A
Igreja dá a Maria o título de Mãe de Deus por ter gerado na carne o
Filho de Deus. Deus é Criador de modo que nele não possui uma mãe, nele
não há início e nem fim; é infinito, mas pelo fato de que Jesus Cristo,
Filho de Deus nasceu no ventre de Maria, vem lhe dado a Ela(Maria), o
título de mãe de Deus, por causa da encarnação do Verbo. Esta festa
sempre é celebrada no primeiro dia do ano. A homenagem possui
referências com a Igreja dos primeiros séculos, porque percebeu em Maria
uma mulher diferente, a qual viveu a graça de Deus. Maria diz sim ao
plano de Deus à salvação da humanidade. Dessa forma vem exaltada como
uma mulher que recebeu o Salvador, o Redentor. Alguns padres da Igreja,
os primeiros escritores cristãos tiveram em mente o mistério da
encarnação do Verbo como graça concedida à Mãe do Filho de Deus em vista
do bem de toda a humanidade.
1. Maria, templo puro do Criador
Rábula de Edessa (Hinos litúrgicos, 1-5),
Bispo na Síria, do século V, formulou louvores a Maria, como Mãe do
Criador, Mãe de Deus. Ele afirmou que Maria é toda santa, e tem um
esplêndido tesouro de todo o mundo; é luz irradiante, cujo significado é
salve. Ela é saudada pelo anjo, como predileta por Aquele que tirou os
pecados do mundo e redimiu a todas as pessoas.
2. Qual é louvor dado?
Rábula levantou uma pergunta: Como vos
louvaremos, ó humilde pessoa, tu que concedes a todos os fiéis ajuda e
força? As pessoas olham para Maria e esperam de ti, a salvação, vinda do
Salvador. Nós fiéis vos louvamos como trono angelical e como explicação
do amor de Deus no tempo.
3. Ajuda os pobres
Ela é invocada sobre todos os pobres.
Maria olha para os filhos e as filhas da terra, como pessoas que se
aproximam do fim da sua existência. Desta forma é preciso a superação do
pecado para não cair na perdição. Interceda por nós, pecadores e
pecadoras, junto ao vosso Filho Jesus Cristo, a fim de que não caiamos
na maldade e volta-nos ó bendita, enquanto tomas o teu Unigênito, o
Filho de Deus nascido de ti, para que tenha piedade de nós pela tua
santa oração.
Maria é vista como nave que leva os
seres humanos à nova vida. Ela é fortificação santa na qual desceu o rei
dos reis para habitar nela e no mundo, Jesus Cristo. Oferece-nos o teu
Unigênito, o Filho nascido de vós, e ouças todas as súplicas de vossos
filhos.
4. Intercessora junto a Jesus Cristo
Maria é percebida como santa e
intercessora junto ao Unigênito, pelos pecadores que nela buscam
refúgio. O fato é que todos os flagelos da qual a geração precedente foi
atingida podem nos atingir. Dessa forma nós nos refugiamos em vós, Ó
Maria, para poder gritar ao teu Filho dizendo-lhe: Tu que punes os
corações soberbos, ó Cristo, saras com a tua misericórdia e adquira-nos
com a tua graça e tenha misericórdia de nós.
5. Oração à Maria
João Damasceno (Homilia sobre a morte de
Maria 3,5), presbítero sírio, séculos VII e VIII tinha presente o
pedido dos seres humanos a Jesus por intercessão de Maria, da salvação,
da libertação dos vícios da alma, de sarar os males do corpo, para ter
uma vida tranqüila e de ter uma vida à luz do Espírito Santo. O
presbítero João pede para que Maria nos dê a graça do fervor do amor
para com o seu Filho e fazer com que a nossa vida resulte a Ele
agradável. Concede-nos a graça de após esta vida, participarmos da
bem-aventurança da vida eterna. Dessa forma, vendo resplandecer nela a
glória do seu Filho, possamos cantar hinos sagrados na alegria eterna,
junto com aqueles e aquelas que celebram dignamente as solenidades do
Espírito, em honra Daquele que por meio seu, operou a nossa salvação,
Cristo, Filho de Deus e nosso Deus, na qual seja dada glória e poder
junto com o Pai e o Espírito vivificador.
6. Maria carrega Deus
Santo Efrém, diácono sírio, do século
IV, afirmou que Maria é para nós um céu, porque carrega Deus. A
divindade altíssima de fato se abaixou e nela tomou habitação; nela se
fez pequena para fazer-nos grandes. Em Maria, os ditos dos profetas e
dos justos cumpriram-se. Dela surgiu para nós a luz, Jesus Cristo a fim
de eliminar as trevas do pecado e da morte.
7. A terra foi renovada
Quando Maria disse sim ao plano do
Altíssimo, Deus entrou na humanidade. Para Santo Efrém este dia foi de
renovação, de bênçãos em relação a Adão e à Eva porque com o seu pecado
levaram à morte o mundo, mas o Senhor do mundo deu-nos em Maria uma vida
nova. Se o maligno, por obra da serpente, derramou o veneno no ouvido
de Eva; o Benigno se abaixou na sua misericórdia e através do ouvido,
entrou em Maria. Pela mesma porta na qual entrou a morte, entrou também a
vida que eliminou a morte. Os braços de Maria carregaram aquele que é
saudado pelos querubins, o Deus que o universo não pode abraçar, foi
abraçado e carregado por Maria.
8. O nascimento de Cristo em Maria
Cirilo de Alexandria, bispo do século V,
tem presente a maravilha do nascimento de Jesus Cristo em Maria. Ele
vindo à realidade humana, esteve unido a Deus. O Verbo encarnando-se na
Bem aventurada Virgem fez do corpo dela, o próprio templo; aquele que
nasceu dela era do ponto de vista exterior, homem, mas intimamente Deus
verdadeiro. Ele sendo Deus na realidade, destinou a si, ao momento de
revestir-se da humanidade, na plenitude dos tempos, uma maneira de
nascer diversa de qualquer outro. Cristo Jesus é por Maria verdadeiro
homem e por Deus, verdadeiro Deus.
Conclusão
Nós percebemos a eleição de Deus a Maria
para estar sem pecado para gerar na carne o Filho de Deus sem o pecado,
como dom e como missão. Maria ensina-nos a acolher sempre Jesus. Ela
nos mostra Deus, porque carrega Deus em seu coração e o mostra a todos
nós. Vivamos o espírito de Maria para anunciar Jesus em nosso coração,
na família, na comunidade e na sociedade. Dessa forma o Natal é todo o
dia, porque Deus nasce continuamente em nós, assim como nasceu no ventre
virginal de Maria.
Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)
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