No
dia 07 de janeiro a humanidade celebrou o grandioso direito à liberdade
de culto. Para as religiões monoteístas ou abraâmicas esta data se
escora na memória do Êxodo, uma vez que Moisés tinha pedido ao Faraó a
permissão de cultuar o seu Deus no deserto. Todas as liberdades derivam
ou estão conexas com a liberdade de consciência filha da liberdade de
culto e garantia da liberdade religiosa.
Esta liberdade exige a separação da
Religião do Estado, pois numa teocracia ela é banida e desrespeitada.
Também os regimes totalitários ao invadir constantemente o foro da
consciência do cidadão a violentam. O curioso é descobrir que o laicismo
estatista dos nossos dias incorre em abusos reiterados, pois limita a
liberdade de culto a área do íntimo e do privado, esquecendo a dimensão
social e pública da religiosidade como sua incidência ética e
relacional.
A Declaração da ONU de 1981 sobre a
Intolerância e a Discriminação Religiosa, não foi aceita na íntegra
pelos países muçulmanos porque estes não concordavam com a possibilidade
de converter-se a outra religião o que está penalizado por vezes com a
morte. Existem 250 milhões de cristãos que estão sendo perseguidos
cruelmente, perdendo trabalho, casas, bens e as mulheres sendo
estupradas e vendidas como escravas sexuais. Segundo a estudiosa Olga
Malterrada Revista Times cerca de 160000 pessoas morrem, todo ano, pela
sua fé em Jesus Cristo, sendo de longe a religião mais perseguida.
Outro autor, Paul Marschal, na sua
obra:"Their blood cries out",aponta para 60 países que perseguem aos
cristãos sistematicamente alcançando o número de 400 milhões, o caso de
ser restringido de forma grave nos direitos de cidadania. É claro que
denunciamos da mesma forma todo atentado cometido contra qualquer ser
humano por razões do não reconhecimento da liberdade de culto.
O que parece acontecer é que a mídia
internacional que é muito seletiva e restrita, não dá a mínima para o
extermínio e perseguição dos cristãos. Não são poucos que defendem que
por uma pessoa ser cristã deve ser excluída do debate público uma vez
que será sempre irracional e obscurantista na sua argumentação.
Este quadro preocupante não nos intimida
nem nos paralisa porque sabemos que a perseguição dos seguidores de
Cristo é prova de fidelidade e Bem-Aventurança e aquela frase de
Tertuliano: "Sangue dos Mártires, semente de novos cristãos", continua a
ser verdade. Que o Deus da consolação e da liberdade proteja e
fortaleça a todos os que sofrem com a falta da liberdade de culto por
suã opção religiosa. Deus seja louvado! (Foto: Rádio Vaticano)
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos (RJ)
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