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terça-feira, 31 de março de 2015

Semana Santa: um guia para vivermos a última semana de Jesus dia por dia.

 

No coração da nossa fé, pulsa o grande Mistério Pascal: a Paixão, a Morte, a Ressurreição e a Ascensão de Jesus Cristo. Toda a História da Salvação culmina nestes acontecimentos salvíficos – e se fundamenta neles. Esta é a semana em que o ministério público de Jesus chega ao ápice em seu sofrimento, morte e ressurreição.
Sugerimos que você imprima este texto e o leia todos os dias desta Semana Santa, caminhando ao lado de Jesus nos dias mais difíceis que Ele viveu nesta terra.
Alguns estudiosos negam que possamos reconstituir o dia-a-dia da última semana de Jesus devido às lacunas históricas e a episódios que não se encaixam numa cronologia perfeita. Além disso, São João propõe um cenário muito diferente (talvez como interpretação teológica) da Última Ceia e da relação entre ela e a Páscoa. A sequência de fatos que recapitulamos a seguir segue basicamente os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). Se considerarmos as diferenças apenas no nível do detalhe e não como diferenças de fato, é um material que pode ser de grande ajuda espiritual para todos nós.
Convidamos você, portanto, a ler esta reconstituição como um cenário provável, mas não inquestionável, da última semana de Jesus. Participe das liturgias da Semana Santa em sua paróquia, celebrando-as na comunidade da Igreja e abrindo-se à experiência renovada da realidade central da nossa fé: nosso Senhor Ressuscitado está vivo no meio de nós!
DOMINGO DE RAMOS: a Semana Santa começa com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Essa manhã de domingo, que se torna presente hoje em nossa vida cristã, é narrada pelos quatro evangelistas. A procissão com os ramos em mãos nos transforma em parte daquela multidão que recebe Jesus como Rei. De acordo com Marcos, 11,11, Jesus voltou naquela mesma noite para Betânia, na periferia de Jerusalém. Talvez Ele tenha ficado com seus amigos Marta, Maria e Lázaro. É uma noite em que Jesus considera os dias difíceis que o esperam pela frente.
SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA SANTA: De acordo com Mateus 21, Marcos 11 e Lucas 19, Jesus retorna a Jerusalém neste dia e, vendo as práticas vergonhosas realizadas na área do templo, reage com zelosa indignação. O evangelho de João registra ainda que Ele repreendeu a incredulidade das multidões. Marcos, em 11,19, escreve que Jesus voltou para Betânia também nesta noite. Oremos com Jesus, tão zeloso por nos purificar.
TERÇA-FEIRA DA SEMANA SANTA: Segundo Mateus, Marcos e Lucas, Jesus retorna novamente a Jerusalém, onde é confrontado pelos dirigentes do templo quanto à Sua atitude do dia anterior. Eles questionam a autoridade de Jesus, que responde e ensina usando parábolas como a da vinha (cf. Mt 21,33-46) e a do banquete de casamento (cf. Mt 22,1). Há também o ensinamento sobre o pagamento dos impostos (cf. Mt 22,15) e a repreensão aos saduceus, que negam a ressurreição (cf. Mt 22,23). Jesus faz ainda a terrível profecia sobre a destruição de Jerusalém caso os seus habitantes não creiam nele, afirmando que não restará pedra sobre pedra (cf. Mt 24). Continuemos a rezar com Jesus e a ouvir atentamente os seus ensinamentos finais, pouco antes da Paixão.
QUARTA-FEIRA DA SEMANA SANTA: É neste dia que Judas conspira para entregar Jesus, recebendo em troca trinta moedas de prata (cf. Mt 26,14). Jesus provavelmente passou o dia em Betânia. À noite, Maria de Betânia o unge com um caro óleo perfumado. Judas objeta contra esse “desperdício”, mas Jesus o repreende e diz que Maria o ungiu para o seu sepultamento (cf. Mt 26,6). Os ímpios conspiram contra Jesus. Reforcemos a nossa oração em união com Ele.
QUINTA-FEIRA SANTA: Começa o Tríduo Pascal, os três dias que culminarão na Ressurreição de Jesus! O Cristo instrui seus discípulos a se prepararem para a Última Ceia. Durante o dia, eles fazem os preparativos (cf. Mt 26,17). Na Missa da Ceia do Senhor que celebramos em nossas paróquias, recordamos e tornamos presente hoje a Última Ceia que Jesus compartilhou com seus apóstolos. Estamos no andar superior, com Jesus e os doze, e fazemos o que eles fizeram. Por meio do ritual de lavar os pés (Jo 13, 1) de doze paroquianos, todos nós nos unimos no serviço de uns aos outros. Por meio da celebração desta primeira Missa e da instituição da Sagrada Eucaristia (Mt 26,26), unimo-nos a Jesus e recebemos o Seu Corpo e o Seu Sangue como se fosse a primeira vez. Nesta Eucaristia, damos especiais graças a Deus pelo dom do sacerdócio ministerial: foi nesta noite que Ele ordenou os seus doze apóstolos a “fazerem isto em memória de mim”. Após a Última Ceia, que foi a Primeira Missa, os apóstolos e Jesus se dirigem pelo Vale do Cedron até o Horto das Oliveiras, onde o Cristo lhes pede que orem e vigiem, enquanto Ele experimenta a sua agonia (cf. Mt 26,30). Nós também iremos em procissão, com Jesus vivo no Santíssimo Sacramento, até o altar de repouso, previamente preparado na paróquia, e que representa o Horto. A liturgia de hoje termina em silêncio. É antigo o costume de passar uma hora em adoração diante do Santíssimo Sacramento nesta noite. Permanecemos, assim, ao lado de Jesus no Horto das Oliveiras e oramos enquanto Ele enfrenta a sua terrível agonia. Perto da meia-noite, Jesus será traído por Judas. O Cristo será preso e levado para a casa do sumo sacerdote (cf. Mt 26,47). 
SEXTA-FEIRA SANTA: Durante toda a noite, Jesus fica trancado no calabouço da casa do sumo sacerdote. Pela manhã, Ele é levado até a presença de Pilatos, o governador romano, que repassa o caso para o rei Herodes. Herodes o manda de volta para Pilatos, que, em algum momento no meio da manhã, cede à pressão das autoridades do templo e das multidões e condena Jesus à morte cruel por crucificação. No final da manhã, Jesus é levado pelos soldados através da cidade até a colina do Gólgota. Ali, ao meio-dia, Ele é pregado na cruz e agoniza durante cerca de três horas. Por volta das três da tarde, Jesus entrega o Espírito ao Pai e morre. Descido da cruz, é colocado apressadamente no sepulcro antes do anoitecer. Este é um dia de oração, jejum e abstinência. Sempre que possível, os cristãos são chamados a se abster do trabalho, de compromissos sociais e de entretenimento, a fim de se dedicarem à oração e à adoração em comunidade. De manhã ou ao meio-dia, muitas paróquias realizam a última via-crúcis e uma palestra espiritual sobre as sete palavras finais de Jesus. Outras paróquias oferecem a via-crúcis e as “Sete Palavras” às 3h da tarde, no momento da morte de Jesus. À tarde ou à noite, nos reunimos silenciosamente em nossas igrejas para refletir sobre a morte de Jesus na cruz e rezar pelas necessidades do mundo. Também veneramos a redenção de Cristo na cruz com um beijo sobre o crucifixo. Nossa fome, neste dia de jejum, é satisfeita com a Sagrada Comunhão, consagrada na véspera e distribuída no final desta liturgia. Refletimos também sobre os apóstolos, que podem ter se reunido com medo na noite anterior e refletido sobre tudo o que havia acontecido.
SÁBADO SANTO: O corpo de Jesus está no sepulcro, mas a sua alma, entre os mortos, anuncia o Reino dos Céus. Chega a hora em que os mortos ouvem a voz do Filho de Deus e os que a ouvem viverão (Jo 5,25). Enquanto isso, desolados com a morte de Jesus, os discípulos observam o sábado judaico imersos na tristeza. Eles se esqueceram da promessa de Jesus. Mas nós não podemos nos esquecer! Não podemos esquecer! Nesta noite, depois do pôr-do-sol, nós nos reuniremos em nossas paróquias para a Grande Vigília Pascal, durante a qual experimentaremos o Jesus ressuscitado dos mortos! Começaremos o nosso encontro na escuridão e acenderemos o fogo da Páscoa, que nos lembra que Jesus é a Luz que brilha nas trevas. Jesus é a Luz do mundo. Entraremos na igreja e ouviremos atentamente os relatos da Bíblia que descrevem a obra salvadora de Deus nos tempos passados. É então que, de repente, as luzes da igreja são acesas e é cantado o Glória jubiloso com o qual celebramos o momento da Ressurreição de Cristo! Jesus Cristo vive! Na alegria da Ressurreição, celebramos então os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia para os nossos catecúmenos e para os candidatos que se prepararam durante muitas semanas até a chegada desta noite. Como Igreja, cantamos o Aleluia pela primeira vez em longos quarenta dias. Faça tudo que estiver ao seu alcance para estar presente nesta noite na Vigília Pascal e convide também os seus amigos e a sua família. A Ressurreição de Cristo é o centro da nossa fé: é o momento mais importante de toda a História da Salvação! A nossa vigília culmina em uma alegria pascal que nunca mais terá fim!

