“Para
vencer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas
de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana”,
disse o papa Francisco em mensagem aos brasileiros por ocasião da Copa
do Mundo 2014 que tem início hoje, 12.
O papa afirmou ser preciso superar o
racismo e que o futebol deve ser uma escola de construção para uma
cultura do encontro, que permita a paz e a harmonia entre as pessoas.
Disse, ainda, que “’para jogar em equipe é necessário pensar, em
primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo”.
No vídeo mensagem, Francisco chamou a
atenção para que a grande festa do esporte seja motivo de
“solidariedade” e “respeito” entre os povos.
Em outro trecho, o papa afirmou esperar
que a Copa seja, além do esporte, festa de “solidariedade” entre os
povos. “O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também –
e eu diria sobretudo – um instrumento para comunicar valores que
promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade
mais pacífica e fraterna”, destacou Francisco
Ao final da mensagem, o papa convidou a
todos para a promoção da paz no esporte. Lembrando que “o segredo da
vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o
companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence
sozinho, nem no campo, nem na vida”.
O jogo de abertura da Copa do Mundo 2014
será entre Brasil e Croácia, na cidade São Paulo. Ao todo, 32 seleções
disputarão 64 jogos. A partida final está marcada para 13 de julho, no
estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Confira a íntegra do texto:
Queridos amigos,
É com grande alegria que me dirijo a
vocês todos, amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do
Mundo de 2014 no Brasil.
A minha esperança é que, além de festa
do esporte, esta Copa do Mundo possa tornar-se a festa da solidariedade
entre os povos. Isso supõe, porém, que as competições futebolísticas
sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e ao mesmo tempo
uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano
recíproco. O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas
também – e eu diria sobretudo – um instrumento para comunicar valores
que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma
sociedade mais pacífica e fraterna. Se, para uma pessoa melhorar, é
preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser
investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre
os povos “melhorados”! É preciso “treinar” tanto…
O futebol pode e deve ser uma escola
para a construção de uma “cultura do encontro”, que permita a paz e a
harmonia entre os povos. E aqui vem em nossa ajuda uma segunda lição da
prática esportiva: aprendamos o que o “fair play” do futebol tem a nos
ensinar. Para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no
bem do grupo, não em si mesmo. Para vencer, é preciso superar o
individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e
de instrumentalização da pessoa humana. Não é só no futebol que ser
“fominha” constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois,
quando somos “fominhas” na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam,
toda a sociedade fica prejudicada.
A última lição do esporte proveitosa
para a paz é a honra devida entre os competidores. O segredo da vitória,
no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do
meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no
campo, nem na vida!
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