“O
mundo tem necessidade de homens e mulheres que não estejam fechados,
mas repletos de Espírito Santo”, disse o Papa, na celebração de
Pentecostes
Da redação, com Rádio Vaticano
A Basílica de São Pedro
esteve repleta de fiéis na manhã deste domingo, 24, para a celebração
litúrgica de Pentecostes, presidida pelo Papa Francisco.
Na homilia, o Santo Padre falou das três
ações do Espírito nas pessoas e comunidades que estão repletas d’Ele:
“guiar para a verdade completa, renovar a terra e produzir os seus
frutos”.
O Papa explicou que no Evangelho Jesus
promete aos seus discípulos o Espírito Santo que os há de “guiar para a
verdade completa”, dizendo-lhes que a sua ação será introduzi-los sempre
mais na compreensão daquilo que Ele, o Messias, disse e fez.
“Graças ao Espírito Santo, de que estão
repletos, compreendem a verdade completa, ou seja, que a morte de Jesus
não é a sua derrota, mas a máxima expressão do amor de Deus; um amor
que, na Ressurreição, vence a morte e exalta Jesus como o Vivente, o
Senhor, o Redentor do homem, da história e do mundo. E esta realidade,
de que são testemunhas, torna-se a Boa Notícia que deve ser anunciada a
todos”, explicou.
O Espírito Santo, além de ser guia,
renova a terra, prosseguiu o Papa, reiterando que o Espírito que Cristo
enviou do Pai e o Espírito que tudo vivifica são uma só e mesma Pessoa.
“Por isso, o respeito pela criação é uma exigência da nossa fé: o
‘jardim’ onde vivemos foi nos confiado, não para o explorarmos, mas para
o cultivarmos e guardarmos com respeito. Mas isto só será possível, se o
homem se deixar renovar pelo Espírito Santo, se se deixar replasmar
pelo Pai segundo o modelo de Cristo, novo Adão, para podermos viver a
liberdade dos filhos em harmonia com toda a criação e, em cada criatura,
podermos reconhecer o reflexo da glória do Criador”.
Por último, o Espírito dá os seus frutos,
disse ainda o Papa, citando a Carta aos Gálatas na qual São Paulo
mostra o “fruto” que se manifesta na vida daqueles que caminham segundo o
Espírito:
“Temos, de uma parte, a carne com o
cortejo dos seus vícios elencados pelo Apóstolo, que são as obras do
homem egoísta, fechado à ação da graça de Deus; mas, de outra, há o
homem que, com a fé, deixa irromper em si mesmo o Espírito de Deus e,
nele, florescem os dons divinos, resumidos em nove radiosas virtudes que
Paulo chama o ‘fruto do Espírito’”.
Segundo o Papa, o mundo tem necessidade
de homens e mulheres que não estejam fechados, mas repletos de Espírito
Santo. O fechamento ao Espírito, segundo ele, não apenas é falta de
liberdade, mas também pecado.
Francisco ainda elencou algumas muitas
maneiras de fechar-se ao Espírito Santo: “no egoísmo do próprio
benefício, no legalismo rígido – como a atitude dos doutores da lei que
Jesus chama de hipócritas –, na falta de memória daquilo que Jesus
ensinou, no viver a existência cristã não como serviço mas como
interesse pessoal, e assim por diante”.
“O mundo necessita da coragem, da
esperança, da fé e da perseverança dos discípulos de Cristo. O mundo
precisa dos frutos do Espírito Santo: ‘amor, alegria, paz, paciência,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, auto-domínio’”, disse.
De acordo com Francisco, o dom do
Espírito Santo foi concedido em abundância à Igreja e a cada fiel, para
que se viva com “fé genuína e caridade operosa”, e espalhar as sementes
da reconciliação e da paz.
Concluindo, o Papa rezou para que,
“fortalecidos pelo Espírito e seus múltiplos dons, nos tornemos capazes
de lutar, sem abdicações, contra o pecado e a corrupção e dedicar-nos,
com paciente perseverança, às obras da justiça e da paz”.
Segundo o Papa, Pentecostes é marcado pelo testemunho, a fraternidade e o início de uma Igreja missionária e universal;
“O Espírito Santo derramado no
Pentecostes, no coração dos discípulos, é o início de uma nova era: a
era do testemunho e da fraternidade”. Foi o que afirmou o Papa Francisco
neste domingo, 24, Solenidade de Pentecostes, durante a oração do Regina Coeli.
O pontífice destacou que a festa de
Pentecostes faz reviver o início da Igreja, narrado pelo livro dos Atos
dos Apóstolos. Naquela ocasião, disse o Papa, os discípulos foram
completamente transformados por essa efusão e o medo cedeu o lugar para
a coragem, o fechamento para o anúncio e toda dúvida foi expulsa pela
fé, cheia de amor. “É o batismo da Igreja que começa assim o seu caminho
na história, guiada pela força do Espírito Santo”, disse.
Francisco recordou como este
acontecimento mudou a vida dos apóstolos, abrindo as portas do Cenáculo e
levando-os ao anúncio de Cristo Ressuscitado, bem como à experiência da
universalidade da Igreja.
“Cada um dos presentes ouve os discípulos
falar em sua própria língua. O dom do Espírito restabelece a harmonia
das línguas que tinha sido perdida em Babel e prefigura a dimensão
universal da missão dos Apóstolos. A Igreja nasce universal, una e
católica, com uma identidade precisa, mas aberta, que abraça o mundo
inteiro, sem excluir ninguém”, frisou o Santo Padre.
O livro dos Atos dos Apóstolos também
relata que, sobre os discípulos desceram chamas de fogo. O Papa explicou
que eram as chamas do amor que queimam toda amargura; era a língua do
Evangelho que atravessa os confins impostos pelos homens e toca os
corações da multidão, sem distinção de língua, raça ou nacionalidade.
“Com o dia de Pentecostes, o Espírito
Santo é derramado continuamente também hoje sobre a Igreja e sobre cada
um de nós para sairmos de nossa mediocridade e de nossos fechamentos e
comunicar ao mundo o amor misericordioso do Senhor. Esta é a nossa
missão! Também nos foi dado como dom a língua do Evangelho e o fogo do
Espírito Santo para proclamarmos Jesus ressuscitado, vivo e presente em
nosso meio, aproximando os povos a Ele que é caminho, verdade e vida”,
sublinhou ainda Francisco.
“Confiemo-nos à materna intercessão de
Maria, que estava presente como Mãe em meio aos discípulos no Cenáculo,
para que o Espírito Santo desça abundantemente sobre a Igreja de nosso
tempo, encha os corações de todos os fiéis e acenda neles o fogo de seu
amor”, concluiu.
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