Catequese Papa: "Uma oração cheia de amor pela família e pela vida".

papafranciscoCATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 25 de março de 2015
Boletim da Santa Sé
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
No nosso caminho de catequeses sobre a família, hoje é uma etapa um pouco especial: será uma espécie de oração.
No dia 25 de março, de fato, na Igreja celebramos solenemente a Anunciação, início do mistério da Encarnação. O anjo Gabriel visita a humilde moça de Nazaré e reforça a fé de Maria, como depois fará também para o seu esposo José, a fim de que Jesus possa nascer em uma família humana. Isso é muito belo: mostra-nos quanto profundamente o mistério da Encarnação, assim como Deus o quis, compreende não somente a concepção no ventre da mãe, mas também o acolhimento em uma verdadeira família. Hoje, gostaria de contemplar com vocês a beleza desta ligação, a beleza dessa condescendência de Deus; e podemos fazê-lo recitando juntos a Ave Maria, que na primeira parte retoma justamente as palavras do anjo, aquelas que dirige à Virgem Maria. Convido-vos a rezarem juntos:
Ave Maria, cheia de graça,
o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres,
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós pecadores
agora e na hora da nossa morte.
Amém.
E agora um segundo aspecto: o dia 25 de março, solenidade da Anunciação, em muitos países se celebra o Dia pela Vida. Por isso, há vinte anos, São João Paulo II, nesta data, assinou a Encíclica Evangelium vitae. Para recordar tal aniversário, hoje estão presentes na Praça muitos membros do Movimento pela Vida. Na Evangelium vitae, a família ocupa um lugar central, enquanto é o ventre da vida humana. A palavra do meu venerado predecessor nos recorda que o casal humano foi abençoado por Deus desde o princípio para formar uma comunidade de amor e de vida, à qual foi confiada a missão da procriação. Os esposos cristãos, celebrando o sacramento do Matrimônio, tornam-se disponíveis a honrar essa benção, com a graça de Cristo, por toda a vida. A Igreja, por sua parte, se empenha solenemente em cuidar da família que nasce, como dom de Deus para a sua própria vida, na boa e na má sorte: a ligação entre Igreja e família é sagrada e inviolável. A Igreja, como mãe, não abandona nunca a família, mesmo quando essa é abatida, ferida e de tantos modo mortificada. Nem mesmo quando cai no pecado, ou se afasta da Igreja; sempre fará de tudo para procurar curá-la, convidá-la à conversão e reconciliá-la com o Senhor.
Bem, se esta é a tarefa, parece claro de quanta oração a Igreja precisa para ser capaz, em todo tempo, de cumprir essa missão! Uma oração cheia de amor pela família e pela vida. Uma oração que sabe se alegrar com quem alegra e sofrer com quem sofre.
Eis então aquilo que, junto com os meus colaboradores, pensamos em propor hoje: renovar a oração pelo Sínodo dos Bispos sobre família. Lançamos novamente esse empenho até outubro próximo, quando será realizada a Assembleia Sinodal Ordinária dedicada à família. Gostaria que essa oração, como todo o caminho sinodal, seja animada pela compaixão do Bom Pastor pelo seu rebanho, especialmente pelas pessoas e as famílias que, por diversos motivos, estão "cansadas e desamparadas, como ovelhas que não têm pastor" (Mt 9, 36). Assim, apoiada e animada pela graça de Deus, a Igreja poderá ser ainda mais empenhada e ainda mais unida ao testemunho da verdade do amor de Deus e da sua misericórdia pelas famílias do mundo, nenhuma excluída, seja dentro ou fora do redil.
Peço-vos, por favor, para não deixarem faltar sua oração. Todos – Papa, Cardeais, Bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, fiéis leigos – todos somos chamados a rezar pelo Sínodo. É disso que se precisa, não de fofocas! Convido a rezar também quantos se sentem distantes, ou que não estão mais acostumados a fazê-lo. Esta oração pelo Sínodo sobre família é pelo bem de todos. Sei que esta manhã foi dado a vocês uma pequena imagem e que vocês a tem em mãos. Convido-vos a conservá-la e a levá-la convosco, de forma que nos próximos meses possam recitá-la, com santa insistência, como nos pediu Jesus. Agora recitemos juntos:
Jesus, Maria e José
em vós nós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
a vós dirigimo-nos com confiança.
Sagrada Família de Nazaré,
faz também das nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
nunca mais nas famílias se vivam experiências
de violência, fechamento e divisão:
quem quer que tenha sido ferido ou escandalizado
receba depressa consolação e cura.
Sagrada Família de Nazaré,
o próximo Sínodo dos Bispos
possa despertar de novo em todos a consciência
da índole sagrada e inviolável da família,
a sua beleza no desígnio de Deus.
Jesus, Maria e José
escutai, atendei a nossa súplica. Amém.

