituais, com a
revista «Signum», e nos últimos 15 anos, graças ao Instituto
universitário «Newman». Quais compromissos e quais valores deveria
caracterizar o apostolado dos jesuítas hoje neste país?
Acredito que a primeira tarefa dos jesuítas na Suécia seja a de
favorecer de toda forma o diálogo com aqueles que vivem na sociedade
secularizada e com os não crentes: falar, partilhar, compreender e estar
próximo. Depois, claramente é preciso favorecer o diálogo ecumênico. O
modelo para os jesuítas suecos deve ser São Pedro Favre, que estava
sempre a caminho e que foi guiado por um espírito bom, aberto. Os
jesuítas não têm uma estrutura quieta. É preciso ter o coração inquieto e
ter estruturas, sim, mas inquietas.
Quem é Jesus para Jorge Mario Bergoglio?
Jesus para mim é Aquele que me olhou com misericórdia e me salvou. A
minha relação com ele tem sempre este princípio e fundamento. Jesus deu
sentido à minha vida aqui na terra, e esperança por uma vida futura. Com
a misericórdia me olhou, me pegou, me colocou no caminho... E me deu
uma graça importante: a grana da vergonha. A minha vida espiritual está
toda contida no capítulo 16 de Ezequiel. Especialmente nos versículos
finais, quando o Senhor revela que iria estabelecer a sua aliança com
Israel dizendo-lhe: “Saberás que eu sou o Senhor, a fim de que te
lembres e te cubras de vergonha, e na tua humilhação já não tenhas
disposição de falar, quando eu tiver perdoado tudo quanto fizeste”. A
vergonha é positiva: nos faz agir, mas nos faz entender qual é o nosso
lugar, quem somos, impedindo todo orgulho e vaidade.
Uma palavra final, Santo Padre, sobre esta viagem à Suécia
O que me vem naturalmente para acrescentar agora é simples: ir,
caminhar juntos! Não permanecer fechados em perspectivas rígidas, porque
nelas não há possibilidade de reforma.
* * *
Formação "O Amor na Família, Dom e Missão" e" Escuta Cristã" na paróquia Nossa Senhora da Conceição em Pajuçara da região Sagrada Família
Foi realizado no dia 30.10.16, uma formação com os Temas: "O Amor na Família, Dom e Missão" e "Escuta Cristã" na paróquia Nossa Senhora da Conceição em Pajuçara da região Sagrada Família. O amor na família é dom porque nasce das mãos criadoras do Pai, e recebe todo sustento e auxílio necessário para crescer, desenvolver e frutificar. É missão porque a Misericórdia é a expressão de um amor profundo e verdadeiro capaz de buscar e salvar aqueles que estão perdidos. E a "Escuta Cristã" é um espaço oferecido para quem necessita de um momento de desabafo, de reflexão e de compreender a situação em que está vivendo. Facilitadores da formação os coordenadores da Pastoral Familiar da comissão arquidiocesana de Fortaleza, Fábio e Márcia.
sábado, 29 de outubro de 2016
“Jesus chorou... Vede como ele o amava”.
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo
Arcebispo de Passo Fundo
O Dia de Finados coloca o drama humano
da morte. Ter consciência da finitude e conviver com a morte suscita
interrogações e a busca de sentido para o viver e o morrer. Tantos
carregam as marcas do sofrimento da morte das pessoas amadas e têm
dificuldade de lidar com o luto, as emoções, o vazio. Têm dificuldades
para restabelecer a esperança e a alegria de viver.É o retrato da
condição humana.
Jesus Cristo, verdadeiro Deus e homem,
quando se encontra em situações de morte envolve-se profundamente.
“Quando Jesus a viu (Maria) chorar e também os judeus que a
acompanhavam, comoveu-se interiormente e ficou conturbado. (...) Jesus
chorou. Diziam, então, os judeus: Vede como ele o amava.” (Jo 11,
33-36). O enterro da viúva de Naim relata: “Ao vê-la, o Senhor,
encheu-se de compaixão por ela.” (Lc 7, 13). Às vésperas da sua paixão e
morte na cruz rezou: “Sinto uma tristeza mortal! (...) Afasta de mim
este cálice." (Mc 14, 34-36).
