Na
primeira reflexão da série especial sobre "Homossexuais e Vida Cristã",
você pode conhecer um pouco da missão do Apostolado Courage. A entidade
de âmbito internacional foi criada em 1994, com apoio do então papa
João Paulo II. No Brasil, as atividades tiveram início em meados de
2011. O trabalho da Courage é atender homens e mulheres que sentem
atração pelo mesmo sexo (AMS), conhecida como homossexualidade. Ou
ainda, ajudar pessoas que desenvolvem atração por ambos os sexos (AAS), a
chamada bissexualidade. Â O Apostolado possui cerca de 120 sedes, em
quatorze países, incluindo o Brasil. Saiba mais: www.couragebrasil.com.
A segunda parte desta reflexão apresenta as famílias caminhos pastorais para o acolhimento as pessoas homossexuais.
Atitude dos pais
Em continuidade a esta reflexão, o
membro da Courage, Maurício Marcos Abambres, comenta sobre a orientação
aos pais que descobrem que o filho ou filha possui AMS ou AAS.
Geralmente, ao saberem sobre a vivência homossexual dos filhos, os pais
entram em desespero, e ficam confusos sem saber o que fazer.
"Já ouvimos diversas histórias, como no
caso de pais que tentaram diversos tratamentos psicológicos, outros que
mudaram os filhos de cidade, os agrediram fisicamente e até mesmo os
expulsaram de casa. Não é necessário explicar que todas essas atitudes
estão mais do que erradas. Os pais devem, quando vêm a conhecer a AMS
dos filhos, analisar suas próprias atitudes e buscar aproximação com
eles. Os filhos precisam de pais presentes, amorosos, dedicados,
compreensivos, que os ouçam e sejam exemplos de masculinidade e
feminilidade, sem nunca perder os princípios morais católicos".
Filhos homossexuais
Acolhimento e amor são atitudes que os
pais precisam exercitar com os filhos que possuem AMS ou AAS. Entre as
causas desses dois comportamentos, podem ser originários de problemas
existentes do círculo familiar. "Os pais devem ficar atentos, deste a
mais tenra infância, para que os filhos tenham segurança no
desenvolvimento de sua identificação com o próprio sexo. Por um lado, os
meninos na aproximação com o pai, por outro, as meninas com a mãe,
jamais o contrário".
E os pais devem aceitar ou não as
atitudes homossexuais dos filhos? "Os pais não podem concordar,
principalmente se os filhos já chegaram à adolescência, com atitudes
relativas a ter relacionamentos homossexuais, frequentar lugares gays.
Não há como renunciar aos princípios católicos e aderir ao relativismo
moral moderno. Isso não implica, contudo, em ter atitudes violentas com
os filhos, mas estar sempre presente na vida deles, dispostos a
ajudá-los a se conhecerem melhor e, principalmente, ser bons exemplos de
masculinidade e feminilidade. Os pais devem auxiliar os filhos a se
sentirem confiantes em relação a seu próprio sexo, a aumentarem sua
autoestima, dar bom exemplo e esperança de uma vida digna, ainda que
possuindo atração pelo mesmo sexo".
Orientação às famílias
O Courage possui uma divisão do
Apostolado voltada aos pais, designada de Encourage (Encorajar). Aqui no
Brasil, este trabalho ainda não foi implantando totalmente, mas o grupo
de apoio da Courage Brasil já fazem aconselhamentos aos pais que entre
em contato. Para auxiliar as famílias, é indicado livro que podem servir
de ajuda aos pais – "Homossexualidade: Guia de orientação aos pais para
a formação da criança" (Joseph Nicolosi e Linda Ames Nicolosi). O livro
foi publicado em português e oferece conselhos práticos de como lidar
com essa questão na família, quando se trata da atração entre pessoas do
mesmo sexo.
Sexualidade integrada
As famílias e educadores precisam
colaborar para que as crianças e jovens desenvolvam "uma sexualidade
integrada". Essa é a visão do arcebispo de Sorocaba (SP), dom Eduardo
Benes de Sales Rodrigues, ao afirmar que "se a família e a escola não
oferecerem uma sólida formação para a virtude, não teremos cidadãos
capazes de sacrifício pelo bem comum".
O bispo da CNBB questiona se é possível
apresentar aos jovens a castidade como parte integrante de um projeto de
vida. E responde: "É claro que é possível, desde que os educadores,
eles mesmos, estejam convencidos da beleza da virtude. A castidade é
parte da virtude cardeal da temperança 'que tem em vista impregnar de
razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana', conforme nos
ensina o Catecismo da Igreja Católica (2341). Nenhum educador, em sã
consciência, julga que deixar-se levar pelos impulsos instintivos ou se
dominar por paixões desordenadas possa ser fonte de felicidade para a
pessoa".
Dom Eduardo Benes alerta, ainda, que "o sexo, quando é simples busca
de prazer, ainda que acordada entre as partes, sem nenhum projeto de
vida a dois, não gera verdadeira comunhão, antes se torna expressão de
um vazio interior jamais resolvido". Para ele, existe a urgente
necessidade de "educar para a castidade desde a infância, oferecendo,
sobretudo aos adolescentes, uma reta compreensão do sentido da
sexualidade e proporcionando-lhes um ambiente sadio, feito de
compreensão e de sincera amizade".
3 Pilares de Vida
1º - Desenvolver vidas de castidade
interior e buscar apoio e encorajamento moral de irmãos em Cristo;
partilhando as lutas e tentações. Evitar ocasiões de pecado e buscar o
sacramento da confissão.
2º - Aprofundar a espiritualidade
católica e vivê-la por meio da liturgia, eucaristia, oração individual e
em grupo, como também a leitura da Palavra e meditação.
3º - Envolver-se em atividades sociais e
espirituais, valorizando o convívio com fraterno. Ir ao cinema,
retiros, sair com os amigos, passeios. O terceiro pilar trata-se da
"camaradagem".
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