Catequese Papa: "As crianças levam vida, alegria, esperança".

papa-familiasCATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 18 de março de 2015
Boletim da Santa Sé
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Depois de ter revisado as diversas figuras da vida familiar – mãe, pai, filhos, irmãos, avós – gostaria de concluir este primeiro grupo de catequeses sobre família falando das crianças. Farei isso em dois momentos: hoje me concentrarei no grande dom que as crianças são para a humanidade – é verdade, são um grande dom para a humanidade, mas também são as grandes excluídas porque muitas vezes nem as deixam nascer – e depois me concentrarei em algumas feridas que infelizmente fazem mal à infância. A mim vem em mente as tantas crianças que encontrei durante a minha última viagem à Ásia: cheias de vida, de entusiasmo e, por outro lado, vejo que no mundo muitas delas vivem em condições indignas... De fato, do modo como são tratadas as crianças se pode julgar a sociedade, mas não somente moralmente, também sociologicamente, se é uma sociedade livre ou uma sociedade escrava de interesses internacionais.
Em primeiro lugar, as crianças nos recordam que todos, nos primeiros anos da vida, fomos totalmente dependentes dos cuidados e da benevolência dos outros. E o Filho de Deus não poupou esta etapa. É o mistério que contemplamos a cada ano, no Natal. O Presépio é o ícone que nos comunica esta realidade no mundo de forma mais simples e direta. Mas é curioso: Deus não tem dificuldade em se fazer entender pelas crianças, e as crianças não têm problemas em entender Deus. Não por acaso, no Evangelho há algumas palavras muito belas e fortes de Jesus sobre os "pequenos". Este termo "pequenos" indica todas as pessoas que dependem da ajuda dos outros e, em particular, as crianças. Por exemplo, Jesus diz: "Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos" (Mt 11, 25). E ainda: "Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus" (Mt 18, 10).
Então, as crianças são em si mesmas uma riqueza para a humanidade e também para a Igreja, porque nos chamam de volta constantemente à condição necessária para entrar no Reino de Deus: aquela de não nos considerarmos auto-suficientes, mas necessitados de ajuda, de amor, de perdão. E todos precisamos de ajuda, de amor e de perdão!
As crianças nos recordam uma outra coisa bela; recordam-nos que somos sempre filhos: mesmo se a pessoa se torna adulta, ou idosa, mesmo se se torna pai, se ocupa um lugar de responsabilidade, abaixo de tudo isso permanece a identidade de filho. Todos somos filhos. E isso nos reporta sempre ao fato de que a vida não fomos nós que a demos, mas a recebemos. O grande dom da vida é o primeiro presente que recebemos. Às vezes arriscamos viver esquecendo-nos disso, como se fôssemos nós os patrões da nossa existência, e em vez disso somos radicalmente dependentes. Na realidade, é motivo de grande alegria sentir que em cada idade da vida, em cada situação, em cada condição social, somos e permanecemos filhos. Esta é a principal mensagem que as crianças nos dão, com sua própria presença: somente com a presença nos recordam que todos nós e cada um de nós somos filhos.
Mas há tantos dons, tantas riquezas que as crianças levam à humanidade. Recordo apenas algumas. Levam seu modo de ver a realidade, com um olhar confiante e puro. A criança tem uma confiança espontânea no pai e na mãe; e tem uma espontânea confiança em Deus, em Jesus, em Nossa Senhora. Ao mesmo tempo, o seu olhar interior é puro, ainda não poluído pela malícia, pela duplicidade, pelas "incrustações" da vida que endurecem o coração. Sabemos que também as crianças têm o pecado original, que têm seus egoísmos, mas conservam uma pureza e uma simplicidade interior. Mas as crianças não são diplomatas: dizem aquilo que sentem, dizem aquilo que veem, diretamente. E tantas vezes colocam os pais em dificuldade, dizendo diante de outras pessoas: "Eu não gosto disso porque é ruim". Mas as crianças dizem aquilo que veem, não são pessoas duplas, ainda não aprenderam aquela ciência da duplicidade que nós adultos, infelizmente, aprendemos.
Além disso, as crianças – em sua simplicidade interior – levam consigo a capacidade de receber e dar ternura. Ternura é ter um coração "de carne" e não "de pedra", como diz a Bíblia (cfr Ez 36, 26). A ternura é também poesia: é "sentir" as coisas e os acontecimentos, não tratá-los como meros objetos, somente para usá-los, porque servem...
As crianças têm a capacidade de sorrir e de chorar: algumas, quando as pego para abraçá-las, sorriem; outras me veem vestido de branco e acreditam que eu sou um médico e que vim para vaciná-las, e choram... mas espontaneamente! As crianças são assim: sorriem e choram, duas coisas que em nós grandes muitas vezes "são bloqueadas", não somos mais capazes... Tantas vezes o nosso sorriso se torna um sorriso de papelão, uma coisa sem vida, um sorriso que não é vivo, um sorriso artificial, de palhaço. As crianças sorriem espontaneamente e choram espontaneamente. Depende sempre do coração e muitas vezes o nosso coração se bloqueia e perde essa capacidade de sorrir, de chorar. E então as crianças podem nos ensinar de novo a sorrir. Mas, nós mesmos, devemos nos perguntar: eu sorrio espontaneamente, com frescor, com amor ou o meu sorriso é artificial? Eu ainda choro ou perdi a capacidade de chorar? Duas perguntas muito humanas que as crianças nos ensinam.
Por todos esses motivos, Jesus convida os seus discípulos a "se tornarem como crianças", porque "quem é como elas pertence ao Reino de Deus" (cfr Mt 18, 3; Mc 10, 14).
Queridos irmãos e irmãs, as crianças levam vida, alegria, esperança, também problemas. Mas a vida é assim. Certamente também trazem preocupações e às vezes tantos problemas; mas é melhor uma sociedade com estas preocupações e estes problemas que uma sociedade triste e cinza porque ficou sem crianças! E quando vemos que o nível de nascimento de uma sociedade chega apenas a um por centro, podemos dizer que esta sociedade é triste, é cinza, ficou sem as crianças.