A sede de infinito pode afastar a
reflexão sobre o tema do morrer. Morrer, nem pensar! Poucos consideram
que viveram o suficiente. Todos se acham no direito de esticar o mais
possível a vida na terra; talvez para atingir o limite máximo dos 122
anos, segundo pesquisas de cientistas americanos (cf. ZH, 15/10/2016).
Então, o que fazer para saciar este desejo de infinito, de eternidade?
O cristianismo vem em socorro desta
angústia humana, ao apresentar o maior presente que Deus nos dá: a vida
eterna. O credo cristão culmina na proclamação da ressurreição dos
mortos e na vida eterna. Tertuliano, no começo da era cristã, dizia: “A
confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos, crendo nela, somos
cristãos”. Esta confiança nasce dos ensinamentos de Cristo sobre a vida
eterna. “Teu irmão ressuscitará. (...) Eu sou a ressurreição. Quem crê
em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em
mim, não morrerá jamais. Crês nisto?” (Jo 11, 23-26)
O crer não dispensa os sentidos, mas ao
contrário: os supõe e, através de rituais, a crença torna-se visível. A
Igreja motiva a visita aos cemitérios no Dia de Finados, como também em
outras oportunidades, e a participação nas celebrações litúrgicas
fúnebres pelos seguintes motivos: a) o credo cristão professa a comunhão
dos santos, isto é, os batizados estão unidos em Cristo, sejam vivos ou
falecidos; b) a solidariedade para com os familiares dos falecidos; c)
oração pelos falecidos, suplicando a misericórdia divina. Rezar pelos
mortos é uma obra de misericórdia.
Visitar e cuidar dos cemitérios é uma
atitude de respeito com as pessoas que colaboraram na construção da
história familiar, da cidade, que transmitiram ciência, tecnologia,
valores e a fé. É uma oportunidade para meditar sobre o mistério da
vida, da morte e da eternidade. Estes mortos, aos olhos humanos,
provocam a consciência dos vivos para o legado que deixarão.
Também, a atitude de levar flores é
muito significativa. A obra da criação é bela e colorida. A vida da
pessoa falecida foi uma obra bela, além das atitudes de bondade, cuidado
e amor que teve. As lembranças provocam saudades dos momentos bonitos
vivenciados. As flores manifestam o reconhecimento e a gratidão.
Significativo é acender velas que, na fé
cristã católica, são símbolo do Cristo Ressuscitado e da fé na vida
eterna. O fogo da vela é luz, é calor, é sacrifício, é purificação. A
cera, que vai se consumindo lentamente, é imagem da vida que foi se
sacrificando (no sentido de tomar sacro, sagrado) até a chama se apagar
por ter-se cumprido a missão na terra.
Levar a sério a limitação humana, que
tem na morte física o limite insuperável, é o melhor convite para
valorização, o cuidado e a promoção da vida. É um grito para viver bem e
se ocupar daquilo que tem valor de eternidade.
Um Encontro Encantador.
Dom Caetano Ferrari
Diocese de Bauru
Como principal sentido, segundo o mestre
Houaiss, a palavra “encantamento” pode ser traduzida como
deslumbramento, forte emoção ou êxtase, grande admiração ou prazer que
se tem diante do que se vê, se ouve, se sente. Por exemplo, quando se vê
uma bela paisagem, se ouve uma boa música, se encontra com uma pessoal
simpática, se vive uma experiência extraordinária reveladora de sentido,
renovadora ou transformadora de vida. Como exemplo de encantamento cito
Fernando Pessoa, que acabo de ler na Folhinha do Sagrado Coração de
Jesus, que confessou: “Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o
vento passar, vale a pena ter nascido”. Por isso, fala-se tanto hoje da
“arte de encantar-se” como um aprendizado importante para ser feliz e
bem viver. Uma vida em que falte o encantamento é uma vida melancólica,
sombria.
Naturalmente não existe um viver
permanentemente sob a emoção do “encantamento”. Contudo, o elemento
tempo faz parte dessa experiência, ela deve impactar a vida por um bom
tempo, então, o tempo conta muito; a duração do efeito deve-se mais pelo
teor da qualidade do impacto do que pela sua quantidade. Uma emoção
ainda que intensa, mas instantânea que logo passe e dela se esqueça,
isto é, de baixo valor, pouco ou nada marcará a vida.
