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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Papa: "fé que não é capaz de ser misericordiosa não é fé, é ideologia".

Neste sábado, 2, o Papa Francisco celebrou a vigília de oração por ocasião do Jubileu da Misericórdia, na Praça São Pedro, no Vaticano. O momento contou com a presença de devotos da Divina Misericórdia, leigos e religiosos, que ouviram atentamente as reflexões, que foram baseadas no profeta Isaías.
A assembleia foi dividida em cinco partes reflexivas, incluindo intenções de orações e cânticos relacionados à Misericórdia. Os textos foram lidos por participantes do evento, que pediram com clamor: “estendei ó Senhor a tua Misericórdia” e “envolve-nos com tua Misericórdia ó Senhor”.
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Discurso do Papa

Na última parte da assembleia da vigília, os participantes foram contemplados com o discurso do Papa Francisco, que refletiu o Evangelho de São João. O Pontífice iniciou agradecendo pelas orações e recordou a morte de São João Paulo II, que hoje completa 11 anos.
“Com alegria partilhamos esse momento de oração, tão desejado por São João Paulo II, em um dia como hoje. Em 2005 ele foi embora, e queria fazer isso para dar um cumprimento no pedido de Santa Faustina.”
Francisco prosseguiu questionando: “com quantas faces da misericórdia Deus vem ao nosso encontro? Muitas. É impossível descrever todas, porque a misericórdia de Deus cresce sem parar. Deus não se cansa de exprimir e nós jamais deveríamos recebê-la, procurá-la e desejá-la só por hábito”.

Deus, a misericórdia

O Papa destacou ainda que Deus manifestou varias vezes o seu nome, que é misericórdia. “Como é grande e infinita a natureza de Deus, assim é grande e infinita a sua misericórdia”, reflete, e prossegue citando a Bíblia, que mostra que a misericórdia é antes de mais nada a proximidade de Deus ao seu povo.
O Santo Padre observa também que o mundo de hoje tem muita necessidade dessa misericórdia e reforça que “não temos um Deus que não sabe compreender e compadecer-se das nossas fragilidades, ao contrário, foi precisamente em virtude da sua misericórdia que Deus se fez um de nós”.
“Pela encarnação o filho de Deus uniu-se de certo modo a cada homem, trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, Ele se fez verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, com exceção do pecado.”
A todo momento, o Papa se dirigiu a Deus como misericórdia. “A Misericórdia não esta parada, vai a procura da ovelha perdida e quando a encontra, irradia uma alegria contagiosa. A Misericórdia sabe olhar cada pessoa nos olhos, cada uma delas é preciosa. Porque cada uma é única.”

Quantas faces tem a misericórdia de Deus?

Para o Pontífice, falar dessa misericórdia é fácil, difícil mesmo é tornar-se testemunha da vida concreta. “Esse é um percurso que dura por toda vida e que não deve ser interrompida. Jesus nos disse que devemos ser misericordioso como o Pai, toda a vida, toma isso. Quantas faces tem, portanto, a misericórdia de Deus?”
Os pobres são recordados pelo Santo Padre, que se comove ao citar que esses não são vistos pelos demais. “A misericórdia não pode nos deixar tranquilos. É o amor de Cristo que nos inquieta e enquanto não tivermos alcançado o objetivo, que nos impede de abraçar e envolver os que necessitam de misericórdia, para que todos sejam reconciliados com o Pai.”

Amor que alcança todos

Francisco afirma também que a misericórdia é um amor que alcança todos e os envolve de tal maneira que se antecipa e vai além si mesmo. “Se deixarmos conduzir por esse amor, assim nos tornaremos misericordiosos como o Pai.”
Segundo o Papa, uma fé que não é capaz de ser misericordiosa não é fé, é ideia, é ideologia. A fé é encarnada no Deus que se fez carne e foi chagado por todos. “Mas se queremos acreditar e realmente ter fé, devemos nos aproximar e tocar nas chagas de Jesus e também abaixar a cabeça e deixar que os outros apreciem as nossas chagas.”
Ao concluir sua reflexão, o Papa Francisco pediu ao Espírito Santo que guie os passos de todos, pois Ele é amor e misericórdia. “Não coloquemos obstáculos na sua ação (…) Permaneçamos com o coração aberto para que o Espírito possa transformá-lo, e assim, perdoados e reconciliados, dentro das chagas do Senhor sejamos testemunhas da alegria que brota de ter encontrado o Senhor ressuscitado, Vivo no meio de nós”, e assim concedeu a bênção apostólica.
Logo após, Francisco improvisou um apelo para que Dioceses de todo o mundo pensem em deixar uma recordação viva desse Ano da Misericórdia.

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