Entre
os dias 9 e 15 de agosto a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional
da Família e para marcar este momento, o Portal da Arquidiocese preparou
um especial que irá abordar a vocação de cada membro da família com o
objetivo de valorizar o ambiente familiar e o ser humano, além de
incentivar à família a ser uma educadora dos valores da Igreja. Nesta
quarta-feira, 12 de agosto, vamos conhecer a história de Maria da Glória
Bonecker Rodrigues Cardoso, que mesmo com
a perda de seu esposo soube prosseguir e continuar cumprindo com louvor
a vocação que Deus lhe confiou: ser mulher, esposa e mãe de família.
E a vida continua...
Em 8 de dezembro de 1961 (dia de Nossa
Senhora da Conceição) começava um sonho do qual eu não gostaria de
acordar, mas a vida nos reserva tantas surpresas... E depois de vinte
três anos, seis meses e dois dias, um infarto fulminante acabou com a
vida do meu amado marido Ary Celio (ele todo feliz dizia que o padre que
o batizou falou que o nome dele significava "enviado do céu").
Sentia uma "alegria triste" ou "uma
tristeza alegre", porque tinha certeza de que Ary já estava nos braços
do Pai. Seu crescimento espiritual era visível em suas atitudes e em
seus compromissos: ajudava na liturgia, levava comunhão aos doentes...
Havia feito o primeiro curso de MESC da Arquidiocese e, pela letra
inicial de seu nome, recebeu certificado das mãos do saudoso cardeal Dom
Eugenio de Araujo Salles.
No momento da partida do meu marido,
vi-me como pai, mãe, administradora de obras... (nós estávamos
reformando a casa, em que morávamos e que moro até hoje)... Senti-me sem
chão, pois o amor dele me fazia forte... Fui tocando a vida, pois
tínhamos três filhos (e mais um que também já estava na eternidade),
tendo a caçula feito 15 anos, vinte dias antes dele falecer.
Aos poucos tive a certeza que o amor que
ele me oferecia vinha do AMOR MAIOR, e consegui prosseguir com minha
vida de viúva, matriarca da família, que junto a Deus formamos. Foi
difícil? Foi, mas sempre me senti amparada por Deus e na certeza que eu
estava contando com a intercessão dele junto à Deus.
No primeiro ano do início das obras,
meus filhos me presentearam com um caderno em que eles fizeram o
''Diário da Obra'' e no dia 10 de junho eles escreveram que o pai
construira a nossa casa e que ele agora estava na morada do Pai.
Obrigada, SENHOR!
Seguiram-se as alegrias: casamento dos
filhos, genros e nora aumentando a família, o nascimento dos netos, que
hoje são minha alegria e os quatro são a continuidade a tudo que
construímos.
Muitas dores (físicas e emocionais), mas
também muitas alegrias: três filhos que muito amo e quatro netos que
renovam a vida com as adolescências bem vividas, num mundo muitas vezes
ingrato, mas é com muita alegria que vejo filhos e netos, participando
da mãe Igreja, que me sustentou e me sustenta e ensina e muito. Mãe
carinhosa, que acolhe, que embala, mas que com firmeza, aponta o
caminho.
Com muita satisfação participei junto à
outras 4 viúvas (de um encontro de viúvos) para que pudéssemos
implantá-lo em nossa paróquia e já estamos partindo para o terceiro
encontro. Ajudo também no trabalho junto aos responsáveis dos
catequizandos, e agradeço a Deus por ter sido chamada onde muito aprendi
e amo meus "Amigos em Cristo"
Aguardo o dia que reencontrarei meu
marido, meu filho, minha mãe e todos os meus amados que já estão nos
braços do Pai, mas a minha alegria de viver é tão grande, que espero que
o Pai me proporcione ainda muito tempo para que eu possa conviver com
todos aqueles que amo e que me ajudaram e que me ajudam a construir
minha história.
Foto: Divulgação
Por: Da redação, Maria da Glória Bonecker Rodrigues Cardoso
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