Neste
Dia de São José convém meditarmos acerca das virtudes do Patrono
Universal da Igreja, virtudes pelas quais encontramos um caminho de
verdadeira devoção, de vida interior e de doutrina.
No Evangelho de Mateus (1, 19)
encontramos a definição de homem justo para apresentar José. Com um
olhar mais atento à virtude da justiça percebemos que é o melhor
adjetivo que o Antigo Testamento pode dar a alguém, refere-se a um
atributo divino; agir com justiça é próprio da ação de Deus (Sl 71,2;
97,9; Lv 19,15; Cl 4,1; Tg 5,4). O justo no Antigo Testamento equivale
ao santo no Novo Testamento, pois a santidade é o termo mais elevado e
que nos configura à chamada vocação universal. Com isso, a justiça não é
apenas dar a cada um o que lhe pertence, mas também é ser santo,
cumprir a vontade de Deus.
As virtudes de São José se encontram na
vida diária, muitas delas são ocultas aos olhos dos homens, mas
resplandecem aos olhos de Deus. Nesse sentido a ladainha de São José –
um pouco esquecida na prática pastoral – pode nos abrir os olhos
espirituais e nos ensinar com testemunho de vida o que o Senhor espera
de nós.
Certamente, toda a vida de São José é
modelo para os cristãos. Em sua vida de trabalho, de homem simples e
buscando a vontade de Deus, José recebeu a vocação de ser pai adotivo de
Jesus e, assim, com grandeza e gratuidade manifestou imensa humildade.
Por que José, o carpinteiro, receberia esse encargo divino? O seu
próprio nome em hebraico significa Deus acrescentará e foi exatamente o
que a Providência realizou: ser o Protetor da Sagrada Família, aquele
que é da linhagem de Davi.
Tomemos como modelo o Protetor das
famílias. Felizes os lares em que o esposo e pai é um verdadeiro exemplo
de fé em Deus, de cumpridor da Lei e de amor com a esposa e os filhos!
São José assumiu o lar como chefe de família, deu exemplo de temor e
piedade, dessa forma o Senhor lhe concedeu uma paternidade que se
estende a toda a Igreja.
A figura do Santo Patriarca é
fundamental para todos os que exercem alguma paternidade, pois de José
aprendemos a autoridade espiritual, seja como pai, padrinho ou outra
função de liderança, até mesmo os padres. Nosso Seminário Diocesano faz
honra a São José com o nome e todos os dias os seminaristas de teologia o
encontram numa bela imagem – ainda não restaurada – com a seguinte
frase: Pater et Custos, que quer dizer 'Pai e Guarda' ou 'Pai e
Protetor'. Sempre que olhamos para esta imagem vemos José imponente,
varão, viril e ao mesmo tempo com muito amor, tendo o menino Jesus nos
braços.
Ide a José! Nele contemplamos o
primoroso testemunho de esposo, obediência, protetor, casto, pai
adotivo, fiel, trabalhador. Assim como um filho pequeno clama pelos pais
em momento de socorro, peçamos o socorro intercessor de São José. Suas
virtudes, sobretudo da humildade, da fé e da pureza, o intitulam "Terror
dos demônios", porque confundem os poderes malignos. O pai do orgulho é
vencido pelas virtudes daquele que o próprio Deus feito Homem obedeceu.
Sem. Luiz Roberto A. Souza
Diocese de Osasco (SP
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