O apóstolo Lucas conta no Evangelho da
Missa de hoje - Lc 19, 1-10 - o encontro entre um chefe dos cobradores
de impostos, muito rico, chamado Zaqueu, e Jesus Cristo, ocorrido num
certo dia em que Jesus tinha entrado na cidade de Jericó. A história é
muito conhecida e tem sido comentada em prosa e verso exatamente pela
exemplaridade desse encontro, como um momento de encantamento que
revolucionou a vida de Zaqueu. Resumidamente, Zaqueu é aquele homem que
ouvira falar de Jesus e desejava ver quem era Jesus, mas, sendo de
pequena estatura, não conseguia vê-lo por causa da multidão. Então, ele
seguiu à frente e subiu numa figueira sob a qual Jesus passaria. Jesus,
quando chegou à figueira, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce
depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. Mais do que esperava, Zaqueu
desceu correndo e com alegria recebeu Jesus em sua casa. Ao ver isso,
grande parte do povo murmurava escandalizada porque Jesus fora
hospedar-se na casa de um pecador. Já em casa, Zaqueu, abrindo o seu
coração, disse a Jesus: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos
pobres e, se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”.
Respondendo, Jesus afirmou: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque
também este homem é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem
veio procurar e salvar o que estava perdido”.
Consideremos Zaqueu. Foi ou não foi um
encontro encantador esse que ele teve com Jesus? Ora, não é preciso
muitas explicações. Lucas foi sucinto na descrição do impacto que o
encontro com Jesus provocou em Zaqueu: Reconheceu-se pecador, prometeu
distribuir metade dos seus bens aos pobres e a devolver quatro vezes o
que roubou. Jesus, por sua vez, sacramentou o arrependimento e confissão
de Zaqueu com a graça da salvação e lhe reconheceu a dignidade de filho
de Abraão. Eis aí um encontro deslumbrante, salvador, que certamente
marcou para sempre a vida desse homem.
Como o médico está aí para curar os
doentes e não para tratar dos sadios, Jesus disse mais de uma vez que o
Filho do Homem veio para procurar e salvar os que estavam perdidos. Por
isso, Ele priorizou encontrar-se com os pecadores, comer com os
publicanos, acolher as prostitutas, ir atrás das ovelhas desgarradas,
socorrer os aflitos. Jesus admoestou as multidões a amar os inimigos,
fazer o bem aos que fazem o mal, bendizer os que amaldiçoam, orar por
aqueles que difamam (cf. Lc 6, 27-35). Disse ainda: “Sede
misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, para
não serdes julgados. Não condeneis, para não serdes condenados; perdoai,
e vos será perdoado. Dai e vos será dado. Será derramada no vosso
regaço uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante, pois com a
medida com que medirdes sereis medidos também” (Lc 6, 36-38).
O Papa Francisco vem convidando os
cristãos a renovar o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou a tomar a
decisão de se deixar encontrar por Ele. Assim se expressou na “Evangelii
Gaudium” (A Alegria do Evangelho), insistindo em dizer que a “Igreja
não cresce por proselitismo, mas por atração” (n: 14). Crescer por
atração é o mesmo que por encantamento, deslumbramento, alegria de
conhecer e amar a Jesus Cristo. Assim sendo, o Papa Francisco segue a
linha de pensamento do seu antecessor, o Papa Bento, e cita esse Papa
que disse: “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma
grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá
à vida um novo horizonte e, desta forma o rumo decisivo” (Deus Caritas
est, 1). O Documento de Aparecida também afirma que o encontro pessoal
com Jesus é fundamental: “Jesus precisa ser encontrado, seguido, amado,
adorado, anunciado e comunicado” (n 14). O discípulo deve ser alguém
fascinado por Jesus. A fascinação de Zaqueu por Jesus nasceu desse seu
encontro encantador com Jesus.
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
2º e 3º Encontro de Implantação da Pastoral Familiar da Paróquia São Francisco de Assis no Bairro Dias Macedo da Região Nossa Senhora da Conceição
Aconteceu no dia 28.10.16 ás 19h30m, na Paróquia São Francisco de Assis no bairro Dias Macedo da região Nossa Senhora da Conceição o 2º e 3º Encontro de Implantação da Pastoral Familiar com os seguintes temas: "Família, projeto e imagem de Deus" e "O Sacramento do Matrimônio". Tendo como condutores desta Implantação o casal assessor da respectiva região Cláudio Reges e Raquel ,que discutiram os temas com muito entusiasmo e discernimento.Como vimos, a família é um projeto de amor, um projeto feliz de Deus, desde a criação do mundo,como também o matrimônio já é um desejo de Deus desde a criação. É uma das mais belas vocações dadas por Deus, que criou e chama constantemente à felicidade e à santidade o homem e a mulher.
