Afinal, o que mais dá satisfação a uma
pessoa é aprofundar as amizades, cultivar a integração entre as pessoas
da família numa partilha mais ampla e sincera. Que neste fim de ano as
pessoas possam ter a experiência de fazer parte de uma realidade maior
do que a própria vida, sempre limitada, de pertencer a algo grande que
merece nosso respeito e nossa estima. Então, cultivar relacionamentos
significativos, preferencialmente com os familiares, constitui um modo
excelente para passar o final de ano, podendo ampliar a outros colegas e
amigos esta abertura e esta integração, aproveitando as facilidades das
redes sociais, mas também realizando visitas e programas em conjunto.
Nessa perspectiva, participar, junto com
toda a família, das celebrações litúrgicas deste tempo proporciona a
experiência de pertencer a um povo, de percorrer o mesmo Caminho no qual
Jesus Cristo é luz e o Evangelho é sabedoria que alcançam o mais íntimo
do nosso coração e, ao mesmo tempo, abrem horizontes infinitos e
eternos.
Não nos esqueçamos de que é de extrema
importância aproveitar este tempo para fazer uma revisão do ano, não se
perguntando: o que eu fiz; mas antes, o que o Mistério de Deus fez na
minha vida, por onde me fez passar, que experiências quis que
enfrentasse, que desafios me apresentou; reconhecendo, assim, Sua
presença e a constante iniciativa que toma para me conduzir a uma
maturidade maior, a começar desde o momento em que decidiu trazer-me à
existência.
Dedicar tempo a uma revisão do ano nessa
direção é sinal de uma fé que usa a inteligência para compreender e
para crescer, proporcionando uma autoconsciência mais profunda, uma
liberdade e uma estabilidade maiores e uma grande paz, condições estas
para viver como protagonista da nossa aventura humana.
Dom João Carlos Petrini Bispo de Camaçari (BA)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB.
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