Gwen
Hartley é mãe de três crianças, duas das quais – Claire e Lola – têm
microcefalia. Apesar de reconhecer que o dia a dia é complicado e
difícil, assegura que cada um de seus filhos é "uma bênção". Não existe
nenhum motivo para que fiquem com pena da sua família. "Há momentos
difíceis, mas nunca duram muito porque temos muito mais motivos para
estar felizes. Cada dia com nossas filhas é um presente e cada dia rezo
para que estejam conosco mais tempo".
Seu primeiro filho, Carl – que
atualmente tem 17 anos –, nasceu sem complicações. Durante a gestação de
sua segunda filha, Claire, todas as ultrassonografias mostravam
resultados normais. Entretanto, quando nasceu, Gwen ficou surpreendida
pois a sua cabeça era muito pequena. Embora o médico não tivesse um
diagnóstico, disse aos pais que "algo estava mal".
Depois de um tempo especialmente difícil
no qual não sabiam o que acontecia com Claire, finalmente foi
diagnosticada com microcefalia, tetraplegia espasmódica, paralisia
cerebral, epilepsia e deficiência visual cortical.
O médico também lhes advertiu que havia
25 por cento de possibilidades de que se tivessem outro filho este
poderia nascer com as mesmas doenças.
Segundo o médico, Claire não viveria
mais do que um ano. Como sua condição era extrema, o doutor pediu aos
pais que assinassem um documento no qual estabelecessem que, se a menina
ficasse gravemente doente, não lhe administrariam nenhum medicamento ou
reanimação.
Os pais se recusaram a fazê-lo e
disseram que, caso sua filha tivesse os dias contados, ela seria levada
para casa e cuidada por sua família. Contra todo prognóstico, Claire
completou o seu primeiro ano.
Embora intuíam que poderia haver uma
causa genética na doença de Claire, não obtiveram resultados lógicos nos
estudos realizados em seus pais Gwen e Scott. As possibilidades de que
um novo filho nascesse saudável eram de 75 por cento e, por isso,
tiveram outro bebê chamado Lola.
As ultrassonografias da bebê mostravam
tudo normal até a 22ª semana, quando o médico notou algo estranho.
Tiveram que esperar mais quatro semanas para confirmar as suspeitas:
"Foi o mês mais longo da nossa vida", expressou Gwen. "Finalmente
soubemos que Lola também nasceria com microcefalia".
"Já sabíamos como cuidar de Claire. Ela
nos faz imensamente felizes e nos ensinou coisas que nunca teríamos
aprendido se ela tivesse nascido sem essa deficiência. Não queremos ser
novamente quem éramos antes de ela chegar", assegurou a mãe.
"Por alguma razão, estávamos chamados a ser pais de duas crianças com esta deficiência", ressaltou.
"Agora, as duas meninas que supostamente
não viveriam mais de um ano completarão 10 e 15 anos durante em 2016. E
são as pessoas mais fortes que jamais conheci", afirmou orgulhosa a
mãe.
Desde que aumentaram os casos do vírus
zika e durante a emergência sanitária estabelecida pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), as visitas ao blog de Gwen aumentaram bastante.
A mãe Gwen Hartley espera que seu testemunho seja uma "fonte de esperança e inspiração para os pais que podem estar assustados".
Nesse sentido, Gwen ainda afirmou que em
várias ocasiões leu que alguns dizem: "A microcefalia é um defeito de
nascimento terrível" originado pelo zika. Com relação a isto comentou:
"Não vejo minhas filhas com terríveis má formações de nascimento. Eu as
vejo preciosas. Para mim, não é um defeito congênito horrível e
abominável. Aos meus olhos, são muito lindas".
"Vejo como as pessoas dizem: não deixemos que isso aconteça nunca mais a ninguém. Na verdade, ouvir isso machuca", concluiu.
Assessoria CNPF com ACI Digital.
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