Cracóvia
(RV) – O ponto alto das atividades do Santo Padre, na tarde desta
quinta-feira (28/7), em terras polonesas, foi a cerimônia de boas-vindas
no Parque Jordan, na esplanada de Błonia, em Cracóvia.
Após ter recebido as chaves da Cidade
de Cracóvia, por parte do Prefeito, na praça diante da sede do
Arcebispado, o Papa se dirigiu de bonde a Błonia.
Antes da chegada de Francisco ao
Parque Jordan, os jovens da JMJ se preparam com momentos de oração e
reflexão sobre o tema: “Chamados à santidade”.
Testemunhas da misericórdia
A seguir, os representantes dos
países participantes da JMJ desfilaram com suas bandeiras e as figuras
das “testemunhas da misericórdia”, que representam os diversos
continentes do mundo: São Vicente de Paola (Europa), bem-aventurada
Madre Teresa de Calcutá (Ásia), Santa Maria McKillop (Austrália e
Oceania), São Damião de Veuster de Molokai (América do Norte), e a
bem-aventurada Irmã Dulce (América do Sul).
Por fim, com a chegada do Papa, o
arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, fez seu discurso de
boas-vindas a Francisco e aos milhares de jovens que participam desta
31ª Jornada Mundial da Juventude.
Depois de uma encenação dos jovens e da leitura do episódio evangélico de Marta e Maria, o Pontífice tomou a palavra e disse:
“Finalmente nos encontramos! Obrigado
pela calorosa recepção! Agradeço ao Cardeal Dziwisz, aos bispos, aos
sacerdotes, aos religiosos, aos seminaristas e a todos aqueles que os
acompanham. Obrigado aos que tornaram possível a nossa presença aqui.
Agradeço de modo especial a São João Paulo II que sonhou e deu impulso a
estes encontros da juventude. Do céu, ele nos acompanha, sobretudo os
tantos jovens pertencentes a povos, culturas, línguas diferentes”.
O rosto jovem da misericórdia
Os jovens, disse Francisco, são
animados por um único motivo: celebrar Jesus, vivo no meio de nós, que
renova o nosso desejo de segui-lo, de viver com paixão o seu seguimento.
E perguntou: “Qual ocasião melhor para renovar a nossa amizade com
Jesus e entre nós, reforçar nossa amizade com ele e partilhá-la com os
outros? Qual maneira melhor para viver a alegria do Evangelho e com ele
contagiar o mundo, em meio a tantas situações dolorosas e difíceis?” E
respondeu:
“Jesus nos convocou para esta 31ª JMJ
e nos diz: ‘Felizes os misericordiosos, porque alcançarão
misericórdia». Felizes os que sabem perdoar, ter um coração compassivo,
dar o melhor de si mesmos aos outros. Nestes dias, a Polônia está em
festa e representa o rosto sempre jovem da Misericórdia. Unidos
espiritualmente aos jovens que não puderam estar presentes, celebramos a
nossa Jornada e a Festa Jubilar”.
Hoje, acrescentou o Papa, a Igreja
quer aprender, com vocês, renovar a sua confiança na Misericórdia do
Pai, que tem o rosto sempre jovem e não cessa de nos convidar para
segui-lo. Por outro lado, Francisco frisou que “o rosto da misericórdia é
jovem.
Um coração misericordioso, afirmou,
não se deixa levar pela comodidade; sabe ir ao encontro dos outros e
abraçar a todos; sabe ser refúgio, acolhedor e capaz de compaixão; sabe
partilhar o pão com o faminto; sabe receber o refugiado e o migrante.
Misericórdia significa oportunidade, futuro, compromisso, confiança,
abertura, hospitalidade, compaixão, sonhos.
Jovens "aposentados"
Partindo da sua experiência pessoal,
Francisco expressou sua tristeza por ver certos jovens que parecem
“aposentados”, que se arrendem, são desanimados e apáticos, que buscam
falsas ilusões.
A força para vencer todos os
obstáculos da vida, recordou o Pontífice, vem de uma pessoa: Jesus
Cristo. Ele nos leva a dar o melhor de nós mesmos, nos interpela, nos
convida e ajuda a reerguer-nos e nos impele a levantar o olhar para o
céu.
Aqui, o Papa se referiu à passagem
evangélica de Marta, Maria e Lázaro, que acolhem Jesus em sua casa. Às
vezes, disse, as nossas lidas nos fazem agir como Marta: ativos,
distraídos, sempre atarefados; outras vezes somos como Maria:
refletimos, ouvimos. E acrescentou:
“Nestes dias da JMJ, Jesus quer
entrar em nossa casa; dar-se conta das nossas preocupações, da nossa
pressa, como fez com Marta... e espera que o escutemos como Maria: que
tenhamos coragem de confiar nele. Que estes sejam dias dedicados a
Jesus, à sua Palavra e àqueles que refletem o seu rosto”.
A aventura da misericórdia
A felicidade, afirmou o Pontífice,
germina e desabrocha na misericórdia. A misericórdia, repetiu, tem rosto
jovem, como o de Maria de Nazaré, a “Mãe da Misericórdia”. E concluiu
convidando os jovens a rezarem com ele:
“Peçamos ao Senhor que nos lance na
aventura da misericórdia, na aventura de construir pontes e derrubar
muros e barreiras de arame farpado; na aventura de socorrer os pobres,
os excluídos, os abandonados, os desesperados, os idosos. Eis-nos aqui,
Senhor! Enviai-nos para partilhar vosso Amor Misericordioso. Queremos
acolher-vos nesta JMJ e confirmar que a vida é plena quando é vivida com
misericórdia”.
Casais jovens
Com este discurso, o Santo Padre concluiu seu segundo dia de permanência em terras polonesas.
Ao voltar ao Arcebispado, o Papa
saudou da sacada os fiéis presentes na praça, sobretudo um grupo de
casais e de recém-casados. A eles, Francisco recordou as três palavras
essenciais no casamento: com licença, obrigado e perdão. E aconselhou os
casais a nunca terminarem o dia sem ter feito as pazes. (MT)
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