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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Existe uma receita para educar os filhos?

pai-e-filhoMuitos pais querem uma receita para educar os filhos. Vale dizer que ela existe. Esta reflexão é apresentada pelo casal Volnei e  Marivone, que busca na Sagrada Família de Nazaré motivos para constatar que a família é escola de virtudes. O segredo é educar para o amor.
É com grande alegria que acolhemos o anúncio da Assembleia Geral Extraordinária em preparação ao Sínodo da Família, que acontecerá em 2015. Após avaliação de nosso caminhar através de um questionário, percebemos o quanto caminhamos e o quanto precisamos melhorar para prosseguir na missão de promover a Família, célula primordial da sociedade. O capítulo IV do Instrumentum Laboris, para a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, fala sobre a família e a vocação da pessoa em Cristo, tendo em seu conteúdo: A Sagrada Família de Nazaré e a educação para o amor (36-38). "Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens" (Lucas 2, 51-52).
Saudamos todas as famílias, célula primordial da sociedade e de toda a comunidade eclesial. Acreditamos no valor da família e não poderíamos deixar de acreditar nela como caminho para um futuro mais promissor. A Sagrada Família é proposta pela Igreja como modelo de todas as famílias cristãs: na casa de Nazaré, Deus ocupa sempre o primeiro lugar e tudo Lhe está subordinado. Os lares cristãos, se imitarem o da Sagrada Família de Nazaré, serão lares luminosos e alegres porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar o seu relacionamento pessoal com o Senhor e, com espírito de sacrifício, procurará ao mesmo tempo chegar a uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa.
A família é escola de virtudes e o lugar habitual onde devemos encontrar a Deus. Maria e José educaram Jesus, em primeiro lugar, com o seu exemplo: nos seus pais, Ele conheceu toda a beleza da fé, do amor a Deus e à sua Lei, assim como as exigências da justiça, que encontra o seu pleno cumprimento no amor (cf. Rm 13, 10). Deles aprendeu que antes de tudo é necessário realizar a vontade de Deus, e que o laço espiritual vale mais que o vínculo do sangue. A Sagrada Família de Nazaré é verdadeiramente o "protótipo" de cada família cristã que, unida no Sacramento do matrimônio e alimentada pela Palavra e pela Eucaristia, é chamada a realizar a maravilhosa vocação e missão de ser célula viva, não apenas da sociedade, mas da Igreja, sinal e instrumento de unidade para todo o gênero humano. (Bento XVI)
Colocá-la como prioridade em nossos trabalhos, é ser fiel ao Evangelho, que sustenta a base da família. Então, nos questionamos, qual seria a vocação e a missão da família nesse mundo conturbado? Nesse mundo em que estamos a primeira vocação da família é a de ser a primeira comunidade de vida e de amor, onde o Evangelho acontece e nos é revelado. Nós nascemos pessoa, mas não somos personalidade. A família há de conduzir passo-a-passo a pessoa que lhe é confiada, levando-a a ter personalidade amadurecida. Nós nascemos sociais, mas não temos o sentido profundo de comunidade; somos comunicativos, mas não somos comunitários e esse senso de comunidade vai ser aprendido em família, participando na vida em comunidade, nos grupos de famílias, na prática da vida Cristã. A Família é a Igreja doméstica, e como Igreja, é "Mãe e Mestra", fazendo-nos descobrir nossa vocação na participação. Nós vamos construindo uma prática religiosa sólida dentro da família e da comunidade. Nascemos com uma grande cede da busca do bem, da bondade, da beleza, da justiça e da verdade, estes questionamentos vão tendo resposta, nos momentos vividos no lar e na comunidade, solidificando nossa vida na sociedade. Percebemos que a família é uma escola para a vida comunitária de justiça e de amor. Através desta comunidade de vida e amor se constrói valores que nunca perecem.
A nossa querida família continua sendo comunidade de vida e de amor do homem e da mulher, comunidade de doação, não só de amor em si, mas de doação de amor, em favor do bem comum, de um para outro, sendo marido e mulher, e depois de ambos para os eventuais filhos como perpetuação de seu amor e de sua doação recíproca. É justamente no centro da família que se aprende o bem comum tão necessário, todos ao redor da mesa, comendo do mesmo pão, das mesmas iguarias, ali se aprende a fraternidade, a verdadeira cidadania, aliás, uma cidadania sobre a qual se fala tanto, mas que, possivelmente, nem se conheça bem o que venha a ser. Fala-se, que a família é a "Igreja doméstica", o "sacrário", uma espécie de Templo de Deus, porque na família reina um ar, mais do que simplesmente humano, que penetra na esfera do divino, do transcendente: pelo respeito, pela harmonia, pela consciência de que Deus está presente nessa família, e está do nosso lado. Acentua-se assim o valor da presença de Deus, especialmente na família.
A família é, ainda, uma escola de formação religiosa, pois nascemos com a tendência religiosa, e nos tornamos adultos na fé através da família, através do testemunho dos pais que são os primeiros evangelizadores. Família! Torna-te aquilo que és! Volta ao princípio, volta-te ao Deus criador, cumpre a tua missão de guardar, revelar e comunicar o amor, sendo responsável pela: Formação de uma comunidade de pessoas; pelo serviço à vida; na participação no desenvolvimento da sociedade; na participação na vida e na missão da Igreja (FC 17).
A família é um tesouro e "onde está o nosso tesouro... aí está o nosso coração", pois o "Futuro da humanidade passa pela família!" (São João Paulo II).

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