Mas não basta que este esforço de paz
seja realizado por governos, instituições e religiões. É urgente que
cada pessoa assuma esta tarefa como sua e empenhe-se neste trabalho com
afinco e total dedicação. Tocados pela urgência desta missão, todos são
convocados a dedicar à paz seus recursos, sua criatividade, seus
contatos e círculo de relações, sua fé e os seus dons pessoais.
Esta missão de ser artífice da paz
começa quando nos determinamos a cultivar sentimentos e pensamentos de
paz. São Paulo, apóstolo, assim nos conclama: "Tende em vós os mesmos
sentimentos de Cristo Jesus" (Fl 2,5).
Este empenho irá necessariamente plantar
em nossos corações e lábios palavras de paz. Jesus, enviando-nos em
missão, ordenou-nos que em cada casa em que entrarmos digamos assim: "A
paz esteja nesta casa" (Lc 10,5).
As palavras de paz irão, sem dúvida,
fecundar as vidas de outras pessoas. E desta corrente, gestos concretos
de paz nascerão e florescerão; o perdão dos inimigos; a reconciliação
das famílias; a aproximação dos povos. Afinal, Jesus nos ordenou que
perdoássemos sempre (Mt 18,27).
Sentimentos, palavras, gestos de paz
implantarão em nossas famílias e na sociedade atitudes permanentes de
paz. A superação de preconceitos. A eliminação de barreiras que separam
as pessoas e geram distâncias, ódios e guerras. A cultura de Paz é fruto
do precioso dom deixado por Jesus: "Eu vos deixo a paz, eu vos dou a
minha paz" (Jo 14,17).
Permitamos que a Paz de Jesus agindo em
nós modifique com sua força transformadora tudo que em nós, nas famílias
e na sociedade impõe obstáculos à paz duradoura e fecunda. Que Jesus, o
Príncipe da Paz, nos inspire e nos conduza pelos caminhos de um ano de
paz e nos ensine os meios de sermos os construtores da cultura de paz.
"Ele é a nossa Paz" (Ef 2,15).
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo de Juiz de Fora (MG
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