Francisco: Jesus que reza por nós é o fundamento da nossa vida.
Cidade
do Vaticano (RV) - O fundamento da nossa vida cristã é que Jesus reza
por nós. Foi o que afirmou o Papa Francisco na missa celebrada na manhã
desta sexta-feira (28/10), na capela da Casa Santa Marta. O Pontífice
destacou que cada escolha de Jesus, cada gesto e até mesmo o fim de sua
vida terrena na Cruz foi marcada pela oração.
Como faz habitualmente, Francisco fez sua homilia partindo das
leituras do dia e comentou o Evangelho, em que Jesus escolhe seus
discípulos depois de uma longa e intensa oração.
A pedra angular
“A pedra angular é o próprio Jesus”, disse o Papa. “Sem Ele, não há
Igreja.” Francisco, porém, destaca um detalhe do Evangelho de São Lucas
que faz refletir:
“Jesus foi para a montanha rezar e passou toda a noite em oração a
Deus’. E depois aconteceu tudo: as pessoas, a escolha dos discípulos, as
curas, a expulsão dos demônios … A pedra angular é Jesus, sim: mas
Jesus que reza. Jesus reza. Rezou e continua rezando pela Igreja. A
pedra angular da Igreja é o Senhor diante do Pai, que intercede por nós.
Nós rezamos para Ele, mas o fundamento é Ele que reza por nós”.
A nossa segurança é Jesus em oração
“Jesus sempre rezou pelos seus discípulos, inclusive na última Ceia,
disse o Papa. Antes de realizar qualquer milagre, Jesus reza. Francisco
cita como exemplo a ressurreição de Lázaro: Jesus reza ao Pai”:
“No Jardim das Oliveiras, Jesus reza; na Cruz, termina rezando: a sua
vida terminou em oração. E esta é a nossa segurança, este é o nosso
fundamento, esta é a nossa pedra angular: Jesus que reza por nós! Jesus
que reza por mim! E cada um de nós pode dizer isto: estou certo, estou
certa de que Jesus reza por mim; ele está diante do Pai e me cita. Esta é
a pedra angular da Igreja: Jesus em oração”.
Refletir sobre o mistério da Igreja
O Papa propõe o episódio, antes da Paixão, quando Jesus se dirige a
Pedro com a advertência”: “Pedro … Satanás vos pediu para vos cirandar
como o trigo. Mas eu roguei por ti para que a tua fé não desfaleça”:
“E aquilo que diz a Pedro o diz a você, e a você, e a você, e a mim, e
a todos: ‘Eu rezei por você, eu rezo por você, eu agora estou rezando
por você’, e quando vem no altar, Ele vem para interceder, para rezar
por nós. Como faz na Cruz. E isso nos dá uma grande segurança. Eu
pertenço a esta comunidade, forte porque tem como pedra angular Jesus,
mas Jesus que reza por mim, que reza por nós. Hoje nos fará bem na
Igreja; refletir sobre este mistério da Igreja. Somos todos como uma
construção, mas o fundamento é Jesus, é Jesus que reza por nós. É Jesus
que reza por mim”.
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
Papa: Deus chora pela humanidade que não entende Sua paz-amor.
Rádio
Vaticano (RV) – Deus chora hoje diante das calamidades naturais, das
guerras que eclodem para “adorar ao deus dinheiro”, das crianças
assassinadas.
Esta foi uma das reflexões do Papa na missa da manhã desta quinta-feira (27/10), na Casa Santa Marta.
“Deus chora hoje”, ressaltou Francisco, pela humanidade que não entende “a paz que Ele nos oferece, a paz do amor”.
No Evangelho do dia, Jesus chama Herodes de “raposa”, depois que
alguns fariseus disseram que ele o queria matar. E fala aquilo que
acontecerá: “se prepara à morte”. Jesus então se dirige à “Jerusalém
fechada”, que mata os profetas que a ela foram enviados.
Pranto
A seguir, Jesus muda o tom, destaca o Papa, e “começa a falar com
ternura”, a “ternura de Deus”. Jesus “olha para o seu povo, olha para a
cidade de Jerusalém”. Naquele dia “chorou sobre Jerusalém”.