Dom Lorenzo fala da vocação e a missão da família.

dom-lorenzo-baldisseriAlegria, responsabilidade e ternura: somente com essa atitude o cristão pode responder concretamente à interrogação "o que podemos fazer para difundir a cultura da vida?" Foi o que indicou o secretário geral do Sínodo dos Bispos, cardeal Lorenzo Baldisseri,  durante encontro organizado pela Conferência Episcopal Eslovaca, na terça-feira, 24 de março.
Convidado pelo presidente dos bispos eslovacos, dom Stanislav Zvolenský, dom Lorenzo contextualizou e aprofundou a vocação e a missão da família, em vista da assembleia ordinária de outubro próximo.
Após ter recordado o vigésimo aniversário da Evangelium vitae, a encíclica que João Paulo II dedicou a este tema, o cardeal Baldisseri fez um aceno à cultura da vida no magistério do papa Francisco, o qual – explicou – convida a "alargar", na luta, a linha frente.
De fato, aquilo contra o qual se deve combater "não é somente a manipulação da vida hoje possível mediante a perniciosa aliança entre biotecnologias sofisticadas e ideologias libertárias, muitas vezes patrocinada por grupos de poder", mas também "a inaceitável humilhação da vida produzida por um pacto perverso entre política e economia de mercado".
Efetivamente, acrescentou, para o Pontífice "a cultura da vida torna-se uma só coisa com a 'opção pelos pobres'", que é "bem diferente do vago e fácil assistencialismo".
Evangelho da Família
Apesar disso, advertiu dom Lorenzo, que o papa Francisco "ensina a não ceder ao pessimismo e a evitar as polarizações. Seu pensamento não é um pensamento 'contra', mas 'prol'; não é um 'não', mas um 'sim'. Trata-se de assumir um novo estilo, em que os conteúdos irrenunciáveis do Evangelho da vida sejam todos reiterados e proclamados, mas com a atenção para evitar a tentação" de impor "fardos insuportáveis".
Essa, observou, "é a grande revolução de Francisco: a revolução das linguagens e das atitudes, na fidelidade à doutrina de sempre; a revolução da ternura e da misericórdia, que de modo espontâneo evoca à mente as palavras pronunciadas por João XXIII no início do Concílio Vaticano II".
A última parte do pronunciamento do secretário geral do Sínodo dos Bispos foi dedicada à estreita relação existente entre o Evangelho da vida e o Evangelho da família, à luz do "dúplice Sínodo" querido pelo Papa Francisco.
No encerramento o encontro, o cardeal Baldisseri presidiu na Catedral de São Martinho, recordando a solenidade da Anunciação do Senhor, com presença de muitas famílias.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Formação Setor Pre matrimonial da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Fortaleza.

Realizada dia 22/03/2015, Formação Setor Pré matrimonial da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Fortaleza no Centro de Pastoral Maria mãe da Igreja. Na ocasião estivemos reunidos com 110 agentes de diversas paróquias de nossa arquidiocese. Esta formação teve como foco a preparação para a vida matrimonial e em seguida debate e perguntas da paróquias. Novamente apresentamos a realização do V Congresso Regional da Pastoral Familiar que será realizado nos dias 04, 5 e 6 de setembro do corrente ano e da consequente importância do engajamento de todos nas atividades preparatórias. Também informamos da importância e necessidade da presença de todos em nossa reunião do conselho do dia 11/04/2015, para finalizarmos os estudos e as consequentes respostas do questionário enviado pelo Vaticano a todas as Dioceses do mundo, para o Sínodo dos Bispos que ocorrerá em outubro próximo. Representando a Comissão Arquidiocesana, os casais: Fábio e Márcia, Antônio Carlos e Fátima, Rocha e Sílvia, Fontenelle e Margareth, Fernandes e Eugenia, Rogério e Marlene e Dantas e Iara.








Objetivos da Pastoral Familiar na Paróquia Maria Mãe dos Pobres - Região Nossa Senhora da Conceição.

Realizada dia 20/03/2015, formação sobre os "Objetivos da Pastoral Familiar" na Paróquia Maria Mãe dos Pobres - Região Nossa Senhora da Conceição. Na ocasião, encontramos o salão paroquial com muitos interessados em fomentar um novo ardor missionário, e o claro interesse na implantação da Pastoral Familiar paroquial. Padre Wagner que esteve presente durante todo a formação, interagiu conosco, e fomentou que os presentes se colocassem de maneira aberta. Ao final da palestra, nosso querido Sacerdote, promoveu uma ação fraterna, que jamais esqueceremos, convocou um casal recém casado, uma idosa, uma viúva, um jovem e uma criança, e com estes, um abraço coletivo com significado cristão cheio de emoção, motivação, valores humanos, caridade, fé e esperança. Rogamos a Cristo pelo sacerdócio deste abençoado Padre Wagner, que não se furtou do próprio abraço, para com este casal, que se coloca a disposição desta comunidade eclesial, e de todas as outras de nossa Arquidiocese para ajuda-los nas ações salvificas de evangelização e resgate de nossas famílias. Representando a comissão arquidiocesana o casal Coordenador Fábio e Márcia.







Missa das Famílias na Solenidade de São José na Catedral.

No dia 19/03/2015, na solenidade de São José, foi celebrada a missa das famílias na Catedral Metropolitana de Fortaleza com a participação da Comissão Arquidiocesana da Pastoral Familiar em alguns atos litúrgicos. Na ocasião, Padre Clairton em sua homilia destacou a importância da família na sociedade e na necessidade de resgatarmos os valores morais e cristãos desta instituição tão importante e inviolável da humanidade. Representando a comissão arquidiocesana os agentes: Fábio e Márcia, Fontenelle e Margareth, Antônio Carlos e Fátima, Dantas e Iara, Rocha e Sílvia e Fernandes e Eugênia, registramos aqui e agradecemos a presença do agente da Pastoral Familiar do Santuário de Fátima, Angelo que esteve conosco nesta Celebração Eucarística. 




terça-feira, 24 de março de 2015

Anec emite nota contra redução da maioridade penal.

