Cidade
do Vaticano (RV) - Prosseguem no Vaticano, com os Círculos menores, os
trabalhos da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
Conduzida pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico
Lombardi, a coletiva desta quarta-feira teve como convidados três Padres
sinodais:
O presidente da Conferência Episcopal do Peru, Dom Salvador Piñeiro
García Calderón; o arcebispo de Filadélfia, Dom Charles Joseph Chaput; e
o arcebispo de Lille, Dom Laurent Ulrich, na qualidade de relatores e
membros de alguns Círculos menores, eleitos na tarde desta terça-feira.
Muito notável, muito belo, muito interessante: com essas palavras, o
arcebispo de Lille, na França, Dom Ulrich, define o trabalho nos
Círculos menores, em que há uniformidade linguística, mas também
diferença de proveniência e de experiência entre os respectivos membros –
explicou.
Trabalhar juntos acerca de um sujeito comum, delicado e completo como
a família – ressaltou – ajuda-nos a confrontar-nos e a identificar as
diferenças, impelindo-nos a análises aprofundadas. Na Igreja católica
temos a unidade em grande consideração, acrescentou, mas queremos que as
diferenças culturais apareçam e que todos possam se expressar.
“A Igreja deve acompanhar a família”, afirmou – por sua vez – o
presidente da Conferência Episcopal do Peru, Dom Piñeiro, ressaltando o
ambiente fraterno que se respira no Sínodo. “Sabemos que existe um
ataque à instituição familiar”, sobretudo em legislações que abrem, por
exemplo, para o aborto, disse.
Por isso, afirmou o prelado, é preciso reiterar o Evangelho da vida,
da esperança, o Evangelho da família, recordando, em seguida, que as
pessoas feridas devem ser confortadas e acompanhadas.
Por sua vez, o arcebispo de Filadélfia, Dom Charles Chaput, ressaltou
a capacidade da Igreja de apoiar as famílias, recordando a beleza do
Encontro Mundial das Famílias realizado em setembro passado na cidade
estadunidense, com a participação do Papa Francisco.
Um evento – explicou o prelado – capaz de dar nova esperança aos
núcleos familiares e de reafirmar o ensinamento da Igreja sobre o
matrimônio. “Encorajamos quem segue o ensinamento da Igreja sobre a
família, de modo a não sentir-se abandonado”.
Em relação ao Sínodo, disse Dom Chaput, é importante atuar olhando
para as preocupações que não sejam as de um único país. Por isso, nos
Círculos menores anglófonos havia preocupações de que o Instrumentum
Laboris não refletisse a universalidade da Igreja.
É preciso diálogo entre a Igreja universal e a Igreja local,
acrescentou o arcebispo de Filadélfia, porque não é apropriado, para as
Conferências episcopais, decidir sobre doutrina. E explicou: “Não
estamos aqui para vencer algo; estamos aqui para alcançar aquela verdade
que o Senhor estabeleceu para a sua Igreja”.
Em seguida, Dom Chaput fez uma reflexão sobre a linguagem: o prelado
estadunidense chamou a atenção para a necessidade de estar atentos às
palavras para não ferir as pessoas, mas permanecendo fiéis à doutrina da
Igreja. Porque no fundo a linguagem da Igreja é a linguagem do amor, de
Pastores que cuidam da família.
Por fim, respondendo a uma pergunta da imprensa em relação à
publicação, em alguns blogs, dos pronunciamentos dos Padres sinodais,
Pe. Lombardi explicou:
“Os Padres sinodais têm a liberdade de passar seus pronunciamentos a
quem quiser e, portanto, são livres para falar com quem quiser. Muitas
vezes, os bispos que provêm de uma diocese querem referir à sua diocese
aquilo que disseram no Sínodo e podem fazê-lo tranquilamente. Isso,
porém, é deixado à liberdade dos Padres sinodais e às solicitações que
lhes são feitas.”
Concluindo, ressaltamos que os Círculos menores neste Sínodo são 13,
subdivididos por línguas: quatro para o inglês; três para o francês e
para o italiano; dois para o espanhol (incluindo os lusófonos) e um para
o alemão. (RL)
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