Muitos
pais querem uma receita para educar os filhos. Vale dizer que ela
existe. Esta reflexão é apresentada pelo casal Volnei e Marivone, que busca na Sagrada Família de Nazaré motivos para
constatar que a família é escola de virtudes. O segredo é educar para o
amor.
É com grande alegria que acolhemos o
anúncio da Assembleia Geral Extraordinária em preparação ao Sínodo da
Família, que acontecerá em 2015. Após avaliação de nosso caminhar
através de um questionário, percebemos o quanto caminhamos e o quanto
precisamos melhorar para prosseguir na missão de promover a Família,
célula primordial da sociedade. O capítulo IV do Instrumentum Laboris,
para a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, fala
sobre a família e a vocação da pessoa em Cristo, tendo em seu conteúdo: A
Sagrada Família de Nazaré e a educação para o amor (36-38). "Jesus
desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe
guardava todas estas coisas no coração. E Jesus ia crescendo em
sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens" (Lucas 2,
51-52).
Saudamos todas as famílias, célula
primordial da sociedade e de toda a comunidade eclesial. Acreditamos no
valor da família e não poderíamos deixar de acreditar nela como caminho
para um futuro mais promissor. A Sagrada Família é proposta pela Igreja
como modelo de todas as famílias cristãs: na casa de Nazaré, Deus ocupa
sempre o primeiro lugar e tudo Lhe está subordinado. Os lares cristãos,
se imitarem o da Sagrada Família de Nazaré, serão lares luminosos e
alegres porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por
aprimorar o seu relacionamento pessoal com o Senhor e, com espírito de
sacrifício, procurará ao mesmo tempo chegar a uma convivência cada dia
mais amável com todos os da casa.
A família é escola de virtudes e o lugar
habitual onde devemos encontrar a Deus. Maria e José educaram Jesus, em
primeiro lugar, com o seu exemplo: nos seus pais, Ele conheceu toda a
beleza da fé, do amor a Deus e à sua Lei, assim como as exigências da
justiça, que encontra o seu pleno cumprimento no amor (cf. Rm 13, 10).
Deles aprendeu que antes de tudo é necessário realizar a vontade de
Deus, e que o laço espiritual vale mais que o vínculo do sangue. A
Sagrada Família de Nazaré é verdadeiramente o "protótipo" de cada
família cristã que, unida no Sacramento do matrimônio e alimentada pela
Palavra e pela Eucaristia, é chamada a realizar a maravilhosa vocação e
missão de ser célula viva, não apenas da sociedade, mas da Igreja, sinal
e instrumento de unidade para todo o gênero humano. (Bento XVI)
Colocá-la como prioridade em nossos
trabalhos, é ser fiel ao Evangelho, que sustenta a base da família.
Então, nos questionamos, qual seria a vocação e a missão da família
nesse mundo conturbado? Nesse mundo em que estamos a primeira vocação da
família é a de ser a primeira comunidade de vida e de amor, onde o
Evangelho acontece e nos é revelado. Nós nascemos pessoa, mas não somos
personalidade. A família há de conduzir passo-a-passo a pessoa que lhe é
confiada, levando-a a ter personalidade amadurecida. Nós nascemos
sociais, mas não temos o sentido profundo de comunidade; somos
comunicativos, mas não somos comunitários e esse senso de comunidade vai
ser aprendido em família, participando na vida em comunidade, nos
grupos de famílias, na prática da vida Cristã. A Família é a Igreja
doméstica, e como Igreja, é "Mãe e Mestra", fazendo-nos descobrir nossa
vocação na participação. Nós vamos construindo uma prática religiosa
sólida dentro da família e da comunidade. Nascemos com uma grande cede
da busca do bem, da bondade, da beleza, da justiça e da verdade, estes
questionamentos vão tendo resposta, nos momentos vividos no lar e na
comunidade, solidificando nossa vida na sociedade. Percebemos que a
família é uma escola para a vida comunitária de justiça e de amor.
Através desta comunidade de vida e amor se constrói valores que nunca
perecem.
A nossa querida família continua sendo
comunidade de vida e de amor do homem e da mulher, comunidade de doação,
não só de amor em si, mas de doação de amor, em favor do bem comum, de
um para outro, sendo marido e mulher, e depois de ambos para os
eventuais filhos como perpetuação de seu amor e de sua doação recíproca.
É justamente no centro da família que se aprende o bem comum tão
necessário, todos ao redor da mesa, comendo do mesmo pão, das mesmas
iguarias, ali se aprende a fraternidade, a verdadeira cidadania, aliás,
uma cidadania sobre a qual se fala tanto, mas que, possivelmente, nem se
conheça bem o que venha a ser. Fala-se, que a família é a "Igreja
doméstica", o "sacrário", uma espécie de Templo de Deus, porque na
família reina um ar, mais do que simplesmente humano, que penetra na
esfera do divino, do transcendente: pelo respeito, pela harmonia, pela
consciência de que Deus está presente nessa família, e está do nosso
lado. Acentua-se assim o valor da presença de Deus, especialmente na
família.
A família é, ainda, uma escola de
formação religiosa, pois nascemos com a tendência religiosa, e nos
tornamos adultos na fé através da família, através do testemunho dos
pais que são os primeiros evangelizadores. Família! Torna-te aquilo que
és! Volta ao princípio, volta-te ao Deus criador, cumpre a tua missão de
guardar, revelar e comunicar o amor, sendo responsável pela: Formação
de uma comunidade de pessoas; pelo serviço à vida; na participação no
desenvolvimento da sociedade; na participação na vida e na missão da
Igreja (FC 17).
A família é um tesouro e "onde está o
nosso tesouro... aí está o nosso coração", pois o "Futuro da humanidade
passa pela família!" (São João Paulo II).
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