                                                                   NOTA PÚBLICA
CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Queremos sim a solução da violência! Não somos favoráveis a impunidade! Contudo acreditamos e afirmamos que a redução da maioridade penal é uma falsa solução, pois não resolve as reais causas do problema.
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) é uma associação de direito privado, constituída por pessoas jurídicas, sem fins lucrativos e econômicos, de caráter educacional, cultural, beneficente, filantrópico e de assistência social, ligada à Educação Católica no Brasil e reunida em comunhão de princípios com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Presente em todos os estados da federação e em 900 municípios brasileiros, representa cerca de 430 mantenedoras católicas, com aproximadamente 2.500 colégios e 130 Instituições de Ensino Superior, cuidando, diariamente, do futuro de aproximadamente 2,5 milhões de crianças, jovens e adultos de nossas instituições.
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil vem a público manifestar-seCONmaioridade-penal-600x300TRA A PROPOSTA do Projeto de Lei 171/1993 e CONTRA qualquer outro proposta legislativa que possa ser apresentado, que versa sobre a REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, que poderá ser votada nessa terça-feira, 17/03/2015, na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara de Deputados – CCJ -, tendo em vista ser a mesma inconstitucional e contrária a legislação pátria atinente a política da criança e do adolescente construída ao longo do processo de evolução social e legal brasileira, em especial ao princípio da proteção integral estabelecido pela Lei 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente -.
Decerto, tal debate acerca da redução da maioridade penal entra em evidência em face da divulgação, através da mídia, de atos infracionais considerados bárbaros cometidos por adolescentes. Contudo, entendendo ser dever do Estado a responsabilização de tais adolescentes pelos atos praticados, consideramos que não se pode argüir como proposta para a diminuição da crescente violência no país a redução da maioridade penal, como se esta fosse uma fórmula mágica para resolver o problema da violência que tanto atormenta a população brasileira. Na prática busca-se dar resposta rasa para uma expressão social muito complexa. A Pastoral do Menor sempre se solidarizou com as famílias das vítimas, bem como sempre entendeu que as violências cometidas não tem sua origem e nenhum desvio humano dos adolescentes, sim de uma realidade brutal e de negação de direitos que leva esses adolescentes a cometer tais atos.
É certo que o nosso povo merece no que tange a presente matéria, de uma discussão aprofundada e madura, livre de paixões e emoções, mas sim baseada nas verdadeiras causas da violência com fim de se obter resultados satisfatórios para a diminuição da mesma, bem como fundamentada na legislação pátria, para que se garanta a irrevogabilidade dos direitos e garantias fundamentais prevista em nossa Carta Maior.
Para tanto, passamos a apresentar os motivos pelos quais somos contrários a redução da maioridade penal:
1 – Cláusula Pétrea: Queremos iniciar essa nossa fundamentação sob um aspecto meramente jurídico, qual seja, a impossibilidade de modificação do art. 228 da Constituição Federal através de emenda Constitucional. O citado artigo aduz acerca da inimputabilidade dos menores de 18 anos, sendo assim um direito e garantia individual de nossas crianças e adolescentes. A Carta Magna estabelece ainda, em seu artigo 60 § 4º, que "não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais".
Portanto, se a Constituição Federal determina a irrevogabilidade dos direitos e garantias individuais, e estes, não se limitam apenas aos previstos no Art. 5º da CF, mas espalham-se ao longo da mesma a exemplo do art. 228, entendemos que, a modificação do critério cronológico – 18 anos – para ser passível de imputabilidade penal , só pode vir acontecer com uma nova Constituição Federal, e não através emenda constitucional.
2 – Dos Compromissos Internacionais Ratificados pelo Brasil: Vale ainda ressaltar, sob o aspecto jurídico, que o Brasil ratificou diversos compromissos internacionais na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, tais como asRegras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça de Menores (Regras de Beijing, 1985) e as Diretrizes das Nações unidas para a Prevenção da Delinqüência Juvenil (Diretrizes de Riad, 1990).
Podemos citar ainda, como um marco para a política da criança e do adolescente em nosso país, a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, ratificada pelo Decreto 99.710/90, que estabelece que criança (e no nosso caso também adolescente) é toda pessoa com menos de 18 anos de idade.
Ademais, a Constituição Federal Brasileira, em se art. 5, § 3º afirma que "todos os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais".
Desta feita é de se ressaltar que a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança ao seguir todo trâmite legislativo estabelecido em Carta Suprema, sendo assim ratificada, possui status constitucional, e assim sendo, não poder ser revogada ou contrariada por emenda constitucional, nos mesmos moldes do item anterior, por versar sobre direitos e garantias individuais.
3 – Da exigência da sociedade para resolver o problema da violência: É certo que o problema da violência hoje aflige toda a sociedade e nos impele a exigir respostas daqueles que são constituídos de autoridade. Queremos encontrar o caminho que nos leve a vivência de uma cultura de paz, fundamentada na segurança e harmonia social. Mas que caminho é esse?
Somos levados a acreditar que a atual legislação é branda demais, que precisamos de leis mais rígidas e que o Estatuto prioriza apenas os direitos. Até que ponto tais afirmações são verdadeiras?
Um olhar sobre a experiência de outros países tidos com legislações mais rígidas nos leva a crer que a política criminal não é o caminho para a redução da violência. Entenda-se aqui como política criminal a modificação pura da lei, como se nela encontrássemos a raiz para a explicação de todo mal social.
É certo que, de vez de leis mais rígidas, precisamos de rigor e ética no cumprimento das leis que já existem. Por mais, precisamos da efetivação de políticas públicas que possibilitem o desenvolvimento sadio de nossas crianças e adolescentes.
A violência tem muitas causas: a desigualdade social; a falta de educação de qualidade; a violação de direitos; a corrupção; a falta de oportunidade; vínculos familiares muito fragilizados por uma busca incessante pela sobrevivência por parte dos pais e muitas vezes das mães na luta cotidiana pela vida. Os dados são claros e apontam sim que os adolescentes processados por causa de cometimento de atos infracionais pertencem sim às periferias e as classes geralmente vulneráveis. Dessa forma, será que a violência existente hoje vem da natureza humana desse público? Será que algum ser humano nasce por natureza assaltante, ladrão ou assassino?
É necessário, portanto estabelecer uma análise que permita compreender em qual húmus social e econômico tem origem à violência que hoje vivemos no Brasil. Essa violência ainda existe contra negro, mulher, deficiente, indígena, homossexuais entres outros e perpassa uma realidade de falsa aceitação das diferenças, sobretudo diferenças de grupos sociais. Afinal não são somente os pobres que cometem atos infracionais, todavia são somente eles que respondem e que são socialmente condenados pela mídia e pela opinião pública.
