“Estamos justamente procurando iluminar
as diversas situações do matrimônio e da família com a luz da fé, com a
Palavra de Deus, com o ensinamento magisterial da Igreja. Por isso, esta
semana tem uma importância fundamental. Muitas vezes as pessoas já
querem ir direto nas questões de ordem prática, nas propostas pastorais,
e é claro que é justo que haja uma expectativa maior a respeito da
terceira parte, isto é, das questões de caráter mais pastoral”, comenta o
arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), dom Sergio da Rocha.
Nesta segunda-feira, 13 de outubro, os
padres sinodais participaram de círculos menores, na fase do Sínodo
definida como a do ‘discernimento’.
Sobre a temática central de reflexão na
Assembleia Sinodal, “A vocação e a missão da família na Igreja e no
mundo contemporâneo”, dom Sergio disse que "é muito importante
fundamentar tudo isso na Palavra de Deus, no magistério da Igreja, para
ter uma base sólida para construir esta ‘casa’ representada pelas
propostas pastorais". De acordo com o presidente da CNBB, esta semana
tem uma importância grande. "As discussões que estão sendo realizadas
ajudam muito a iluminar e orientar o caminho a seguir, já que a luz da
fé não apenas dá sentido, mas dá orientação, mostra como devemos agir
para corresponder melhor à vontade de Deus, àquilo que é a Palavra de
Jesus”, acrescentou.
Experiência do Brasil
O arcebispo de Manaus (AM), dom Sérgio
Eduardo Castriani, está como membro de um ‘Círculo menor’ de fala
ibérica. Ele revela que tem levado aos debates uma bagagem da
experiência da família amazônica.
“Estou trazendo para o Sínodo a família
real. Acho que, em primeiro lugar, trago um grande desejo de ‘viver
família’. Nós todos queremos viver em família, é um desejo humano. Todas
as culturas, todos os povos, indígenas, ribeirinhos, queremos ‘ser
família’. A família é a base de tudo, a família real, a família sofrida,
pois as famílias sofrem com a situação econômica, em primeiro lugar,
que divide as famílias”, pontuou dom Sérgio Castriani.
Coletiva de imprensa
Durante coletiva de imprensa, o
porta-voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi, explicou que, a partir
de hoje, os 270 padres sinodais, cardeais, bispos e sacerdotes que
participam da Assembleia começaram a debater sobre a terceira parte do
"Instrumentus Laboris" (documento de base), que inclui a questão dos
divorciados que contraíram novo matrimônio.
“A maioria dos participantes do Sínodo
sobre a Família julga necessário encontrar soluções a respeito dos
sacramentos para os divorciados recasados” e “embora os bispos estejam
ainda divididos sobre este tema, a novidade é que a maior parte da
Assembleia concordou que ‘não fazer nada ou mudar tudo’ não são posturas
representativas ou realistas”, disse padre Lombardi.
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