“Aquele choro de Jesus – afirma o Papa – não é o choro de um amigo
diante da tumba de Lázaro, não: aquele é o choro de um amigo diante da
morte de outro. Este é o choro de pai, de um pai que chora: é Deus Pai
que chora aqui na pessoa de Jesus.
“Quantas vezes tive que reunir os teus filhos como a galinha acolhe
seus pintinhos sob as asas e vocês não quiseram! Alguém disse que Deus
se fez homem para poder chorar, chorar aquilo que fizeram a seus
filhos”.
Pai que chora
E, enquanto o choro diante da tumba de Lázaro é aquele do amigo,
“este é o choro do Pai”, diz Francisco. E o pensamento do Papa vai ao
Pai do filho pródigo, quando o filho lhe pede a herança e vai embora.
“Aquele pai está seguro, não procurou os vizinhos para dizer: “Olha o
que me aconteceu! O que este pobre desgraçado me fez! Mas eu amaldiçoo
este filho...”. Não, não fez isso. Tenho certeza, talvez tenha ido
chorar sozinho”.
E o Papa explica.
“Por que o Evangelho não diz isso, diz quando o filho o viu de longe:
isto significa que o pai sempre subia até a varanda de onde se via o
caminho para ver se o filho retornava. E um pai que faz isso é um pai
que vive no pranto, esperando que o filho volte. Este é o choro de Deus
Pai. E com este choro, o Pai recria no seu Filho toda a criação”.
Paz do amor
Deste ponto, o Papa refletiu também sobre o momento em que Jesus com a
cruz vai ao Calvário: às mulheres que choravam, diz para que não chorem
por Ele, mas por seus próprios filhos. Portanto, um “choro de pai e de
mãe que Deus também hoje chora”.
“Também hoje diante das calamidades, das guerras que eclodem para
‘adorar ao deus dinheiro’, dos tantos inocentes mortos pelas bombas
lançadas pelos adoradores do ídolo dinheiro, também o Pai chora, também
hoje diz: ‘Jerusalém, Jerusalém, filhos meus, o que estão fazendo?’ E o
diz às pobres vítimas e também aos traficantes de armas e a todos
aqueles que vendem a vida das pessoas. Nos fará bem pensar que o nosso
Deus Pai se fez homem para poder chorar; e nos fará bem pensar que nosso
Deus Pai hoje chora: chora por esta humanidade que não consegue
entender a paz que Ele nos oferece, a paz do amor”.
O Valor da Vida.
O
início de outubro é dedicado à Semana Nacional da Vida, que neste ano
tem como tema “Vida e Sociedade”. Já somos seres humanos na barriga de
nossa mãe. No momento em que se dá a fecundação do óvulo pelo sêmen
masculino, nasce uma nova vida. Sim, desde aquele primeiro instante da
gravidez um novo ser humano está no meio de nós. Este feto que está lá,
no útero materno, sendo gestado, não é parte nem do pai e nem da mãe; é
um novo ser! Ele está apenas se desenvolvendo até chegar o belo momento
do nascimento, e assim poder dividir conosco a vida. É absurda a ideia
de que deveríamos esperar semanas ou meses depois da fecundação para
considerar que aquele feto seja reconhecido como um ser humano, com
direito a prosseguir o seu caminho de vida.
Temos muitas situações angustiantes e
será necessário refletir sobre a mulher, sua dignidade e seus
machucados. A mulher-mãe deve ser contemplada com carinho e preocupação
para que, ao passar por esses momentos de crise, seja apoiada e ajudada a
encontrar caminhos. Mas hoje, o nosso assunto é a criança em gestação, o
nascituro.
A julgar pelas campanhas nacionais e
internacionais, parece que o ser humano respeita mais os ovos de
tartaruga e as árvores do que o seu filho no ventre da mãe. O aborto é
uma realidade triste de nossos tempos que, devido à propaganda, o número
tende a aumentar. Tenta-se utilizar outros termos menos agressivos,
como interrupção da gravidez e outros. A noção jurídico-positiva tem uma
acepção restrita. Para o médico, abortar é expulsar o feto. O aborto
moral baseia-se na realidade do aborto médico, mas acrescenta a
peculiaridade da instância ética (o peso da “valoração”, entendida do
ponto de vista objetivo como subjetivo).