Queremos sim a solução da violência! Não somos favoráveis a impunidade! Contudo acreditamos e afirmamos que a redução da maioridade penal é uma falsa solução, pois não resolve as reais causas do problema.
4 – O Sistema Prisional Brasileiro não cumpre sua função punitiva e de ressocialização: Esta é uma verdade que precisa ser encarada de frente. Reduzir a idade penal traz como consequência direta a colocação dos adolescentes em presídio. E o que a sociedade ganha com isso? Quando analisamos as condições dos presídios brasileiros com superlotações, estruturas precárias, ausência de proposta para ressocializar os presos, afirmamos apenas que ali é a "universidade do crime".
Será que é isso que queremos para os nossos adolescentes? É isso que desejamos para a nossa sociedade? Os nossas relações sociais precisam ser baseadas na antiga lei do talhão pela qual a regra da justiça se baseava na devolução ao infrator da pena correspondente ao ato cometido? Queremos que nosso Parlamento brasileiro seja olhado pelo mundo como um espaço de vingança e fortalecedor de um processe de involução e regresso normativo e político sobre a violência no país que tem uma das economias mais avançadas do mundo. Poderíamos nos perguntar como o Parlamento brasileiro qualifica o orçamento público para reduzir a vulnerabilidade social que origina a violência juvenil.
Sabemos também que adolescentes são pessoas em fase especial de desenvolvimento e que precisam de uma atenção particular, que se adeque a sua condição peculiar. Queremos a ressocialização do adolescente para que ele possa construir um novo projeto para a sua vida. Como já dito: ninguém quer a impunidade. A responsabilização é algo importante dentro do processo de educação do adolescente; entretanto, outras propostas devem ser ressaltadas para que tal fim seja alcançado.
Não há ingenuidade no nosso olhar, Sabemos que um adolescente que comete homicídio ou que rouba tem consciência de que está fazendo algo ilegal, todavia o nosso olhar é mais profundo e não imediatista em relação aos atos infracionais.
O tratamento diferenciado se dá pela sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, ou seja, o mesmo deve ser responsabilizado por meio de processos educativos que possibilitem uma mudança de vida, instrumentos esses impossíveis de serem encontrados no atual sistema prisional brasileiro.
5 – O Estatuto da Criança e do Adolescente responsabiliza o adolescente autor e ato infracional: É de bom alvitre esclarecer a sociedade que o Estatuto, no seu art. 112, estabelece a responsabilização de toda pessoa maior de 12 anos pelos atos contrários à lei por ela praticada.
Assim sendo, a concepção de que o adolescente é levado à prática do ato infracional porque a lei não pune é uma inverdade. Não se pode confundir inimputabilidade com impunidade.
Como dito acima, o Estatuto determina medidas socioeducativas para adolescentes autores de ato infracional, podendo esta variar de uma advertência a uma medida de internação com privação de liberdade, todas equivalentes as punições do sistema penal.
Contudo, precisa-se discutir com a sociedade a correta execução de tais medidas, a partir do que foi instituído pela Lei 12.596/12 que estabelece o Sistema Nacional Socieducativo (SINASE).
Sendo assim, aquele mito de que adolescente pode praticar ato infracional que não sofrerá nenhuma responsabilização é uma mentira. O Estado tem o dever e deve ter instrumentos suficientes e adequados para responsabilizar o adolescente pelo cometimento de um ato infracional.
6 – A realidade das Estatísticas:
Como já dito anteriormente, especificamente no ponto 3, temos não somente a sensação de que a violência aumentou em nosso país, mas a constatação através de dados que nos fazem exigir respostas para essa situação.
Essa é uma realidade que sentimos nas ruas e que buscamos culpados. Não raras vezes, coloca-se a culpa na Lei, especialmente no Estatuto da Criança e do Adolescente, afirmando, erroneamente, que os adolescentes são os responsáveis pelo aumento da violência.
Na verdade os adolescentes são mais vítimas da violência do que autores desta, segundo dados do Mapa da Violência de 2014[1] elaborado pelo Ministério da Saúde e pelo SIM (Sistema de Índice de Morte). De acordo com o Mapa, em 2012, a Taxa de Homicídio (por 100 mil) na população total era de 38,5. Quando passamos para análise, nesse mesmo período, da população juvenil, passamos para o incrível número de de 82,7 a cada 100 mil. É mais que o dobro.
Somando as capitais da região Nordeste – salvo Teresina – estas chegam a ultrapassar a trágica barreira dos 100 homicídios por 100 mil jovens, e ainda Maceió, supera a dos 200 homicídios por 100 mil.
Ultrapassando também os 100 homicídios por 100 mil jovens, fora da região Nordeste estão Belém, Manaus, Vitória e Goiânia.
Recentemente saiu o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) que faz parte do Programa de Redução da Violência Letal (PRVL) criado em 2007 pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da república (SDH/PR) em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Observatório das Favelas[2]. O IHA tem como objetivo estimar a mortalidade por homicídio na adolescência, especificamente na faixa de 12 ao 18 anos, expressando, para cada grupo de 1000 adolescentes quantos deles não completará 19 anos pois serão vítimas de homicídio ao longo desse percurso.
O ano de 2012 apresentou que 3,32 adolescentes, no grupo de 1000, não chegará aos 19 anos de idade. É um número extremamente desafiador e coloca os nossos adolescentes muito mais como vítimas do que como agressores como se observa nesse trecho:
De acordo com os dados do Sistema de Informações sobre a Mortalidade (SIM), 7.592 pessoas com idade de 12 a 18 anos foram vítimas de morte por agressão em 2012 (...)
As agressões foram a principal causa de morte na adolescência nos últimos 12 anos. Em 2012, 36,5% de todos os adolescentes falecidos na faixa etária de 10 a 18 anos perderam a vida como conseqüência de agressão. Quando comparamos esse percentual com o relativo à população total (4,8%), verificamos uma diferença estarrecera. (grifos nossos)
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[1] Confira em http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_JovensBrasil_Preliminar.pdf. Págs. 39 e 43.
[2] Índice de Homicídios na Adolescência: IHA 2012/ organizadores: Doriam Luis Borges de Melo, Ignácio Cano. – Rio de Janeiro: Observatório das Favelas, 2014.
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Portanto, Senhores(as) Deputados, Senadores e sociedade brasileira, o problema da Violência no Brasil é muito mais amplo e exige muito maior aprofundamento da temática do que simplesmente votar uma matéria favorável a redução da idade penal, como uma fórmula mágica, que vai resolver todos os problemas brasileiros. Isto não é verdade.
Para um debate mais amplo a Pastoral do Menor no Brasil solicita que V. Exa. vote CONTRÁRIO a Proposta do Projeto de Lei 171/1993 e CONTRA qualquer outro dispositivo de lei que possa ser apresentado, pela sua inconstitucionalidade e pelos demais argumentos aqui expostos, colocando-se à disposição de V Exa. e de seu mandato para maiores esclarecimentos e debates acerca da matéria.
Assim, concluímos citando Michel Foucault, em sua obra Vigiar e Punir, "as prisões não diminuem taxas de criminalidade: pode-se aumentá-las, multiplicá-las ou transformá-las. A quantidade de crimes e criminosos permanece estável, ou ainda pior, aumenta."
Vote pelas nossas crianças e pelos nossos adolescentes!
NÃO A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, HOJE E SEMPRE!

