O
diagnóstico de uma doença de tamanha gravidade afeta tanto o sujeito
enfermo como o seio familiar, impondo variadas mudanças na vida dessas
pessoas.
Câncer é a designação geral de um
conjunto de mais de 200 doenças distintas, com multiplicidade de causas,
formas de tratamento e prognósticos. O surgimento dessa doença se deve a
mutações nos genes de uma única célula que tornam esta capaz de
proliferar rapidamente, a ponto de formar uma massa tumoral. Várias
transformações devem ocorrer na mesma célula para que esta adquira o
caráter de malignidade. À medida que as células cancerosas vão
substituindo as normais, os tecidos invadidos vão perdendo suas funções,
uma vez que geralmente essas células são menos especializadas do que as
suas correspondentes normais.
Mesmo com todos os avanços já ocorridos,
ainda no século XXI o câncer permanece como uma doença de causa
enigmática e com tratamentos ainda não totalmente eficientes, ocupando
um lugar de destaque no contexto das doenças crônico-degenerativas. É um
importante problema de saúde pública em países desenvolvidos e em
desenvolvimento, responsável por mais de onze milhões de casos novos e
sete milhões de mortes por ano no mundo. No Brasil, desde 2003, as
neoplasias malignas constituem-se na segunda maior causa de morte na
população, representando quase 17% dos óbitos de causa conhecida.
Considerando-se que as neoplasias têm
como características a longa permanência, a possibilidade de recidiva e a
necessidade de intervenção, às vezes, é natural que a sua ocorrência
altere o contexto familiar, visto que expõe todos os membros a uma maior
vulnerabilidade a perdas, entre elas as de saúde, bem-estar, financeira
e de equilíbrio físico, mental e emocional. Estas características
realçam a importância do papel da família diante da responsabilidade de
exercer o cuidado familiar a seu membro doente.
O cuidar de um ente querido com
neoplasia maligna vem tornando-se uma realidade para muitas famílias. O
diagnóstico de uma doença de tamanha gravidade afeta tanto o sujeito
enfermo como o seu seio familiar, impondo diversas mudanças na vida
dessas pessoas e exigindo uma reorganização na dinâmica da família, para
que incorpore às atividades cotidianas os cuidados exigidos pela doença
e pelo tratamento do ente querido.
O cotidiano do cuidador é diretamente
influenciado pela demanda de cuidados produzidos pelo câncer e por
necessidades de saúde do doente, o que, consequentemente, pode alterar
sua qualidade de vida. Tanto o comprometimento da doença como o estigma
ainda presente nela, podem privar o cuidador de sua sociabilidade
cotidiana, e interromper o curso normal da vida para os enfermos e seus
familiares.
Assim, acreditamos que, "o impacto da
doença para o paciente e seus familiares precisa ser compreendido, ou
seja, devem ser consideradas as condições emocionais, socioeconômicas e
culturais dos pacientes e de seus familiares, visto que é nesse contexto
que emerge a doença. E é com essa estrutura sociofamiliar que vão
responder à situação de doença".
Artigo produzido por Catarina
Aparecida Sales, Paula Cristina Barros de Matos, Dayana Patrícia Romeiro
de Mendonça, Sonia Silva Marcon - Universidade Estadual de Maringá (UEM
Nenhum comentário:
Postar um comentário