Bispo Auxiliar de São Luís (MA)
Agradecendo a Deus a inspiração dada ao
Papa Francisco para que pudesse proclamar o Ano Jubilar que nos convida a
aprofundar a missão à luz da palavra e da vida de Jesus:
Misericordiosos como o Pai (Lc 6,36), pedimos a graça para que possamos
abraçar esse mesmo caminho.
Creio que o roteiro sugerido aos
seminaristas da arquidiocese de São Luís no encontro que tive com eles
sobre a Misericordiae Vultus (MV), poderá servir para a meditação com
vários grupos. Dou graças a Deus por mais esse momento em que os
seminaristas puderam expressar o que sentiam no seu coração e partilho
com você o roteiro seguido: você já experimentou em sua vida a
misericórdia? Contar. O que você sentiu com essa experiência? O que você
aprendeu com ela? Você já manifestou misericórdia para com alguma
pessoa, família ou grupo? Contar. Essa experiência o ajudou a sair de
si mesmo? Como? Você já visitou alguma periferia ou pessoas vivendo na
periferia? O que você sentiu com essa experiência? Houve algum sinal de
mudança em sua vida? Qual a experiência bíblica que mais o ajuda a
viver a misericórdia que motiva ir ao encontro das pessoas? Por que?
Em seguida, vimos que o jubileu quer
ser tempo favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e
eficaz o testemunho dos crentes, pois há momentos em que somos chamados,
de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para
nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai (cf. MV 3). E
acrescenta o Papa: “Quanto desejo que os anos futuros sejam permeados de
misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a
bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o
bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio
de nós” (MV 5).
Uma dimensão importante do Ano da
Misericórdia é a abertura para ir ao encontro do outro. Essa atitude
encontra sua fonte em Deus que acompanha sempre o povo e toma a
iniciativa de ir ao seu encontro. Diante do sofrimento do seu povo no
Egito, Deus Pai toma uma decisão: descer do céu, libertar o povo para
fazê-lo caminhar para a terra prometida (cf. Ex 3,3-8). Para isto. chama
Moisés.
Ele manifesta o seu amor porque é Ele
quem primeiro nos ama (cf. 1Jo 4,10). É um amor tão grande que envia o
seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja
salvo por ele (cf. Jo 3,16-17). Sendo o rosto da misericórdia de Deus,
Jesus nos convida a viver a comunhão com ele; pois ele está sempre
próximo de nós, no meio de nós. Ele mesmo proclama: “sem mim nada podeis
fazer” (Jo 15,5). Essa comunhão nos motiva a sair ao encontro das
pessoas para manifestar a gratuidade do amor de Deus. Gratuidade e
alteridade são duas características fundamentais da vida do discípulo
missionário. Desse modo, poderemos ser testemunhas de Jesus Cristo,
missionários da sua Misericórdia.
O dinamismo do mistério da encarnação e
da páscoa de Jesus nos fortalece e dá sentido à nossa vida e à missão,
pois Ele desce do céu, entra no mundo, ama os seus que estão no mundo,
ama-os até o extremo e volta para o Pai com todos esses amados. O
caminho que o missionário da Misericórdia é chamado a percorrer
significa que, entregando sua vida, ele busca tornar bem real a
misericórdia de Deus com gestos bem concretos em nível de socorrer uma
pessoa, uma ou várias famílias e também acompanhar a situação de
grupos, bairros, comunidades rurais para que possam conquistar os seus
direitos. As várias periferias sociais, existenciais e geográficas
gritam por Misericórdia.
E os seminaristas da arquidiocese de S.
Luís, estão muito entusiasmados para abraçarem nos próximos dias a
atividade missionária pedindo a graça de um coração cheio de
misericórdia a fim de que possam ser misericordiosos como o Pai.
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