terça-feira, 17 de março de 2015

Formação contínua Setor Pré Matrimonial - Pastoral Familiar Arquidiocese de Fortaleza.

Queridos Coordenadores e Agentes da Pastoral Familiar,
Paz e bem,
É na alegria de fazermos parte da vinha do Senhor, ou seja, semear a palavra com força e fé, caminhando nas veredas em busca pelas famílias que se encontram perdidas e sem esperança, como também a manutenção daquelas que se encontram como servas na vinha do senhor, que nos dirigimos aos nobres irmãos para:
Convocá-los, para nossa Formação do Setor Pré Matrimonial, que acontecerá dia 22.03.2015 (Domingo) no horário de 08:00 as 12:00hs no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja, sito a rua Rodrigues Junior No. 300 - Centro. As inscrições terão uma contribuição de R$ 10,00 (Dez reais) individual para despesas com alimentação e manutenção do local.

Na esperança sempre latente de restaurarmos e mantermos as famílias sempre no contexto da evangelização constante, a fim de, promovermos a cultura da vida e da paz.
Gostaríamos do empenho de todos os coordenadores e agentes paroquiais em participar desta formação.
Obs. 3 - Aos nobres coordenadores que não puderem se fazer presentes, gentileza enviar representantes.
Contamos com a presença sempre valiosa e inspiradora de todos.
Que Deus abençoe e proteja nossas famílias,
Fraternalmente,
Fábio e Márcia
Casal Coordenador da Pastoral Familiar
Arquidiocese de Fortaleza
Fone: 85-8746-9208
 Guia de Preparação para Vida Matrimonial - Pastoral Familiar CNBBSetor Pré-Matrimonial - Preparação Próxima, Remota e imediata - Pastoral Familiar CNBB

Solenidade de São José na Catedral.

Realizada dia 12/03/2015, solenidade de São José na Catedral com a participação da Pastoral Familiar e representantes das paróquias do Cristo Redentor do Cristo Redentor da Região Nossa Senhora da Assunção e São Francisco de Assis do Jacarecanga da Região São José, representando a Comissão Arquidiocesana os agentes, Márcia, Fontenelle e Margareth, Antônio Carlos e Fátima e Dantas e Iara.




segunda-feira, 16 de março de 2015

Presente do Papa Francisco para você: Ano da Misericórdia.

Papa Francesco vita bambini Vangelo della vita
O Papa Francisco anunciou hoje no Vaticano que decidiu proclamar um “jubileu extraordinário”, com início a 8 de dezembro deste ano, centrado na “misericórdia de Deus”.
“Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: ‘Sede misericordiosos como o Pai’ e isto especialmente para os confessores”, disse, na homilia da celebração penitencial a que presidiu na Basílica de São Pedro, na abertura da iniciativa ’24 horas para o Senhor’.
Francisco explicou que a iniciativa nasceu da sua intenção de tornar “mais evidente” a missão da Igreja de ser “testemunha da misericórdia”.
O Papa defendeu que “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus” e que a Igreja “é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém”.
“As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”, realçou.
À imagem do que fez em 2014, durante o ‘rito pela reconciliação dos mais penitentes’, com absolvição individual, o Papa começou por se confessar, antes de dirigir-se a outro confessionário para ouvir algumas pessoas.
O 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário, vai começar na solenidade da Imaculada Conceição e terminar a 20 de novembro de 2016, domingo de Jesus Cristo Rei do Universo, “rosto vivo da misericórdia do Pai”, explicou o Papa.
“É um caminho que começa com uma conversão espiritual e temos de seguir por este caminho”, prosseguiu.
A organização dos vários momentos do jubileu vai estar a cargo do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização e quer ser, segundo Francisco, uma “nova etapa do caminho da Igreja na sua missão de levar a cada pessoa o Evangelho da misericórdia”.
Este é o primeiro jubileu desde o que foi convocado pelo João Paulo II no ano 2000, para assinalar o início do terceiro milênio.
Francisco destacou na sua homilia a importância de viver a misericórdia de Deus, através do sacramento da Reconciliação, como “sinal da bondade do Senhor” e do “abraço” de Jesus.
“Ser tocados com ternura pela sua mão e plasmados pela sua graça permite que nos aproximemos do sacerdote sem medo por causa das nossas culpas, mas com a certeza de ser acolhidos por ele em nome de Deus”, assinalou.
O Papa sublinhou que o julgamento de Deus é o da “misericórdia”, numa atitude de amor que “vai para lá da justiça”, e desafiou os fiéis a não ficar pela “superfície das coisas”, sobretudo quando está em causa uma pessoa.
“Somos chamados a ver mais além, a concentrar-se no coração para ver de quanta generosidade é capaz cada um”, apelou.
No dia em que decorre o 2.º aniversário da sua eleição pontifícia, Francisco deixou votos de que o próximo jubileu ajude a Igreja a “redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus” junto dos homens e mulheres dos dias de hoje.

