Com
as palavras do papa Francisco, a Comissão Nacional da Pastoral Familiar
(CNPF) saúda todas as mães por este dia tão especial. Que Nossa Senhora
Aparecida proteja e guarde as mães, mulheres de luz e amor para a
sociedade.
Queridas mães, obrigado!
"Cada pessoa humana deve a vida a uma
mãe e quase sempre deve a ela muito da própria existência sucessiva, da
formação humana e espiritual. A mãe, porém, mesmo sendo muito exaltada
do ponto de vista simbólico – tantas poesias, tantas coisas belas se
dizem poeticamente da mãe – é pouco escutada e pouco ajudada na vida
cotidiana, pouco considerada no seu papel central da sociedade. Antes,
muitas vezes se aproveita da disponibilidade das mães a sacrificar-se
pelos filhos para "economizar" nas despesas sociais.
Acontece que, mesmo na comunidade
cristã, a mãe nem sempre é valorizada, é pouco ouvida. No entanto, no
centro da vida da Igreja está a Mãe de Jesus. Talvez as mães, prontas a
tantos sacrifícios pelos próprios filhos, e não raro também por aqueles
de outros, deveriam encontrar mais escuta. Precisaria compreender mais a
luta cotidiana delas para serem eficientes no trabalho e atentas e
afetuosas na família; precisaria entender melhor o que elas aspiram para
exprimir os frutos melhores e autênticos da sua emancipação. Uma mãe
com os filhos sempre tem problemas, sempre trabalho. Em me lembro de
casa, éramos cinco filhos e enquanto um fazia uma coisa outro fazia
outra, o outro pensava em fazer outra e a pobre mãe ia de um lado a
outro, mas era feliz, Deu tanto a nós.
As mães são o antídoto mais forte para a
propagação do individualismo egoísta. "Indivíduo" quer dizer "que não
se pode dividir". As mães, em vez disso, se "dividem" a partir de quando
hospedam um filho para dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer. São essas, as
mães, a odiar mais a guerra, que mata os seus filhos. Tantas vezes
pensei naquelas mães quando recebem a carta: "Digo-lhe que o seu filho
morreu em defesa da pátria...". Pobres mulheres! Como uma mãe sofre! São
essas a testemunhar a beleza da vida. O arcebispo Oscar Arnulfo Romero
dizia que as mães vivem um "martírio materno". Na homilia pelo funeral
de um padre assassinato pelos esquadrões da morte, ele disse, repetindo o
Concílio Vaticano II: "Todos devemos estar dispostos a morrer pela
nossa fé, mesmo se o Senhor não nos concede esta honra... Dar a vida não
significa somente ser morto; dar a vida, ter espírito de martírio, é
dar no dever, no silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever;
naquele silêncio da vida cotidiana; dar a vida pouco a pouco? Sim, como a
dá uma mãe que, sem temor, com a simplicidade do martírio materno,
concebe no seu seio um filho, dá à luz a ele, amamenta-o, fá-lo crescer e
cuida dele com carinho. É dar a vida. É martírio". Termino aqui a
citação. Sim, ser mãe não significa somente colocar no mundo um filho,
mas é também uma escolha de vida. O que escolhe uma mãe, qual é a
escolha de vida de uma mãe? A escolha de vida de uma mãe é a escolha de
dar a vida. E isto é grande, isto é belo.
Uma sociedade sem mães seria uma
sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos
piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. As mães
transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática
religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que
uma criança aprende, é inscrito no valor da fé na vida de um ser humano.
É uma mensagem que as mães que acreditam sabem transmitir sem tantas
explicações: estas chegarão depois, mas a semente da fé está naqueles
primeiros, preciosíssimos momentos. Sem as mães, não somente não haveria
novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e
profundo. E a Igreja é mãe, com tudo isso, é nossa mãe! Nós não somos
órfãos, temos uma mãe! Nossa Senhora, a mãe Igreja e a nossa mãe. Não
somos órfãos, somos filhos da Igreja, somos filhos de Nossa Senhora e
somos filhos das nossas mães.
Queridas mães, obrigado, obrigado por
aquilo que vocês são na família e por aquilo que dão à Igreja e ao
mundo. E a ti, amada Igreja, obrigado por ser mãe. E a ti, Maria, mãe de
Deus, obrigado por fazer-nos ver Jesus. E obrigado a todas as mães aqui
presentes: saudamos vocês com um aplauso!"
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