Existem duas classes de aborto: o aborto
espontâneo e o provocado. O aborto espontâneo é aquele que acontece por
causas naturais, sem intervenção especial humana. O número de abortos
espontâneos é bastante elevado. São muitas as causas do aborto
espontâneo, pode-se, porém, afirmar de um modo geral que três de quatro
abortos se devem ao mau estado do embrião. O aborto provocado é aquele
que acontece pela intervenção do homem; as causas que estão na origem da
provocação do aborto não se justificam, pois é uma vida humana que está
em jogo.
Como ponto culminante da Semana Nacional
da Vida, celebraremos o Dia do Nascituro a 8 de outubro. O termo
nascituro encontra sua origem no latim nascituro, que significa "aquele
que há de nascer". Atualmente, nascituro é o nome que se dá ao ser
humano já concebido e que se encontra, ainda, no ventre materno.
Com o objetivo de promover, proteger,
defender e valorizar a vida humana em todas as circunstâncias, desde a
sua concepção, até a morte natural, a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) instituiu, na 43ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil,
em 2005, a primeira semana de outubro como Semana Nacional da Vida,
sendo o dia 8 como Dia do Nascituro. A Igreja no Brasil instituiu um dia
para ser comemorado e para rezar por todos os nascituros, já que, além
dos riscos naturais a que estão expostos, ainda existem várias correntes
sociais e politicas pró-aborto.
A vida deve ser defendida e preservada
desde a sua concepção até a morte natural. O Dia do Nascituro nos
desperta para a consciência de que há direitos do ser humano de
conservar a sua vida em estágio intrauterino. São muitos os ataques e
ameaças que os nascituros têm sofrido nos últimos tempos. Por isto,
vemos razões sérias para a celebração de uma semana voltada para a
beleza da vida.
A doutrina da Igreja sobre a moral e a
ética no que diz respeito ao aborto é bem taxativa. A Igreja Católica
formula sua doutrina sobre o aborto do seguinte modo: todo ser humano,
inclusive a criança ainda no seio materno, possui o direito à vida
imediatamente de Deus, não dos pais nem de qualquer outra autoridade
humana. Portanto, não existe homem algum, autoridade alguma humana,
nenhum tipo de “indicação” (médica, eugenésica, social, moral) que possa
exibir um título válido para uma direta disposição deliberada sobre uma
vida humana inocente.
Por isso, o ser humano deve ser
respeitado como pessoa desde o primeiro instante de sua existência. A
vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, desde o
momento da concepção. O respeito à vida aparece como um dos princípios
mais fundamentais e evidentes. A noção de base é o respeito da vida
humana integralmente, do início ao fim. Assim, Nós que cremos em Deus,
um sinal inquestionável desse valor é o fato de o próprio Criador ter
escolhido passar por esse caminho da existência humana e fazer essa
nossa experiência de ser gente indefesa, sob a guarda dos seus pais. O
Filho de Deus poderia ter entrado no mundo de qualquer forma que
quisesse, mas escolheu ser nascituro. Com isso, esse momento da vida
humana, que já era grande por si mesmo, ganhou significado divino,
porque o próprio Deus se fez nascituro.
Como pessoas conscientes e como cristãos
não podemos deixar que a “cultura de morte” assuma seu papel de
transformar para pior a nossa sociedade já tão machucada e sofrida.
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Palestra na Paróquia São Raimundo no Bairro Rodolfo Teófilo da Região Bom Jesus dos Aflitos com o Tema:"Família Missionária"; O cuidado com a Vida
Dia 26.10.16, às 19h, foi realizada na paróquia São Raimundo no bairro Rodolfo Teófilo da região Bom Jesus dos Aflitos uma palestra com o Tema: "Família Missionária" O cuidado com a Vida, tema este que faz parte da semana Missionária da respectiva Paróquia. Os condutores da palestra foi o casal vice-coordenador da comissão arquidiocesana da Pastoral Familiar de Fortaleza, Fontenele e Margareth.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
Formação para novos Coordenadores da Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Pobres no Tancredo Neves da Região Nossa Senhora da Conceição
Aconteceu no dia 25.10.16 às 19h, na paróquia Nossa Senhora Mãe dos Pobres no bairro Tancredo Neves da região Nossa Senhora da Conceição, uma formação para novos Coordenadores ,tendo como facilitador o Coordenador da Comissão Arquidiocesana da Pastoral Familiar de Fortaleza, Fábio.
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