Missa de envio de Implantação da Pastoral Familiar na Paróquia São João Eudes - Luciano Cavalcante - Região Nossa Senhora da Conceição.

Realizada dia 08/03/2045, Missa de envio de Implantação da Pastoral Familiar na Paróquia São João Eudes - Luciano Cavalcante - Região Nossa Senhora da Conceição. Na ocasião da maior oração dos cristãos católicos que é a Santa Missa, o Pároco Padre Gabriel, realizou uma significativa e abençoada reflexão sobre a importância e necessidade do trabalho pastoral paroquial, motivando os agentes envolvidos no processo de implantação a aderir o compromisso missionário de compor a Pastoral Familiar da paróquia.
Representando a Comissão Arquidiocesana os casais: Fábio e Márcia, Fontenele e Magareth, Antônio Carlos e Fátima, Fernandes e Eugênia e Moreira e Oscarina







 

3a. Reunião do Conselho Arquidiocesano da Pastoral Familiar do ano de 2015.

Realizada dia 07.03.2015, a terceira reunião do Conselho Arquidiocesano do ano de 2015. Iniciamos com momento de oração, com a partilha da palavra realizada pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição na Pajuçara. Na ocasião, iniciamos as reflexões do Documento "Lineamenta" de preparação para o Sínodo dos Bispos em outubro/2015, porém antes Padre Clairton, proferiu partilha sobre o assunto, que nos introduziu de maneira perene nas atividades de debate nos grupos formados pelas paróquias presentes, no total de 29 representações paroquiais. Na próxima reunião agendada para o dia 11/04/2015, daremos prosseguimento nas reflexões com as respostas das 46 perguntas propostas pelo documento. Em seguida foi apresentado o V Congresso Regional da Pastoral Familiar e suas primeiras providências e planejamento de atividades, contamos com a colaboração e participação de todos os agentes da Pastoral Familiar na caminhada de realização deste grande evento. Apresentado temas e de reflexão para a Hora da Família e da Vida para o ano de 2015, tendo como custo os mesmos valores praticados no ano de 2014. Realizamos um momento de justa homenagem ao dia internacional da mulher que foi comemorado dia 08/03/2015.








Divorciados em nova união: uma via sugerida por dois papas.

  Casal-e-filhos-500x400No trecho do questionário relativo à terceira parte da Relatio Synodi – dedicada às perspectivas pastorais (cf. 23-46) – se afirma que o Sínodo extraordinário iniciou uma “viragem pastoral”, e que esta deve ser levada adiante em seus aprofundamentos e implementação, evitando-se “começar de zero” no caminho já iniciado pelo processo sinodal.

E, antes das perguntas relativas (cf. 35-39) ao tópico intitulado Cuidar das famílias feridas (separados, divorciados não recasados, divorciados recasados, família monoparentais), se insiste, citando a Evangelii gaudium, na necessidade de encrementar a arte do acompanhamento, da proximidade com as diversas situações. Quanto às motivações que conduzem hoje a se refletir sobre essa viragem pastoral, sobretudo no que concerne a situação dos divorciados recasados, fazem-se necessárias algumas observações.
Confira o texto completo desta reflexão apresentada pela Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB em nosso blog na aba "Documentos" no item Pastoral Familiar.


CNBB conclama as Instituições e a sociedade brasileira ao diálogo.

  presidencia_cnbb"O que nós devemos procurar fazer é estabelecer cada vez mais um diálogo entre as diversas instituições, entre os poderes constituídos, a sociedade, as entidades da sociedade civil", afirmou o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, durante entrevista coletiva nesta quinta-feira, dia 12, na sede da instituição, em Brasília.

Na ocasião foi divulgada a nota da Conferência sobre a realidade atual do Brasil. O texto foi aprovado na reunião do Conselho Permanente, ocorrida de 10 a 12 de março, e tem o objetivo de alertar para o possível enfraquecimento do Estado Democrático de Direito, frente ao "delicado momento pelo qual passa o país".
Leia a nota na íntegra da nota:
Nota da CNBB sobre a realidade atual do Brasil
"Pratica a justiça todos os dias de tua vida e não sigas os caminhos da iniquidade" (Tb 4, 5)
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, nos dias 10 a 12 de março de 2015, manifesta sua preocupação diante do delicado momento pelo qual passa o País. O escândalo da corrupção na Petrobras, as recentes medidas de ajuste fiscal adotadas pelo Governo, o aumento da inflação, a crise na relação entre os três Poderes da República e diversas manifestações de insatisfação da população são alguns sinais de uma situação crítica que, negada ou mal administrada, poderá enfraquecer o Estado Democrático de Direito, conquistado com muita luta e sofrimento.
Esta situação clama por medidas urgentes. Qualquer resposta, no entanto, que atenda ao mercado e aos interesses partidários antes que às necessidades do povo, especialmente dos mais pobres, nega a ética e desvia-se do caminho da justiça. Cobrar essa resposta é direito da população, desde que se preserve a ordem democrática e se respeitem as Instituições da comunidade política.
As denúncias de corrupção na gestão do patrimônio público exigem rigorosa apuração dos fatos e responsabilização, perante a lei, de corruptos e corruptores. Enquanto a moralidade pública for olhada com desprezo ou considerada empecilho à busca do poder e do dinheiro, estaremos longe de uma solução para a crise vivida no Brasil. A solução passa também pelo fim do fisiologismo político que alimenta a cobiça insaciável de agentes públicos, comprometidos sobretudo com interesses privados. Urge, ainda, uma reforma política que renove em suas entranhas o sistema em vigor e reoriente a política para sua missão originária de serviço ao bem comum.
Comuns em épocas de crise, as manifestações populares são um direito democrático que deve ser assegurado a todos pelo Estado. O que se espera é que sejam pacíficas. "Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e Instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva, que leva ao seu descrédito" (Nota da CNBB 2013).
Nesta hora delicada e exigente, a CNBB conclama as Instituições e a sociedade brasileira ao diálogo que supera os radicalismos e impede o ódio e a divisão. Na livre manifestação do pensamento, no respeito ao pluralismo e às legítimas diferenças, orientado pela verdade e a justiça, este momento poderá contribuir para a paz social e o fortalecimento das Instituições Democráticas.
Deus, que acompanha seu povo e o assiste em suas necessidades, abençoe o Brasil e dê a todos força e sabedoria para contribuir para a justiça e a paz. Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda pelo povo brasileiro.
Brasília, 12 de março de 2015.
Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luis do Maranhão – MA
Vice Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB